29 de dez. de 2011

Antônio Niterói encontra pegadas do Proletário.

O espírito absoluto


O sol entrou pela janela, Maiara espreguiçou, Antônio Niterói confundia o perfume deixado no travesseiro. Você não vai trabalhar, hein Terói? Hum!? Homem se alevanta e vá buscar aonde é. Você já fez café? Só-o-que-me-faltava! arrumar, marido preguiçoso, nem um nem outro eu quero, chispa, corra trecho, vou tomar uma ducha e quando voltar quero sentir nem seu cheiro, alui, abale, home! Ai se eu te pego... O ruido da água caindo uma canção que foi se afastando e alonge embalava Antônio Niterói, sobre seu cavalo dialético, ia e voltava, afirmava e empacava, e era outro ele e o cavalo, que sonho mais doido, cavalo com nome de Histórico, eia Histórico, e lhe chegava a espora na virilha, refugava, mas chegava a lugar incerto. Incerta é essa vez, que só existe o que se pensa, mas o famigerado exige uma definição, acossado Antônio Niterói brada sua espada, surgiu um novo sujeito! Aquele que não pergunta: o que é? Açambarcou o todo, não há nada que não se possa conhecer, não depois do espirito absoluto a cavalo haver passeado pela Europa central, consolidando, botando as aspas e o inviolável ex nunc. Não há nada fora do cognitivo. O famigerado é o que faz, e a substância que faz é sujeito pois é feita de sujeito e pelo sujeito ao mesmo tempo que o famigerado é substância. Napoleão é a torre simbólica da apropriação do todo pela burguesia. Antônio Niterói sente certo refluxo ao pensar essa palavra, mas na fome come-se o que existe. Estão unidos o sujeito e a matéria ligados pela razão e todo o racional é real, é história é racional, voando no Pégaso dialético até pousar diante de Guilherme III. Absoluto.
'O touro mouro dos meus dias,Troa na praça o tumulto', Antônio Niterói vai despertar, mas Maiara adoça a voz, eis que aparecem os piratas, os campos africanos transformados em campos de caça de negros, jorros de sangue, fora daqui Niterói gritava Maiara com a única parte do corpo vestida sendo a cabeleira.

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