Mesmo em meio a uma das refeições e em presença de outro comensal, conheci um povo que é capaz de assoar o nariz, num lenço de papel, para extrair o ranho incomodante. Assim em tempo de constipações, é comum comprovar, o que digo, em bares e restaurantes, daquele país, muito frequentados, pela presença ostensiva do lencinho de papel descartável sobre a mesa, aliás mais obrigatórios que os celulares. Há que se assinalar ainda que sendo os demais comensais seus compatriotas, deles nada ou quase nada poder-se-á observar, senão que algum comentário respeito ao clima e o excesso de polens que ultimamente povoam a atmosfera. Todavia se ao menos um dos comensais fosse um brasileiro médio ( honesto, trabalhador, respeitador bla, bla, bla) ele minimamente se incomodaria e até chegaria a sentir nojo. Já esse mesmo brasileiro médio em meio a maior ranhosidade não assoa o nariz em um lenço, na presença de outro, por educação, o faz normalmente se recolhendo ao lavabo, ou coisa que o valha, como se se tratasse de um confessionário e um pecado. Entretanto até que ele venha a tomar a decisão de o fazê-lo, há um decurso de prazo aonde o moco vai se acumulando e por gravidade insiste em descer pelo canal nasal, chegado por vezes a ser visto pelo outro. O dono do nariz sempre acredita que só ele sofre pelo fato, mas que sempre chegará o momento de se retirar e desentranhar das ventas tão viva ostra, mentre que ao conviva resta a sonoridade das sucções e o medo de um espirro.
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