3 de jul. de 2011

INVERNO DE FOLHINHA.

Começou o inverno na folhinha. Alguma vez senti o inverno de verdad. É tempo lento, solitário e gostoso como um cappuccino ou pouco mais que isso, a neve pousando na soleira, um livro no Café, um café com conhaque, uma adega empoeirada, uma sopa de frutos do mar e umas nádegas quentes, depois do sexo quase religioso e do cigarro. Já os invernos de almanaque me são incalculáveis sem o apoio do próprio calendário. Hoje li no A Cidade a crueldade dos invernos, na crônica de vários escritores, senão todos, tanto que me espantou. Todos andavam nostálgicos: Vicente com Wenceslau, Júlio com o General, Marino – Vovô - com o “nono” Juliano, Ely com um tempo que nunca existiu – depois do renascimento –, o Prof. Sérgio e a querência de fazer da mass education educação pré-industrial, sinto que até o Hamilton - no tempo da mutuca - sentia o peso desse inverno, hollywoodiano de dias voando duma folhinha que se esmaece em preto e branco.     

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