2 de out. de 2011

espero a espera

                                                      Onde ando,
ando,
                                                     ando e ando
 a espera.
Espero.
                                                    Onde espero,
espero, ando à espera 
                                                    onde ainda
Ando.
                                                   Ando e espero.
Espero aonde andando,
                                      espera desanda,                   
o andar desespera.
Desesperando. Expirando. Transpirando. Inda ando.
                          - Piro -
A quantas andas? - Andava andrajos-
Andava trapos? - Trapaças- .
De trapos sei as sobras. Sopas?- Sapos!-
Sabes, se assim soçobras, miss!
Misses? Sim és miss assim na missa.
Sobras e cobras miss em ação donde andas às dobras.
Trovas e sobejos beijos, rastros a rés de brejos - sabes a ontem -
aranha desce da seda, nas sombras salobras te sobra a tromba.
                      Trevas   donde andas,
                      Expiro!

26 de set. de 2011

Altruísmo.


Se o latim é língua morta, por ausência de falantes. A palavra altruísmo é letra morta, pela impossibilidade contemporânea de sua prática. É de se pensar se algum dia pôde ser exercitada sem que se tratasse de um oximoro prático; concreto, pela sua geometria lancinante; para além de um cinismo verbal. Deve-se antes de mais nada, sacá-la de em meio ao pó dos tempos, limpá-la com cuidados de antropólogo de lupa e pincel, para identificá-la, então perguntar-lhe por camadas invisíveis de significados, quais estamos impedidos. É como perguntar ao osso pela sua carne ausente. Nada dirá o significante, mais para lá de sua fossilizada e bela estrutura. Mas, e se pudesse falar, se pudesse significar? Mas não pode! Pois se praticado o seu devir, ela retornaria ao limbo das coisas desnecessárias. Pois onde há necessidades, é pela justa ausência de altruísmo. Por qualquer motivo, mas basicamente pela contradição do nosso modo de produção e manutenção da vida, que Sumo Pontífice! Que é ? Se algo mais que produzir justamente: necessidades! Mas dizem que há altruístas, há deles, fotografados. Mas, que dizer, santa, se não que onde há altruísmo o resultado é epigramático. E para poupar-lhe de ir ao dicionário, altruisticamente, digo que oxímoro é uma combinação engenhosa de palavras incongruentes como: bondade cruel e epigramatico é a mordacidade essencial da composição poética cruel de tal atroz palavrona.    

25 de set. de 2011

Juízo final.


Laura estava dentro do cristal de um vitral, 
melhor dito,
 estava dentro da própria luz que o varava.
 A luz a forçava a abaixar a cabeça 
a fugir os olhos brilhosos da luz incidente.
 Mesmo assim esta luz a cegava.
 Então cerrava os olhos.
 Ainda cegados pela luz. 
Laura quer responder a uma pergunta ausente.
 Insiste. 
Tartamudeia ao responder:
 fui sim e sou, o quê que sou.
 O tempo passa lentamente, em seu sempiterno vagar.
 Agora a luz tépida é leitosa,
 menos aguda. 
É como se Laura estivesse dentro de um copo-de-leite cheio de leite que a permitisse levantar a cabeça,
 abrir os olhos, 
mas a nada vê, 
senão o leitoso branco dentro dos olhos sendo os próprios olhos lácteos.
 E o tempo escorrega viscosamente mel. 
Laura se desmancha como uma miga de miolo de pão em leite demolhado.
 Não houve pergunta que ela não ouve ou pensa em respostas,
 nem o pensamento existe,
 apenas o leite por toda parte,
 mas parece não lembrar-se se existiu pergunta ou acusação, mas ela sopra lentamente um sim,
 também. 
Os séculos passam melífluos e esbarram-se entre uma não-pergunta e outra.
 A vaga luz resume-se lentamente.
 O vagaroso branco se abruma.
 Detido. 
Lentamente.
 Quieto. 
Lacra-se completamente,
 igual o apagar-se de uma televisão de válvulas,
 com um ponto luminoso no meio da tela escura,
 que perdura em nossos olhos, 
além da sua existência. 

23 de set. de 2011

Catarse = Purgar.


Tinha os olhos irritados, 
não podendo colocar as 
lentes de contato, lia o
 jornal com uma lupa.
Era o desejo louco de
 ver o mundo em sua
 podre realidade, modo
 ordinário de fugir de
 dentro do próprio pútrido
 momento.
 Da janela lateral divisava
 a casa da vizinha, donde saia uma músicabeata,
 que a empregada entoava em bom contralto ao mesmo tempo triste e galhofeiro.
 Na casa da vizinha está o jardineiro podando a mangueira,
 hoje cortou galhos da lichia que pendiam para nosso quintal,
 pois os nossos galhos estavam carregados, mentre os dela não.
 A filha da vizinha curte a ressaca e de sua banhas,

 banhando-se de sol, dentro, quer dizer, fora de um biquíni verde amarelado ou amarelo esverdeado.
 Na garagem da vizinha tem três carros "semi-novos", branco, cinza e preto.
 Enquanto isso meu amigo destila vapores etílicos no sofá com a televisão ligada no Maisvocê. 
O telefone toca e digo que não estou.
 O certo seria dizer que: não, não tenho agora, mas que sim, pagarei, não, não te esqueci não senhor. 
Depois toca de novo. Então digo: Dionísio não está, foi para o sitio em Piedade e só volta sábado.
Resolvidos esses problemas de pessoa jurídica, resta-me ainda a culpa. 
Sim, por demais, feminina, não sei de onde saiu isso, mas a culpa é coisa feminina.
Dionísio, dentro do oceano da ressaca, e no seu caminho à geladeira, onde jaz uma garrafa de água vazia e tombada e sem tampa, 
passa pela sala de ser e estar, ficar 
e com a boca como se cheia de cola de sapateiro diz isso:
 Os gregos curavam-se da ressaca com outro banquete.
Alguma vez penso haver dito:
 Hoje é terça-feira e comeremos muito bem.
 Não sou grego, mas um cavalo, de Troia, cheio de suspeitas:
 Tenho umas ostras, uns camarões e uma paleta de cordeiro ao vinho que me sobraram de ontem no restaurante.
Dionísio se anima em mais se endividar;
 e, 
sob o sol abrasador sai arrastando suas havaianas pelas ruas de Sousas,
 desviando-se dos credores não bancários.
 Cartão de crédito empunhado, usado e embainhado,
 trazia uma hora mineira depois:
 água São Lourenço e garrafas de Merlot.
Comemos e bebemos e o vinho absolveu-nos daquela culpa sólida.

20 de set. de 2011

Ilíada. Canto III. Paris x Menelau.

No Canto II o narrador elenca todas as naves e seus caudilhos, deixa para as musas do Olimpo enumerarem e nomearem todos que estavam presentes em Ílio. Disse que os que habitavam Nisiros, Crápato, Caso, Cos, Euripilio as ilhas Calidnas e seus chefes Fidipo e Antifo, filhos do rei Tesalo Heraclida e somados trinta navios côncavos. Disse mais, que todos quantos ocupavam o Argos Pelásgico, os que viviam em Alo, Alope, Traquine, os de Hélade de lindas mulheres, que atendiam pelo nome de mirmídones, helenos e aqueus, estes tinham por capitão a Aquiles e chegaram em cinquenta navios. Mas todos estes homens de Aquiles, ainda não participavam do combate horríssono ( que soava horrivelmente), porque Aquiles não saia do navio, padecendo da mais profunda saudade da jovem Briseida, de linda cabeleira; que ele havia feito cativa em Lirneso, depois de destruir a cidade e as muralhas de Teba. Mas apesar deste ócio, Aquiles se levantará.

CANTO III.
Juramentos a contemplar desde a muralha e o combate singular de Alexandre e Menelau.

Algumas lutas são travadas em meio a grande batalha. A primeira batalha se interrompe para que se verifique o combate sem par de Paris e Menelau. Este corpo a corpo não dá em nada, pois quando Alexandre seria vencido, sua mãe, Afrodite, o arrasta pelos ares e o leva ao lado de Helena.

  1. Postos em ordem de batalha com seus respectivos chefes, os troianos avançavam assoviando e gritando como se aves, a proferirem suas vozes, a grulharem pelo céu...
    7...os aqueus marchavam silenciosos, respirando valor e dispostos a se ajudarem mutuamente...
    15 Quando ambos exércitos se acercaram um do outro, apareceu na primeira fila dos troianos Alexandre, semelhante a um deus, com uma pele de leopardo nos ombros, curvo arco e espada; e bradando lança de bronzina ponta, a desafiar o mais valente dos argivos...
    21. Menelau, caro a Ares, ao vê-lo vir com toda sua arrogância, se posto à frente da tropa, e , como um leão faminto que encontra um grande cervo galheiro ou uma cabra montesa... 26 assim Menelau folgou ao ver com os próprios olhos o deiforme Alexandre...

    ( quando Alexandre apenas divisou Menelau, borrou no escudo e se escondeu no meio da tropa)

    … 38 Hector repreendeu Alexandre e o advertiu com injuriosas palavras: Menelas 39 Miserável Paris, o de mais formosa figura, mulherengo, sedutor! Oxalá não te pudesse contar entre o número dos nascidos ou que houvesse morrido celibatário. Mais valia e assim prefiro que esta vergonha e opróbrio aos teus. Os cabeludos aqueus se riem de haverem te considerado como um bravo, campeão, por tua galharda figura, quando não há em teu peito nem força nem valor. ...60 Não esperavas a Menelau, caro a Ares? Conhecerias o macho de qual tens a florescente esposa, onde de nada te valeria a guitarra, ou os dons de Afrodite, a cabeleira, a formosura... … tua sorte é que os troianos são demasiado tímidos, se não, já estarias revestido com uma túnica de pedra....

    ( depois de ouvir tamanha increpação, Alexandre se decidiu por enfrentar Menelau)
    ( enquanto isso aqueus e troianos atiravam estes contra aqueles, pedras e flechas, até que Hector pediu silencio e a palavra:

    86 Ouçam de meus lábios, troianos e aqueus de formosas armaduras para pernas, Alexandre se ofereceu para combater com Menelau. Ainda propõe... o que vencer fica com as riquezas e Helena, e os demais juraremos paz e amizade.

    ( Iris, a de pés de vento, foi buscar Helena, Alexandre vestiu as mais lindas grebas – armadura para as pernas - tão formosas que os troianos ficaram atônitos a contemplá-las.
    Mas na hora do quem pode mais chora menos, Paris que ia ser morto por Menelau, foi salvo duas vezes por sua mãe, Afrodite. Paris é o mesmo que Alexandre. Afrodite quis enganar Helena, que viu que Menelau havia vencido o combate, e não quis se deixar enganar por fim Afrodite respondeu a uma séria argumentação de Helena):

    414 Não me irrites, desgraçada! A não ser que me enojes de ti e venha a desamparar-te, e me aborreça tão extraordinariamente quanto tenho te amado até então e bote funestos ódios entre troianos e danaos, e pereças de morte ruim.

    ( sem ter outra saída Helena se cobriu com esplendoroso branco véu e saiu em silencio seguindo a Afrodite.
    Afrodite teve uma conversa séria com Paris, que botou a culpa da derrota sofrida para Menelau, a ajuda que este teve de Atena.)

19 de set. de 2011

Ilíada. Canto II. Sonho Beócio. Lista de inumeráveis povos e navios gregos e troianos.

Para cumprir o prometido a Tétis, Zeus envia um sonho enganoso a Agamenon. O Sonho aconselha a Agamenon que levante acampamento e regresse a casa. Agamenon convoca o conselho dos chefes, e logo a assembleia geral – todos os guerreiros - que aceitam a proposta, pelo que Agamenon – sob a incitação de Atena – deve intervir para poder insuflar coragem e esperanças boas aos aqueus. Depois de vários incidentes e de enumerar quantos povos formavam os exércitos grego e troianos( lista imensa de povos), sucedem-se três batalhas.

  1. As demais deidades e os homens que combatem em carros, dormiram toda a noite; porém Zeus não provou as doçuras do sonho, porque sua mente buscava a maneira de honrar a Aquiles e causar grande matança junto às naves aqueias. Por fim creu que o melhor seria enviar um sonho pernicioso ao Atrida Agamenon.... disse estas aladas palavras:
    Anda, vai, pernicioso Sonho, encaminha-te a às naves veleiras aqueias, introduza-te na tenda do Atrida Agamenon, e diga-lhe cuidadosamente... que arme os encaracolados aqueus e parta a todo vapor...
    Agamenon os chamou para uma discreta consultas:
  1. Ouçam, amigos! Dormia durante a noite imortal, quando se me acercou um Sonho divino muito semelhante ao ilustre Nestor em forma, estatura e natura. Pôs-se sobre minha cabeça e proferiu estas palavras: Dormes, filho do belicoso Atreo, domador de cavalos? Não deve dormir toda a noite o príncipe a quem se hão confiado os guerreiros e a cujo encargo estão confiadas tantas coisas... … Ordene aos cabeludos aqueus a partir rapidamente: que agora podeis tomar Troia, a cidade das ruas largas...
    166... Assim falou Atena, a deusa de olhos de coruja, sem ser desobediente. Baixando e rápido voo das cimeiras do Olimpo e chegou rápido as velozes naves aqueias e encontrou Ulisses, o mesmo que Zeus, em prudência, permanecia imóvel e sem tocar a negra nave de muitos bancos, porque o pesar chegava ao seu coração e alma. Pondo-se a seu lado, disse-lhe Atena, a de olhos de coruja.
    173. Laertíada (referente a Laerte- prudente) da linhagem de Zeus! Ulisses fecundo em ardis! …
    ... junto com o heraldo Euribíades de Ítaca, correu até o Atrida Agamenon, para que este lhe desse o imperecível cetro paterno; e, com ele em mãos, tomou a direção dos navios aqueus, de couraças bronzeadas. E quando encontrava um rei ou um exímio capitão, parava-se e o detinha com palavras suaves:
    190: Ilustre! Não é digno de ti tremer como um covarde...
    quando encontrava um homem do povo a gritar, dava-lhe com o cetro e o increpava desta maneira:
    200 Infeliz! Fique quieto e escute aos que te avantajam em bravura; tu, débil e inepto para a guerra, não és estimado nem para o combate ou conselho. Aqui nem todos os aqueus podemos ser reis, não é um bem a soberania de muitos, que um seja príncipe, um seja rei...
    ( a armada foi-se construindo)
    786. Iris, a dos pés de vento, deu a triste noticia aos troianos, sob a égide de Zeus enviada que fora...
    Iris a dos pés ligeiros como o vento, se apresentou aos troianos tomando a figura e a voz de Polida, filho de Príamo...
    assim transfigurada, disse Iris, a dos pés de vento: Oh ancião! Te prazem os discursos intermináveis quanto temos paz, mas uma obstinada guerra se há promovido...
    ( Troia se organizava)
    864. Aos meônios lhes governavam Mestes e Antifo, filhos de Talemenes, dados à luz pela lagos Giga. Tais eram os chefes dos meônios, nascidos ao pé do Tmólio.
    867. Nastes estava a frente dos icários, os de linguagem bárbara. Os que ocupavam a cidade de Mileto, o frondoso monte Ftiron, as margens do Meandro e os altos cimos de Micale, tinham por caudilhos a Nastes e Anfimaco, que ia ao combate coberto de ouro, como uma donzela. Insensato! Nem por isso se livrou da morte, pois sucumbiu no rio nas mãos do célere Eacida do aguerrido Aquiles, o dos pés ligeiros, e este se apoderou do ouro.
    876 Sarpedao e o exímio Glauco mandavam aos lícios, que vinha da remota Lícia, da ribeira do voraginoso Janto.  

15 de set. de 2011

ILÍADA. Canto I. Cólera, a peste.


Depois de evocar a divindade para poder cantar “a perniciosa ira de
Aquiles”, o poeta nos diz que Crises, sacerdote de Apolo, vai ao
acampamento aqueu para resgatar sua filha, que havia sido sequestrada – cativa -
e tomada como escrava por Agamenon. Este despreza o sacerdote e se
nega a lhe entregar a filha. Agamenon despacha o sacerdote com palavras ameaçadoras.
Apolo, indignado, lhe ocorre provocar uma terrível peste no acampamento.
Aquiles  reúne os guerreiros no Ágora por inspiração da deusa Hera, e disse ao
divino Calcante que falará sem medo, ainda que tenha que se referir
a Agamenon.
Sabe-se que o comportamento de Agamenon com o sacerdote
Crises foi a causa da raiva do deus. Esta declaração irrita o rei –
Agamenon – que pede que se tiver de devolver a escrava, que se lhe
prepare outra recompensa.  Aquiles responde que as recompensas virão
quando tomem Troia.  Assim sem mais nem menos, de modo natural se origina a discórdia
entre o caudilho mais supremo do exército e o herói mais valente, Aquiles.
 A rinha chega a tal ponto  que Aquiles desembainha a espada, e haveria
matado Agamenon  se a deusa Atena não o houvesse impedido. Contudo Aquiles
insulta Agamenon, este se irrita e ameça com tirar-lhe a escrava
Briseida. Coisa que por fim acaba por fazer. Apesar dos prudentes conselhos de Nestor, Agamenon dissolve
o ágora e envia dois heraldos à tenda de Aquiles e estes levam
Briseida, ainda que ela preferira permanecer com Aquiles.
Ulisses e outros gregos se embarcam com Briseida e a devolvem ao pai.
Enquanto isso Aquiles pede à mãe, Tétis, que vá ao Olimpo   e suplique
a Zeus que conceda a vitória aos troianos para que Agamenon compreenda
a falta que cometeu. Tétis cumpre o desejo do filho. Zeus cede e de
fato se produz uma violenta  disputa entre ele e Hera, a quem apazígua
seu filho Hefesto. Só então a concórdia volta a reinar
 no Olimpo e os deuses celebram com uma festa esplêndida até o ocaso solar, para então se
recolherem em seus palácios. 

- mas quando a fugidia luz do sol chegou ao ocaso, os deuses se
recolheram aos respectivos palácios, que havia construído Hefesto, o
ilustre manco de ambos os pés, com sábia inteligência. Zeus  olímpico,
fulminador, se encaminhou ao leito onde acostumava dormir, quando a
doçura do sono lhe vencia. Subiu e deitou-se e a seu lado descansou
Hera, a do trono dourado.




12 de set. de 2011

O voto dos que não sabem.

Sou fã quase irracional de Pelé. Mas Pelé disse: brasileiro não sabe votar. Os tortos e os direitos queriam trucidar o Rei. Sabe-se porém que isso é o inconsciente coletivo de um coletivo amorfo. É o mesmo coletivo que se exclui quando diz: o povo isso, o povo aquilo. Esse inconsciente em geral se manifesta capciosamente contra o voto obrigatório – neste pensamento está implícito que a não obrigatoriedade, excluiria “o povo”, gente preguiçosa, que não iria votar e nem sabe (voltaríamos à revolução francesa) - e obstinadamente contra os alienados eleitorais. Isso que vou dizer pode-se subtrair sem perdas para o bom entendimento da coisa: Um dos significados de alienar é justamente a venda, troca, dação etc. Noutro contexto é louco. E num terceiro: alhear-se. Neste a eleição é coisa alheia ao eleitor, porque a politica é coisa alheia. Ao louco é a própria inacessibilidade da coisa. E naquele é o uso corrente do voto: vendido, trocado, dado.
Estou impedido de ver, contudo, que grandes escolhas poderíamos haver feito e que não fizemos! Claro que o vereador borracho é um aleijão político, entra na conta dos eleitores alienados, no sentido de loucos. Os demais, sem prejuízo à regra da exceção, quase anulam-na. Os suplentes assustariam até os fantasmas do nobre recinto.
É notório que Ribeirão Preto, não tem partidos políticos, tem siglas sem base partidária, programa de partido. Há muitos programas de rádio, de televisão e programas de índio. Sem partidos de fato, com muita gente filiada, o que temos são aliens, o que é outra dica para entender os alienados.
Desde miúdo sei que os vereadores influenciavam no sorteio da casa de esquina, lotes maiores, em frente das pracinhas das COHAB-s. Antes suprimiam dívidas do contribuinte junto à autarquias, hoje fazem muita pressão. Isso tudo quer dizer que virou CULTURA, o vereador é despachante. O que não podemos é seguir elegendo pelos motivos mais bizarros e depois exigir comportamento diferente. A palavra de ordem é: temos de fortalecer as instituições. Filiemos, escolha o partido, crie partido, tome partido, filie-se. Discuta dentro do partido. O partido, qualquer partido, deve ser o centro do debate. É de lá que sai o vereador com a posição dos presentes. Onde você estava?
É notório que enquanto a câmara decide se o aleijão político estava mamado, trincado, cozido, bebum ou se vão ter que buscar uma palavra estrangeira: eu sugiro Blauer. Os tedescos diriam: cê tava azulado, chucrute. O outro, poder, o executador, poderia tapar os buracos, cuidar da saúde, transporte coletivo, fazer uma licitação decente para o lixo urbano, lixo fantasma incluso, sei lá! já que estás por ai, inventa algo. Por exemplo o ponto de ônibus móvel. Banheiros móveis. Toucador: o móvel. E até trocar os vidros do box por uma guilhotina! Zás.  

11 de set. de 2011

Educação.

Havia postado como THC. Reposto como Educação. É fino, quase líquido.


Se democracia, fantasia política.
Se príncipe, fantasia egocêntrica.
Um: a loucura contra os moinhos principescos. Contra o príncipe.
Outro: a loucura dos próprios moinhos. Contra quem? Sancho, Quixote?

Pontos de vistas sobre a mesma coisa.
Num o príncipe sonha o povo.
Noutro o povo sonha o príncipe.
O rei, o presidente... a fazer o que o povo... ( povo é invenção do príncipe).
No outro; o povo quer que o rei faça... ( o rei, o presidente ou a invenção coletiva)

O que é a educação?
(sempre foi e será a maneira de se dispor de poder frente ao bruto)
Antes era a memoria.

Sem educação seguiremos crianças, quixotes, tomando moinhos por nigromantes, bonecas por bebês...
Ser educado é: saber andar entre escombros e espectros, próprios e alheios.
Ser delicado, alem do bom asseio, não ser mais cheiroso que os quitutes à mesa.
Educar é rarefazer a fase, criança, tomar uma coisa por outra, para não sentir ânsia de vômito frente aos mesmos.

A evolução do real como verdade!
o real como sensibilidade emanante (do poder de todos da massa da média das armas...) visão manipulável... adquirida...
o real como sensibilidade imanante. A própria radiação da coisa.


10 de set. de 2011

11\9. O dono do livro, a dona do Spitz Baby e o dono do mundo

.
Eu tive um Antero de Quental que separei as páginas com um estilete a medida que lia. Era coisa fake, comemorativa. Amava-o por suas alvas margens largas a distanciar a poesia de qualquer impureza. Me o furtaram. Pouco pude. Como pouco pode a dona do spitz alemão, furtado. Ela ficou com a foto, eu com alguma memória da poesia. Cão e poesia valem muito pelo significante. Agora os imagino tristes a olharem, para quem os cuida. Diante da tristeza do meu Antero negaceando à sua nova dona, do peludo caro cão a enfrentar com tristeza a mirada do ladrão, devemos liberá-los para que signifiquem plenamente ainda que aos gatunos.
Os donos do mundo também devem alforriar o sentimento do mundo, para que este seja em plenitude a bela cesta de verdades variadas, com celofane de estrelinhas douradas. Umas ridículas, outras raras, outras estonteantes e algumas violentas. Adeus Antero, adeus Baby, e descanse em paz WTC.

9 de set. de 2011

Fausto. Mefisto. Marx. Goethe.





 
Fausto é quente como o próprio inferno. Dualidade céu e terra. Um pacto entre deus e o demônio a despeito do homem. A coisa é uma disputa ranheta - pelo humano, frágil Fausto - entre dois dos vértices do universo, que agem como se fossem as pontas das asas de um origami simétrico. Sem querer adiantar analogias, é dizer que, o universo é uma toalha tridimensional, ou um lençol, o livro é um nó nesse pano, aonde somente as pontas estão livres.

Mefistófeles desce a terra para conquistar Fausto. Fausto anda muito angustiado, pois apesar de todo seu conhecimento, não encontra sua razão de ser e de felicidade. Herói fragilizado acaba por aceitar o pacto com o diabo, assinando com o próprio sangue.

Fausto sai em viagem com o Pé-de-pato. Vão em busca do mundo dos prazeres. Que não o mesmo de os prazeres do mundo. Visita um boteco, o mundo da feitiçaria, onde recebe uma poção de rejuvenescimento, plástica esta que o habilita ao amor de Margarida. Mas em algum lugar, no espelho da história, da mitologia talvez, Fausto vê Helena, a mesma de Menelau. Pobre Menelau. Fausto se apaixona por Margarida. Perdidamente. Mefistófeles proporciona-lhe prazer carnal e espiritual. Cria-se então a tragédia de Margarida. Os mancomunados não pensaram na moça.


Que coisa é Fausto? Um novo homem?

Devo partir do seguinte: a arte é autônoma, mas o artista é homem, e como tal tem a autonomia restringida, e para Goethe a restrição é entender o homem.
Eu penso que Goethe se fez uma pergunta e a sua resposta é: Fausto, ao mesmo tempo resposta pergunta. Wood Allem sempre diz que um judeu responde com uma pergunta? É o que você quer saber?
Um dos aspectos dessa resposta é a forma. A forma poética. Dentro da tradição da poesia de Dante, Homero etc que é a linguagem. A linguagem como forma de liberdade, já que a razão tem grilhões, que a linguagem desconhece, tirante a gramática, a sintaxe. Mas suspeito que a poesia libera inclusive o autor. Chego a pensar que a poesia se dá as expensas do autor. De tal maneira que a cada leitura, fazemos novos entendimentos, dos mesmos significantes.
Fausto de Goethe é um homem que tem que tomar decisões dentro. e em conflitos dentro da zona conflituosa, ele mesmo. O homem poético é conflituoso, ao mesmo tempo que é sujeito desse conflito e sua solução. Sujeito de sua própria história e um desconhecido para si mesmo.
Entendo como solução, encontrada por Fausto, a ação em oposição à contemplação.
Nos dias de hoje o equivalente mefistofélico é a técnica. Eu, neste instante prático este pacto, homem diabo, que é homem\técnica, de qualquer forma um charlatanismo, noutras palavras: dominar o processo.

Para que dominar o processo, se não que para ir ao encontro de um desejo. O ponto central é o sentido da existência, se a existência fosse um lugar e nele instalássemos um desejo. Não importa a dificuldade de satisfação do desejo, satisfeito o desejo, o sentido da existência não se satisfaz. O homem deseja, mas deseja o quê?

Fausto o poema, lança uma flecha sem futuro, sem alvo, ou de alvo invisível, ou seja, há limites?
Há limites à satisfação dos desejos? Como o socialismo recepciona essa questão? As vezes penso que são perguntas demais, para uma resposta pergunta.
Se a satisfação do desejo é imposição de sofrimento ao outro, devo, obrigatoriamente, pensar em limites. Moral? Ou dos inseparáveis teológico teleológico medievos impregnados?

Volto a pergunta: Fausto está descontente com os limites. O pacto com o diabo lhe dá um plus, ultra, como um bônus, uma sobrevida; coisa por demais comum em videogames, onde dependente da ação; ganha-se: vida .
O pacto é uma maneira de escapar da teologia medieval, e assim ganhar autonomia em relação a deus.
Mas independente da ampliação do limite, ele está ai. Fausto percebe à sua volta que o infinito é impossibilidade na concretude dos limites, no amor, no poder, mas ele quer ir além e ai está a tragédia.
O real é inacessível e incontornável, é heideggeriano. Mas e o pacto? O pacto dá a Fausto uma autonomia em relação a Deus, que é uma forma de se atingir o real, mas atingir o real é chegar à morte, à tragédia. O raio de luz. Isso faz da coisa algo irracional, sendo que de todos os reinos, o animal racional é justamente aquele que assim age: irracionalmente,
E apesar de dono do destino, conhecedor dos processos e dominador das técnicas, é sentimental. Duas almas, uma com e outra sem limites. A cultura, o ancestral confronta o prazer.
Há uma certa busca por uma conciliação da dualidade vida e morte.

Em qualquer momento pode-se interpenetrar Mefisto de Klaus Mann, do filme de mesmo nome, de István Szabó, com Klaus Maria Brandauer, que vi no cine Cauin (Lafaiete) a long time ago, sem pipoca.

Dialogo constante entre Fausto e Mefistófeles. Duas almas, uma com limite, outra sem limite. Uma que se apaixona pelo simples pudoroso, ancestral.
E a outra pelo prazer, a traição, o sem limites etc.

O que existe não existe para ser contemplado, mas para ser transformado. É uma fonte qual bebeu Karl Marx. Teses sobre Feurbach. Ideologia Alemã.

Uma pala.

Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo. Porque, kann die Welt nicht bleiben wie sie ist. Por isso, deswegen muss sie verandert werden. Se, o mundo não pode ficar assim, para tanto deve ser transformado in einer Art und Weise, in die alle Menschen einbezogen sind. De maneira includente. Assim o filósofo não pode proibir mais que ninguém... deveria proibir menos, talvez, se também imaginar mais coisas que o ser acomodado. Dessa maneira Schließlich finalmente gibt há es nichts nada, was dem Philosophen, sowenig wie dem Bourgeois, verbietet, zur Veränderung der Welt mit beizutragen



Mas transformar para que?
Responde Goethe, Fausto e Marx:Transformar por transformar, o processo independente do resultado, o resultado como acidente. Como na História Infinita, não se passa da ficção à ação, ou do ficcional ao real sem que se perda o cerne.  É o paradoxo.

É tudo com o homem. Não há teleologia, nem natureza humana, nem natureza, nenhuma ordem.
Onde a única certeza é o vazio e a insegurança nos âmbitos internos e externos respectivamente.

Fausto é:
Tudo fazer para responder quem sou eu.
Tudo fazer pelo amor.
Tudo fazer para transformar sob o comando humano.
Tudo sem medo do caos.








7 de set. de 2011

O preconceito é um desmaio diante de insuportável dor. Thelma and Louise!!


Fui comunista quando não sabia o quê, do comunismo. Ou então, pensava que os comunistas odiavam Romanée Conti, Jamon de Bellota,  Alcachofra e Granapadano, ou deviam odiar, ou seja da mesma forma que todos hoje são anticomunistas. Está sublinhado nas artes, na retórica, na prática, no medo, e na própria noção intuitiva de prazer do indivíduo consumidor de espaguetes, sem vê-los platelmintos:  a classe operária tem o paraíso interditado.  Houve quem pensasse que os comunistas comiam crianças, mas ambos os grupos: os que espalharam a noticia e os que creram nela, eram aleijões humanos.
 Tinha por crença a coisa estoica tardia, que a virtude fosse bastante para a felicidade. Pura bobagem, pré-juízo, de quem nunca havia lido William Reich no escuro:
...a vida...
 a vida  não aceita ser expressa por frases tediosas, e só aceita ações transparentes... .
 O preconceito é como o desmaio diante de insuportável dor,  é o limite da resistência sensível do cognoscitivo, é o medo de avançar  e se fazer pura transparência, e se manter alheio aos ossos, da sólida ignorância calcificada, naquilo que não reflete na branca tela da escura sala, a pura carne.
Busquei nos axiomas os conceitos com respeito ao comunismo, e da mesma forma aconteceu quando refinei os entendimentos teológicos, tudo virou fumaça: axiomas e conceitos.
 Os conceitos também rarefazem a liberdade. A interditam.Talvez em menor grau que o preconceito.
 Mas, liberdade é não margem, como quer Guimarães Rosa: em A Terceira Margem, a coisa em si, o rio correndo, a narrativa, o destemor quando:
 Viver é perigoso.
 Dai que comecei a desfrutar, sem deus e sem mundo melhor.
Do que restou, o desgraçado, o  melhor dos mundos: o penitente purgatório, coisa infantil, adolescente, por isso embirrei, e do-contra,  comecei a velar pelo o inferno, não como concretude, por impossível, mas como possibilidade de inquietação, de ladino sofismar, que por sabedoria extraída da experiência, sei, a mera possibilidade de algo, um nenúfar infernal, se raro isótopo de curtíssima vida, sei que se me esbarrará. Não deixo de ter esperança. Não vou desmaiar. Treino. Oro. Não prego. Oro para não desfalecer, se alguma luz assombrar minha ignorância e para que ela se mantenha calada em obséquio de meu prazer.

Não pense que sou um idiota, à beira do abismo, desafiando a gravidade e os limites de minha carcaça. Não! Não mesmo! Meu interesse está antes da morte. Está na vida em vida. Depois dela nada me interessa. Nada a ver com o cristianismo punitivo de Thelma and Louise, que saltaram no vazio em busca de penitência, auto-julgamento sem precedentes, a  rememorar o próprio filho que se anunciou pelo anjo, anunciando-se em suores e sangue, no horto das oliveiras.   

6 de set. de 2011

Uma manhã não anunciada: A Queda. 11\9.



 De todas as estações: A Queda.

Vivo num país,livre, de estações bem definidas. De outro modo: vivo num país, falto, de estações bem definidas. São duas maneiras de ler nosso clima. Uma: indígena. Esta alienígena, forasteira, e trocando em miúdos a botar palavras chãs: imperialista. E a propósito de minha tão dileta estação, nela vi o muro, ao mesmo tempo em que caiam as folhas no Tiergarten, ruir. Não há porque não curtir os minutos vãos dos desvãos da glória, pouca. Tudo é pouco, curto, dentro dessa efêmera biologia. Mas sem ir longe, à porta de casa a sete copas e suas folhas forram a praça. Árvore que arvora sua própria estação, pois uma quadra acima a sete copas já está novinha em folha. Falta alegria nas folhas caídas, por isso admiro a queda, que me faz esbarrar à própria majestade, o devir. Com a queda só aprendi a cair, e nada mais que amar a queda e amar-me e ser amado nela. Afinal, vivi na queda. Caí. Um sem fim. Um parafuso espanado. Poço. Profundo. Assim é a folha da sete copas, dado momento se desprende e flutua, sem rumo, na queda só há sentido, a direção é desobrigada. Um esperneio, birrento, mas raso chão é acontecimento inexorável. Sem ser historiador, posso apropositar a entendedor de queda, que a queda do império ou a inflexão se deu naquele ponto, onde a abelha botou seu ferrão. Se o zangão morre em pleno voo, o império não morre antes da hora. Muito se agitará, por gigantismo, qualquer movimento dele é, e o será, perigoso. O movimento completo durará um monotônico mil e um compassos, allegro ma non troppo. Claro, dependerá muito das forças ascendentes - desconheço solidariedade entre países - e dentre estas forças está o Brasil. Mas o ocaso americano, ainda pode assemelhar-se ao solar. Desaparecido, brilha imenso vermelho alaranjado, para algo, nos iluminar.         

5 de set. de 2011

Das manhãs de setembro: 11.


  

Fui eu quem se fechou no muro
E se guardou lá fora
Fui eu quem num esforço
Se guardou na indiferença
Fui eu que numa tarde
Se fez tarde de tristezas
Fui eu que consegui
Ficar e ir embora...
E fui esquecida
Fui eu!
Fui eu que em noite fria
Se sentia bem
E na solidão
Sem ter ninguém
Fui eu!
Fui eu que em primavera
Só não viu as flores
E o sol
Nas Manhãs de Setembro... Vanusa.




Vivian sempre acordava mais cedo, para ficar zanzando por casa e em pelo pelo quintal. Vestia-se de Eva. Ligava o radio na radio que só tocava as mais tocadas. Naquela manhã, que ainda não era a manhã não esperada, não foi diferente. Eu teimava em dormir e metia o travesseiro nos ouvidos, sempre voltava a dormir. Naquela manhã mesma não foi diferente. Diferente foi o fato de Vivian vir me despertar, ela jamais me despertava, assim: Ô. Acorda Ô, ela me chamou pelo nome tão-só uma vez. E não foi naquela manhã que me despertou. Nua aos pés da cama, mordendo uma maçã, cheguei a me excitar com a visão do paraíso. Tive vontade de perguntar de que árvore era aquele pomo divino. Na verdade eu perguntei, mas ela não entendeu a piada. Então Vivian me disse: Ô, Mataram o Toninho do PT! Não! Vivian jamais diria dessa maneira. Ela disse foi: Ô, Mataram o Prefeito. Eu é que sabia que o prefeito era o Toninho do PT. E diante de minha incredulidade, me disse que estava passando na TV. Corri à TV. E lá estava a EPTV Campinas repercutindo o acontecido naquela madrugada, quando o Prefeito de Campinas fora alvejado por não se sabe, até os dias de hoje, por quem. Ocorre que o primeiro avião já havia encetado a uma das torres do WTC, e a repercussão da morte do prefeito foi interrompida para mostrar o que havia ocorrido em NY, e quando pensava que fosse um replay, era não, era outro avião varando a outra torre como uma frecha. Anos a ver cinema, anos a ver cenas de estética e técnica duvidosa. Ali estava a perfeição da realidade. A crueza da realidade, sem rococós, banal, a mais pura simplicidade, nem mais ou menos luzes. Concebi ali a crítica do que antes era só o meu tédio para aquele tipo de cinema, que sempre me tanto fez mimética kinéctica, cinética. Não houve tempo para tanta especulação, e as torres vieram abaixo. Especulavam supostos outros ataques, que de fato houveram, mas não pude vê-los ao vivo, eu tinha que levar Viviam, a “pegava” no Largo do Pará, mas com a tratativa de portá-la a sua casa na manhã seguinte, e aquela era a manhã seguinte.   

29 de ago. de 2011

José Dirceu, Maria dos Santos, Veja e Eu “ à nível de Veja”





Sábado o Luiz Fernando Juncal postou no Facebook uma postagem do Blog de Luis Nassif. Onde Nassif descreveu a metodologia empregada pela revista semanal, para capturar\bisbilhotar José Dirceu. Não sou legalista – questões intestinais – ou moralista – a hóstia sempre grudava no céu da boca, apesar de sempre haver confessado, o cristianismo não se dissolve com amilase, baba, perdigoto, cuspe.

Neste ponto você deve ouvir esta CANÇÃO.. Para continuar a ler. Ou ler enquanto faz a audição.



Na época do mensalão não me espantaram, os métodos dirceunianos de “cooptar” o congresso via papel moeda, pois a intenção subjacente, era minha conhecida, ainda que literariamente, ou da “praxis” certos grupelhos do movimento estudantil, a citar: MR 8.
As dificuldades de qualquer governo com esse arremedo de partidos sempre serão grandes, uma coisa é ter uma oposição, por exemplo o PSDB nesse caso, ou o PT oposição no governo FHC, por quaisquer posições minimamente programáticas, partidárias. Outra é não ter oposição fixa. Oposição nuvem. Fisiológicos que todos até então enfrentavam, sempre, de maneira não declarada, ou as claras. Só um mal dizer, ou outro, de FHC, por ainda andar lá pelas bandas da literatura pastoril.
Talvez o Zé Dirceu, no mundo real ( no mundo real a fome não é estatística, a estatística não é fome, e como diria Tim Maia, me de motivo). Zé Dirceu que andou por ele ( o mundo real) fazendo filhos, disfarçado, outro nome, sabia que ao montar no cavalo do poder, não se lhe oporiam posturas - minimamente - políticas, ideológicas, como as que Lenin se deparou nos salões da bailarina amante do Czar, e do balcão do mesmo palácio soltou discursos, como labaredas saídas da boca de um dragão, a queimarem a gordura daqueles cérebros estupefatos, principalmente dos seus Bolcheviques, mas também de Mencheviques.
José Dirceu sabia que ali, naquela Brasília nada de Mencheviques, mas sim os próprios heraclitianos porcos a se lavarem na lama e bois, e seus chacareiros, palhaços e outros ruminantes, radialistas, médicos com ternos de risquinhas (não é comum dos médicos esse hábito, não aos médicos médicos), médicos ex-prefeitos, ex-prefeitos guindados pelos votos de cidades de 80, 100, 200... mil habitantes com suas necessidades fisiológicas, ambulâncias, pontes, asfalto para estradas vicinais, segundas mulheres, segundos filhos, maridos das filhas, etc. Tudo a ser saciado a cada votação, guiada por “lideranças” partidárias ( imagino o asco sentido pelo Zé diante destas lideranças, a preencherem bilhete de mega sena na antessala).
O que se deu foi relação de uso, como aquela que se dá com um prostituta, ( eu pergunte
a Maria dos Anos, quanto custa pra se ver?), na qual não há a minima necessidade de que unhas postiças e esmaltadas te percorram o peito peludo a desenhar geografias dissimuladas, enquanto a fumaça do cigarro vaga como a mente e como a vagabunda.
A solução foi a compra por atacado. Uma espécie de Paredón. Um auditório SS: quem quer dinheiro? Hahai Lombardi. Um escarro de fumo mascado clinteastwoodiano nos escorpiões. Uma inversão de valores, ou melhor, inversão de papéis, a esquerda ideológica a comprar a moralidade cristã, rural vestida de cravo na lapela e os próprios confessores em seus confessionários. Gozo. Folga. Sim folguei com aqueles dias.
Claro que a coisa não iria longe, afinal o que se comprava era a parte mais podre do cachorro morto em decomposição, da aparente saudável sociedade brasileira dos cães de raça.
Dirceu bandido banido ora vestido de domador de vanidades caninas mumificadas. Eu havia lido Was tun? Oder, Lenin gesagt habe: was tun? Respondeu: Rumo a estação Finlândia: Lenin gesagt habe, e a questão do iceberg submerso, a parte ilegal do partido, era o Zé, praticando, funcionando, adaptando no calor da luta, dentro dela no seu decorrer. Eu gostava, cúmplice, batia também com minha cultura cinematográfica de “velho oeste”. O sempre Clint que partiu bandido agora volta e vira mocinho, para salvar a prostituta francesa que virou donzela, o barbeiro, o coveiro e o taberneiro.
É o mesmo Lenin espremido, dentro de um vagão, pelos que andavam ávidos por ouvi-lo. O próprio jogo, o filme, o livro e a camiseta eram de bandidos, e nisto não há nem havia bem que pudesse ser bom. Mas, eu gostava. Desfrutei. Zé Dirceu era o traficante que “fez fiado” a viciados empedernidos. Afinal que ideologia, que discurso, que retórica poderia tocar aquela gente, senão que a migalha da qual sempre foram escravos, a manutenção de uma chácara com piscina na triste e seca Palestina, a beira do rio Turvo e o jet sky arrastado pela camionete até o Guarujá. Tudo tem sua graça, até mesmo isso. Eu provei e prefiro uma canoa com branca vela velha, mas tem que ter espirito, algo de fantasia interior, para o tempo\trajeto e se não for inventivo, que é o meu caso, busca-se num O Velho e o Mar.
Mas o que fazer quando a aparência é o que importa? Então vem o Zé Dirceu, e diz para o cara de peixe: o ranho da vossa constipação se lhe escapa sobre o bigode!
Para Roberto Jefferson foi demasiado, isto somado a 4 milhões de reais a lhe esfregarem na fuça.
Toma verme.
Toma carniça.
Tome seu bosta.
Como, quem recebe como parte sólida do menosprezo, alem do dinheiro, um bolo de merengue de clara mal formada, na cara .
Mas um pouco de brio tinha o homem, um brio de verme, de lombriga, de taenia. Muitos da dita elite tem nas profundezas da mente o que é comum os flagelados terem no intestino.
Pois o que os vermes não aceitaram foi o vulto refletido da própria vulgaridade vermiforme, banalizada.
No fundo, no princípio também sonharam em ser políticos. Com seu lado romântico. Claro que sim. Mas isso se havia corroído pela fragilidade da composição de seus próprios princípios.
Anteriormente o cara apresentava um projeto. Passo a passo: do projeto a propina. Ou seja, projetava a propina , mediante obtenção, sanção de um projeto em favor da gentalha de sua terra natal. Duas cadeiras de rodas, um berçário, por exemplo, para atender as empregadas domésticas que lhe escutavam pelo rádio, e do cabo eleitoral que perdeu a perna na moenda, ou com a diabetes pelo excesso de cana. Afinal só bêbado e mamado.
Naquele momento não!
Ouviam: Não, nem precisa de projeto Excelência, tó, toma, pegue é seu o pacote, e a mala ofensiva e ostensiva à mesa, que o convocava ao plenário, à militância, uma militância de puta, sem direito a discurso, um rebanho ruminando, que por vezes errou o voto. O mesmo método que eles aplicavam ao seus eleitores.
Doravante eles eram os descalços, descamisados. No sentido que isso possa ter em relação a carência de qualquer minimo que calce-o de valor humano. Camisetas, bolas, chinelos etc.
Resumo da ópera: compra de voto.
E compra de voto é abusar da fragilidade do eleitor. O mundo sempre coloca a boca no mundo, ainda que da boca para fora.

26 de ago. de 2011

Muralha da China.


 De tudo há. Assim há uns que pertencem a deus. Outros que são fantasmas. Os mumificados. Domésticos. Porcos. Sereias. Fabulosos. Libertos. Todos os anteriores. Os que se agitam como loucos. Os pintados com pelo de camelo. Há os que não são os anteriores e nem os a seguir nomeados. Os que acabam de quebrar o rabo. Os que de longe parecem moscas. Lista livremente adaptada desde Borges, el outro, que cita enciclopédia chinesa. Os animais. A lista interdita qualquer possibilidade de pensar ausências. Cada elemento taxonômico é universo de semelhanças e fronteiriço de universos de diversidades. É geografia estranha, entrelaçada, sem todavia permitir intersecções. Onde, mesmo o ranho é um ciclope quando em cavernoso nariz. Esses seres que são todos, nós incluídos, nos vem facilitar o pensamento, acomodá-lo no seu puf ideológico ou simplesmente caótico, desatento, casual e provável, se fosse possível impedir o acaso num jogo de dados. Nada mais terrível que incomodar o acomodado. Com isso esta taxonomia geral e irrestrita assossega a todos. Para que cada um se acomode, no seu balanço. E não se meta em universos outros e desconhecidos, inacessíveis por interditos. Dai que o melhor a fazer é a cara patética do universo de iguais, ao qual devíamos nos manter restritos. Mas mesmo isso não nos atura, ainda quando esbarramos em verdadeiras muralhas de desconhecimento, teimosamente apomos as nossas, feitas de quadrados tijolos, da massapê endurecida pelo pisoteio de ignorâncias, para não ver assimetrias outras. Assim estanques entre amuradas, o discurso que deveria pairar por sobre o universo de singularidades, incerto como uma nuvem, para ver, sentir, aperceber o universo de diversidades dentro do universo das semelhanças, se torna interdito, rarefeito a criar guetos inacessíveis às diferenças, diversidades, e nem sequer chega-se a segunda lei da termodinâmica. Desse modo o esparramo caótico do céu estrelado, que é só uma das possibilidades, acaba por ser ferozmente vindicado como único e imutável, como a própria muralha da China.  

22 de ago. de 2011

Futebol.




Desde sempre gosto de futebol. De menino, aproveitava cada intervalo de outras atividades para meter ai no meio um bola. De pano. De meia. De plástico. De capotão. N° 3, N°4 e 5. No hora do recreio, na horta com os repolhos, quando o Vicente atirava o repolho e então, eu “fazia a ponte” e gritava enquanto caia com o repolho-bola: Mazuuuuuurkiewcs, grande porteiro cisplatino da copa de 70, aquele que Pelé, a coisa quântica: ora Pelé, ora bola. Diante de tamanho obstáculo, Mazurkiewcs, se separou em bola e Pelé, cada um sendo o mesmo, cindido “passou” cada qual por um lado do goalkeeper. Puro encantamento, poesia quântica EΨ = ḢΨ. Diferente de Maradona e Messi sendo que ambos os argentinos, aquele não conseguiu, este ainda não pode ser dual. Pelé\Bola. Pelé o Rei. Este também desconheceu o barroquismo praticado pelo Gaúcho, Neymar. Nomeio-os para estabelecer paralelo de retas, que contra a regra matemática se afastam, apesar de um certo paralelismo inicial. Note que não os boto na mesma frase. Não são dignos, nem sou louco de tal desrespeito. Nem sei tampouco se é gramaticamente possível ter um sujeito como Pelé junto a outros sujeitos de ordens inferiores. Enfim o sujeito não se matiza.
Jogava, ia ao estádio Alfredo Comacchio em Bonfim Paulista assistir o Bonfinense. Ia à Joia de Cimento Armado. Ao Santa Cruz fui ver o adeus Dele, Zé Mário e um Sócrates primevo. Ouvia os jogos do Bafo, do Corinthians e tudo em seguida os comentários das partidas. Na segunda-feira lia o jornal por mais comentários e análises.
Já adulto li as crônicas de Nélson Rodrigues sobre futebol.
Depois me desinteressou pouco a pouco qualquer comentário ou narração a respeito. Creio, que o primeiro passo foi justo terminar a Copa de 1982, em Espanha e então completamente antes da copa qual Zagallo foi guindado a treinador pela enésima oportunidade. A gota d´água foi vê-lo no Jô Onze e meia, dizer que desconhecia a partida beneficente pró Garrincha, em notória trajetória de choque com o Absurdo: Garrincha.
A crônica esportiva começara a ganhar toques de Contigo, bastidores, batom e blusch. Um que outro jornalista esportivo se ocupou das mazelas do futebol, tentando aparentemente dar-lhes caráter político, mas cujo viés, até hoje, não ultrapassa o moralismo de vigário pedófilo. Sendo que ainda que a este moralismo; estes tipos que dele se afanam e afamam, nas três formas de pretérito e presente do indicativo, sequer o tangenciaram apesar de tsunâmica azafama.
Isso que vou dizer merece nova postagem: A queda do futebol é concomitante à baixa qualidade da crônica esportiva. 

21 de ago. de 2011

Ceci n´est pas un loup. Ou nem te ligo vitiligo.




Talvez morrer de fome seja tão angustiante quanto comer uma ostra seguida de Prosseco bem gelado, como antepasto a parrilhada de frutos do mar. Mas pelo fato de culturalmente, ao longo de todo o processo civilizatório, termos carregado de valores e fetiches: a ostra, o Prosseco, a trufa. a picanha com alho então morrer de fome é ruim. E assim e só assim posso compreender como vitória, a pasmaceira gandhiana, ou a passividade permissiva brasileira, a paz dalai lamista do Tibete.
O mundo nos oferece alguns discursos em condições bastante objetivas que podem balizar nossos comportamentos de tal modo conseguirmos uma boa correlação de forças entre os pares. Tirante obviamente, seculares e eternos ditos sofistas e não casuisticamente conservadores, como: “oferecer a outra face”, “nem te ligo vitiligo”, a resignação e o silenciar-se como fonte de superioridade e sabedoria, como quis Lao Tsé no seu “quem sabe não fala”, que nos tem derrotado desde sempre, senão que no silêncio do réu, para fintar os óbices da lei e obstar do incriminar-se, onde diga-se de passagem, talvez fosse a grande, única e pedagógica punição possível, justamente narrar a malfeitoria até sangrar-se, como forma de encontrar-se consigo mesmo, na raiz e na flor da maldade. Ou seja toda essa não atividade, não reação diante dos fatos, seguem sendo anunciados pelas governantas e mordomos como: o melhor dos mundos possíveis, a oferecer na bandeja como canapês a maneira “sofisticada” de comportar-se. Dê a outra face, e agradeça a deus. Mas não é isso, e nem só isso, pois trata-se a olhos vistos de um sofisma.
O inconsciente – se instinto - nos faz iguais, não a essência que nenhuns sabemos sequer do que é feita e sequer se é feita, tal igualdade quando muito é DNA de uma origem comum, que não nos remete ao barro bíblico.
Porque e enquanto isso, no mundo real, no meio da praça a personagem, Corrupção, se esgoela numa grita infernal, pedindo e clamando por um inquisidor, uma fogueira que a queime ali, catarticamente.
Não podemos nos silenciar. O silêncio só serve ao réu. Mas todo aquele que prega o silêncio como forma de grandeza e sabedoria, o faz grandiloquentemente de Lao Tsé, passando por Jesus, Gandhi, Dalai Lama até chegar aos contemporâneos manuais de autoajuda. As gritas, as acusações, o silenciar-se etc, são formas de exercício ou abdicação do poder, no caso: abdicação

A leitura do artigo da escritora Ely Vieitiz. O silêncio dos Lobos no Caderno C do Jornal A Cidade 21\06, num primeiro momento me deixou intrigado. Reli-o. E não se aclarava; atentamente frase por frase; parágrafo traz parágrafo; nenhuma incongruência na conotação metafórica (lobo em pele de cordeiro): silêncio\sabedoria em oposição a respostas ásperas, pareceu-me tão só estética a diferença, onde subjaz mais o caráter chá das cinco, (sofisma\sofisticado) que qualquer razão mais positiva ou civilizatória do instinto entre elas, das diferenças: a sabedoria. Pensei então tratar-se de uma personagem, que os via malogrados, a explicar os tais silêncios, superiores. E talvez nisso estivesse a contradição. A resposta áspera na elucidação: a publicação. A Metalinguagem. Como a frase de Magritte sob o cachimbo desenhado: Ceci n´est pas une pipe.

Ajuntado os fatos. Outro dia circulou por Ribeirão Preto a primeira edição da revista Revide que anunciava as 100 pessoas mais influentes no município. Adoro as listas de 10 melhores ou 100 melhores para quaisquer atividades. Tanto que outro dia comecei uma lista das 10 canções que mais gosto da MPB, mas logo lembrei do Luiz Melodia que havia ficado fora Salve linda canção sem esperança, logo supus 15, 20 e fácil fácil chegava a 100. Então entendi a ausência de Júlio Chiavenato.          

20 de ago. de 2011

CORRUPÇÃO: Quanto mais leis, mais vícios, ou possibilidades deles.

Entendendo a corrupção.


,A corrupção é no mínimo subjacente, se tratamos da humanidade, não de panapaná. Os homens têm interesses outros aos das borboletas. A Globo imortalizou dois tipos de caçadores: o de corruptos - marajás – via Collor e o de borboletas em Odorico Paraguaçu, Dirceu Borboletas. Ambos bastante diversos. Este a fuga da realidade, cômico; o outro, a tragédia digna dos clássicos Gregos, que numa leitura de média apneia - mergulho nem tão profundo que exija tambor de oxigênio, tampouco superficial, que se faça sem escafandro - aproxima Collor a Édipo ou a Coração Satânico de Allan Parker, aonde Harry Angel busca-se, já que o assassino é o próprio. Collor quanto Harry Angel (Mikey Rourke) revivem o fato, na repetição sob o prisma do outro, seja, com culpa. Assim devemos buscar o Corrupto, até o fim. Sem medo de nos encontrarmo-nos.


Nesse sentido não posso esquecer a Jackson do Pandeiro, mas quem disse o que direi é Aldir Blanc … pois quem vende saúde\ possivelmente é doente. Para que citei a Globo? Porque exerceu\exerce o papel junto à população, que os EUA exerceram\exercem no Brasil. Um no Brasil pessoa jurídica e aquela no Brasil sentimental. Por nenhuns tenho interesse aqui. Tão-só olho por este buraco de chave, donde tento ver o todo, deslocando o olhar, ou a simples e dissimulada atenção a coisas de cariz público.
Tivemos dois estilos de governos desde Harry Angel Collor de Mello. Um que vendeu o que tínhamos, e, o mais lucrativo: o que havia por construir. O outro, o direito de execução da possibilidade do se fazer. Lá subjetiva. Agora objetiva. Antes a concessão. Aqui o equipamento. Antes o estudo sobre a enchente. Agora a obra. Então os intelectuais. Doravante os capatazes.
O problema central ainda é o fato de as elites econômicas não legislarem diretamente, mas via representantes elegidos pela massa. Seja há o político que aceita esse perfil. Defender a propriedade de outrem. O exerce. Mas há o político que cobra parcelas da propriedade, seja ela, valor mobiliário, móvel, imóvel ou subjetivas tais como direitos, dignidades... Pois o que funda nossa sociedade é a propriedade, pequena, ínfima ou imensa. O estado é o juiz e a polícia e gerador da lei que rege, vigia e pune a expropriação. Me parece uma boa frase: Quanto mais leis, mais vícios, ou possibilidades deles.