29 de ago. de 2011

José Dirceu, Maria dos Santos, Veja e Eu “ à nível de Veja”





Sábado o Luiz Fernando Juncal postou no Facebook uma postagem do Blog de Luis Nassif. Onde Nassif descreveu a metodologia empregada pela revista semanal, para capturar\bisbilhotar José Dirceu. Não sou legalista – questões intestinais – ou moralista – a hóstia sempre grudava no céu da boca, apesar de sempre haver confessado, o cristianismo não se dissolve com amilase, baba, perdigoto, cuspe.

Neste ponto você deve ouvir esta CANÇÃO.. Para continuar a ler. Ou ler enquanto faz a audição.



Na época do mensalão não me espantaram, os métodos dirceunianos de “cooptar” o congresso via papel moeda, pois a intenção subjacente, era minha conhecida, ainda que literariamente, ou da “praxis” certos grupelhos do movimento estudantil, a citar: MR 8.
As dificuldades de qualquer governo com esse arremedo de partidos sempre serão grandes, uma coisa é ter uma oposição, por exemplo o PSDB nesse caso, ou o PT oposição no governo FHC, por quaisquer posições minimamente programáticas, partidárias. Outra é não ter oposição fixa. Oposição nuvem. Fisiológicos que todos até então enfrentavam, sempre, de maneira não declarada, ou as claras. Só um mal dizer, ou outro, de FHC, por ainda andar lá pelas bandas da literatura pastoril.
Talvez o Zé Dirceu, no mundo real ( no mundo real a fome não é estatística, a estatística não é fome, e como diria Tim Maia, me de motivo). Zé Dirceu que andou por ele ( o mundo real) fazendo filhos, disfarçado, outro nome, sabia que ao montar no cavalo do poder, não se lhe oporiam posturas - minimamente - políticas, ideológicas, como as que Lenin se deparou nos salões da bailarina amante do Czar, e do balcão do mesmo palácio soltou discursos, como labaredas saídas da boca de um dragão, a queimarem a gordura daqueles cérebros estupefatos, principalmente dos seus Bolcheviques, mas também de Mencheviques.
José Dirceu sabia que ali, naquela Brasília nada de Mencheviques, mas sim os próprios heraclitianos porcos a se lavarem na lama e bois, e seus chacareiros, palhaços e outros ruminantes, radialistas, médicos com ternos de risquinhas (não é comum dos médicos esse hábito, não aos médicos médicos), médicos ex-prefeitos, ex-prefeitos guindados pelos votos de cidades de 80, 100, 200... mil habitantes com suas necessidades fisiológicas, ambulâncias, pontes, asfalto para estradas vicinais, segundas mulheres, segundos filhos, maridos das filhas, etc. Tudo a ser saciado a cada votação, guiada por “lideranças” partidárias ( imagino o asco sentido pelo Zé diante destas lideranças, a preencherem bilhete de mega sena na antessala).
O que se deu foi relação de uso, como aquela que se dá com um prostituta, ( eu pergunte
a Maria dos Anos, quanto custa pra se ver?), na qual não há a minima necessidade de que unhas postiças e esmaltadas te percorram o peito peludo a desenhar geografias dissimuladas, enquanto a fumaça do cigarro vaga como a mente e como a vagabunda.
A solução foi a compra por atacado. Uma espécie de Paredón. Um auditório SS: quem quer dinheiro? Hahai Lombardi. Um escarro de fumo mascado clinteastwoodiano nos escorpiões. Uma inversão de valores, ou melhor, inversão de papéis, a esquerda ideológica a comprar a moralidade cristã, rural vestida de cravo na lapela e os próprios confessores em seus confessionários. Gozo. Folga. Sim folguei com aqueles dias.
Claro que a coisa não iria longe, afinal o que se comprava era a parte mais podre do cachorro morto em decomposição, da aparente saudável sociedade brasileira dos cães de raça.
Dirceu bandido banido ora vestido de domador de vanidades caninas mumificadas. Eu havia lido Was tun? Oder, Lenin gesagt habe: was tun? Respondeu: Rumo a estação Finlândia: Lenin gesagt habe, e a questão do iceberg submerso, a parte ilegal do partido, era o Zé, praticando, funcionando, adaptando no calor da luta, dentro dela no seu decorrer. Eu gostava, cúmplice, batia também com minha cultura cinematográfica de “velho oeste”. O sempre Clint que partiu bandido agora volta e vira mocinho, para salvar a prostituta francesa que virou donzela, o barbeiro, o coveiro e o taberneiro.
É o mesmo Lenin espremido, dentro de um vagão, pelos que andavam ávidos por ouvi-lo. O próprio jogo, o filme, o livro e a camiseta eram de bandidos, e nisto não há nem havia bem que pudesse ser bom. Mas, eu gostava. Desfrutei. Zé Dirceu era o traficante que “fez fiado” a viciados empedernidos. Afinal que ideologia, que discurso, que retórica poderia tocar aquela gente, senão que a migalha da qual sempre foram escravos, a manutenção de uma chácara com piscina na triste e seca Palestina, a beira do rio Turvo e o jet sky arrastado pela camionete até o Guarujá. Tudo tem sua graça, até mesmo isso. Eu provei e prefiro uma canoa com branca vela velha, mas tem que ter espirito, algo de fantasia interior, para o tempo\trajeto e se não for inventivo, que é o meu caso, busca-se num O Velho e o Mar.
Mas o que fazer quando a aparência é o que importa? Então vem o Zé Dirceu, e diz para o cara de peixe: o ranho da vossa constipação se lhe escapa sobre o bigode!
Para Roberto Jefferson foi demasiado, isto somado a 4 milhões de reais a lhe esfregarem na fuça.
Toma verme.
Toma carniça.
Tome seu bosta.
Como, quem recebe como parte sólida do menosprezo, alem do dinheiro, um bolo de merengue de clara mal formada, na cara .
Mas um pouco de brio tinha o homem, um brio de verme, de lombriga, de taenia. Muitos da dita elite tem nas profundezas da mente o que é comum os flagelados terem no intestino.
Pois o que os vermes não aceitaram foi o vulto refletido da própria vulgaridade vermiforme, banalizada.
No fundo, no princípio também sonharam em ser políticos. Com seu lado romântico. Claro que sim. Mas isso se havia corroído pela fragilidade da composição de seus próprios princípios.
Anteriormente o cara apresentava um projeto. Passo a passo: do projeto a propina. Ou seja, projetava a propina , mediante obtenção, sanção de um projeto em favor da gentalha de sua terra natal. Duas cadeiras de rodas, um berçário, por exemplo, para atender as empregadas domésticas que lhe escutavam pelo rádio, e do cabo eleitoral que perdeu a perna na moenda, ou com a diabetes pelo excesso de cana. Afinal só bêbado e mamado.
Naquele momento não!
Ouviam: Não, nem precisa de projeto Excelência, tó, toma, pegue é seu o pacote, e a mala ofensiva e ostensiva à mesa, que o convocava ao plenário, à militância, uma militância de puta, sem direito a discurso, um rebanho ruminando, que por vezes errou o voto. O mesmo método que eles aplicavam ao seus eleitores.
Doravante eles eram os descalços, descamisados. No sentido que isso possa ter em relação a carência de qualquer minimo que calce-o de valor humano. Camisetas, bolas, chinelos etc.
Resumo da ópera: compra de voto.
E compra de voto é abusar da fragilidade do eleitor. O mundo sempre coloca a boca no mundo, ainda que da boca para fora.

2 comentários:

Regina Baptista disse...

Gostaria de dizer que estou admirada com sua linguagem e pensamento. Seu blog é muito interessante.
Moro em Bonfim. Nos conhecemos? Talvez de vista...
Também escrevo... e há muito tempo... mas só de uns quatro anos para cá venho publicando.

Tenha um bom dia!
Regina Baptista

cidoGalvao disse...

Eu nasci ali, onde hoje planta-se o AlPhaville, era uma "Colonha", plantava-se café.
botei as pernas no mundo e voltei agora pouco, em 2010.

não me lembro de ter te visto, ao menos pela pequenina foto que se vê aqui ao lado.
fico contentíssimo, já pelo fato de que tenhas lido, mais ainda por ter comentado, e ainda mais por ter se admirado, e todos o mais e muitos por tê-lo encontra "interessante".
vou passar pelo seu blog.
e claro que o dia ganhou outros contornos.
sucesso.
cido