Laura estava dentro do cristal de um vitral,
melhor dito,
estava dentro da própria luz que o varava.
A luz a forçava a abaixar a cabeça
a fugir os olhos brilhosos da luz incidente.
Mesmo assim esta luz a cegava.
Então cerrava os olhos.
Ainda cegados pela luz.
Laura quer responder a uma pergunta ausente.
Insiste.
Tartamudeia ao responder:
fui sim e sou, o quê que sou.
O tempo passa lentamente, em seu sempiterno vagar.
Agora a luz tépida é leitosa,
menos aguda.
É como se Laura estivesse dentro de um copo-de-leite cheio de leite que a permitisse levantar a cabeça,
abrir os olhos,
mas a nada vê,
senão o leitoso branco dentro dos olhos sendo os próprios olhos lácteos.
E o tempo escorrega viscosamente mel.
Laura se desmancha como uma miga de miolo de pão em leite demolhado.
Não houve pergunta que ela não ouve ou pensa em respostas,
nem o pensamento existe,
apenas o leite por toda parte,
mas parece não lembrar-se se existiu pergunta ou acusação, mas ela sopra lentamente um sim,
também.
Os séculos passam melífluos e esbarram-se entre uma não-pergunta e outra.
A vaga luz resume-se lentamente.
O vagaroso branco se abruma.
Detido.
Lentamente.
Quieto.
Lacra-se completamente,
igual o apagar-se de uma televisão de válvulas,
com um ponto luminoso no meio da tela escura,
que perdura em nossos olhos,
além da sua existência.
melhor dito,
estava dentro da própria luz que o varava.
A luz a forçava a abaixar a cabeça
a fugir os olhos brilhosos da luz incidente.
Mesmo assim esta luz a cegava.
Então cerrava os olhos.
Ainda cegados pela luz.
Laura quer responder a uma pergunta ausente.
Insiste.
Tartamudeia ao responder:
fui sim e sou, o quê que sou.
O tempo passa lentamente, em seu sempiterno vagar.
Agora a luz tépida é leitosa,
menos aguda.
É como se Laura estivesse dentro de um copo-de-leite cheio de leite que a permitisse levantar a cabeça,
abrir os olhos,
mas a nada vê,
senão o leitoso branco dentro dos olhos sendo os próprios olhos lácteos.
E o tempo escorrega viscosamente mel.
Laura se desmancha como uma miga de miolo de pão em leite demolhado.
Não houve pergunta que ela não ouve ou pensa em respostas,
nem o pensamento existe,
apenas o leite por toda parte,
mas parece não lembrar-se se existiu pergunta ou acusação, mas ela sopra lentamente um sim,
também.
Os séculos passam melífluos e esbarram-se entre uma não-pergunta e outra.
A vaga luz resume-se lentamente.
O vagaroso branco se abruma.
Detido.
Lentamente.
Quieto.
Lacra-se completamente,
igual o apagar-se de uma televisão de válvulas,
com um ponto luminoso no meio da tela escura,
que perdura em nossos olhos,
além da sua existência.
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