Será que a crise
político-moral nos propõe um dever moral ao qual é
impossível dar resposta? Nossos princípios morais
proclamados não estarão muito acima do que podemos
pedir honestamente à política? Podemos medir nossa
moralidade pela intensidade de nossa indignação? Ou a
vergonha se converteu numa propaganda para vender jornais, revistas e
telejornais?
Então, há
quem, muito brabo, assegura nas redes sociais que sente vergonha de
ser brasileiro. Mas, tem algum mérito se rebelar moralmente
contra este Brasil tão eticamente vulnerável que,
inclusivamente, poderia naufragar no seu próprio
irracionalismo sentimental? O Brasil há muito deixou de ser um
Império, mas parece que agora se aferra no Império da
lei e da ética, montanha mais alta que jamais estivemos.
A indignação
moral pode ser uma forma de pornografia emocional, porque é um
triunfo das vísceras sobre a inteligência, do vômito
sobre o apetite... mas vende.
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