1 de nov. de 2015

Rúcula, uma Vindicação



Vou te tratar por você, Rúcula, é mais íntimo e suave sopro, você, que este solavancado tu.
Está aí, no prato, como o ar. Nem se digna a me contemplar no meu residual ser-ai. No entanto, está aí, como uma bússola, uma testemunha, um marco, Rúcula.
Está aí para me recordar que é meu último regaço. Minha última esperança no mundo. Com sua humildade desbancou o Bacon, o chouriço, a calabresa, o hambúrguer, o Prosciuto di Parma, o Pata Negra de Bellota e seus 18 meses de cura.
Ridícula Rúcula, perdoa, chamá-la assim, pura epifania da dessubstanciação, a sagrada forma da comunhão laica, porque não é nenhum drama que tenhamos matado a deus, se nos resta você, Rúcula, ora pró nobis! 

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