11 de nov. de 2015

Como dizia Stephen Dedalus, se não nos entendemos nesse assunto, melhor mudar


Como dizia Stephen Dedalus, se não nos entendemos nesse assunto, melhor mudar

A linguagem é arbitrariedade pura. Depois que o canibalismo sucumbiu, a discussão começou a ficar mais tranquila, nem tanto, podiam te matar, mas não te comiam. É neste momento que começa a arbitrariedade da linguagem e todas as demais, que por vezes as lustramos como hipocrisia, que é coisa de cínicos, estes sim hipócritas. Sempre fomos assim, teimosos, e nos primórdios ainda mais, posto que sequer tínhamos argumentos, conceitos, profetas, estes vieram depois, quando a linguagem se padronizou em grupos, fugindo à arbitrariedade, havia quem chamasse mesa de tisch e tisch de table e table de taula e taula de tavolo e tavolo que era table e table era também table, mas o a desse table não era a era ei, seja teibou! Sem argumentos, a coisa se resumia a berros: MESA! TABLE! TISCH! E foram se formando os grupos que chamavam as coisas pelo mesmo nome e usavam os mesmos verbos, enfim... Hoje a coisa vai mais ou menos pelo mesmo caminho, só que no plano dos conceitos. Há grupos que pensam que ser humanista é uma grande merda, e outros que isso venha a ser o supras sumo de humanidade. Num dado momento haveremos de nos apartar, como fizeram as linguagens. Como dizia Stephen Dedalus, se não nos entendemos nesse assunto, melhor mudar de assunto.
O cultural, e o politico por extensão, consiste em habitar arbitrariamente a natureza e isto deve ser feito porque não há maneira de ser natural e ser ao mesmo tempo humano.

Sente-se num banco, destes de corredor de shopping center, aonde há um transito infernal de pessoas, e contemple como cada um carrega sua personalidade. Cada um tem o estilo artístico de carregar com criatividade e verosimilitude a arbitrariedade que lhe é própria.   

Nenhum comentário: