A brincadeira americana, do
norte, já tem guarda roupa, adereços, cores, ícones e a língua do
império. Muitos podemos dizer da decadência da cultura norte
americana, incerta e indesejável se queremos continuar a tê-la por
estilo de vida, mais que estilo, simulacro. Mas não vou tão longe,
pois não tenho nada que a substitua com toda a gama de fetiches
subjacentes, assimiláveis e assimiladores. Toda a estrutura,
equipamento mental, tem funções já bem definidas, muito que digam
caóticas, mas assimilável, e assimilada. “Processo
de interpretação e fusão de culturas (tradições, sentimentos,
modos de vida) num tipo cultural comum”.
É um
momento dado, não quer dizer futuro, eternidade. Mas é a foto.
Pergunto se há um problema nisso tudo?
Há em
nós uma falta de caráter! Mas diante do caráter de quem têm,
melhor não tê-lo.
O
mercado assimila e a coisa transformada, vira industria e o norte
americano consome o que nela se produz: Halloween, Bigfoot, dia da
Marmota etc. Há sobras, e como velhos sacoleiros “importamos”
via Tia Stela entre uma visita a Miami e outra. Hoje deve movimentar
“segmentos”, “nichos” e muitos gostamos de ser assim
chamados.
O
Saci, já é fruto de uma recuperação do folclore nacional, por
Monteiro Lobato. Hoje se quisermos opor Saci ao Halloween, primeiro
deveríamos criar uma industria da triste toca de Dante em tons
encarnados, cachimbos e redemoinhos. Pois não há festa de Halloween
sem consumo de algo relacionado à coisa. Pois a fotografia não
revela outra coisa que não coisa concreta, que reflita feixes de
luz.
Pela
sumariedade das vestimentas, andrajos do Saci, este apresenta
vantagens frente às bruxas - carregadas demais, roxo demais para o
verão – quanto a fashionability , a ser fashionable. Há grandes
chances, imaginem, as “dançarinas” do Faustão exuberando
faustosas fraudas de Saci, toquinhas vermelhas... botei reticências
pois é só isso mesmo! E o redemoinho, uuuuhhhhhh!
Não
há outra maneira de resgatar o Saci, senão que via fetiches,
produtos e as necessidades que nascem junto com a embalagem destes
produtos e a auto retroalimentação e a repercussão nas redes ditas
sócias, fatais.
O Saci
é um ótimo produto a ser desenvolvido. Claro deve estar totalmente
apartado de ideologia, nacionalismo e se possível longe da palavra
folclore, mas perto da que usa o “k”.
Vejo
um problema: o cachimbo! O que botar de politicamente correto dentro
de um cachimbo?
Há
muitos Sacis nas ruas de nossas cidades, com o cachimbo cheio de
crack!
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