2 de nov. de 2011

Halloween et Saci oder Saci x Halloween



A brincadeira americana, do norte, já tem guarda roupa, adereços, cores, ícones e a língua do império. Muitos podemos dizer da decadência da cultura norte americana, incerta e indesejável se queremos continuar a tê-la por estilo de vida, mais que estilo, simulacro. Mas não vou tão longe, pois não tenho nada que a substitua com toda a gama de fetiches subjacentes, assimiláveis e assimiladores. Toda a estrutura, equipamento mental, tem funções já bem definidas, muito que digam caóticas, mas assimilável, e assimilada. “Processo de interpretação e fusão de culturas (tradições, sentimentos, modos de vida) num tipo cultural comum”.

É um momento dado, não quer dizer futuro, eternidade. Mas é a foto. Pergunto se há um problema nisso tudo?
Há em nós uma falta de caráter! Mas diante do caráter de quem têm, melhor não tê-lo.

O mercado assimila e a coisa transformada, vira industria e o norte americano consome o que nela se produz: Halloween, Bigfoot, dia da Marmota etc. Há sobras, e como velhos sacoleiros “importamos” via Tia Stela entre uma visita a Miami e outra. Hoje deve movimentar “segmentos”, “nichos” e muitos gostamos de ser assim chamados.

O Saci, já é fruto de uma recuperação do folclore nacional, por Monteiro Lobato. Hoje se quisermos opor Saci ao Halloween, primeiro deveríamos criar uma industria da triste toca de Dante em tons encarnados, cachimbos e redemoinhos. Pois não há festa de Halloween sem consumo de algo relacionado à coisa. Pois a fotografia não revela outra coisa que não coisa concreta, que reflita feixes de luz.
Pela sumariedade das vestimentas, andrajos do Saci, este apresenta vantagens frente às bruxas - carregadas demais, roxo demais para o verão – quanto a fashionability , a ser fashionable. Há grandes chances, imaginem, as “dançarinas” do Faustão exuberando faustosas fraudas de Saci, toquinhas vermelhas... botei reticências pois é só isso mesmo! E o redemoinho, uuuuhhhhhh!


Não há outra maneira de resgatar o Saci, senão que via fetiches, produtos e as necessidades que nascem junto com a embalagem destes produtos e a auto retroalimentação e a repercussão nas redes ditas sócias, fatais.

O Saci é um ótimo produto a ser desenvolvido. Claro deve estar totalmente apartado de ideologia, nacionalismo e se possível longe da palavra folclore, mas perto da que usa o “k”.

Vejo um problema: o cachimbo! O que botar de politicamente correto dentro de um cachimbo?

Há muitos Sacis nas ruas de nossas cidades, com o cachimbo cheio de crack!

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