6 de nov. de 2011

A diferença entre pobres e ricos é, dinheiro! SUS x SÍRIO



Grosso modo até Vargas, os trabalhadores brasileiros eram, basicamente: escravos. É necessário dizer que negros ou brancos. Até a Constituição Federal de 1988 não eramos cidadãos, plenos. É necessário dizer que até hoje não o somos, e algo, por negligência própria da sociedade civil inclui-se o quinto poder, mas ai: bem mais por interesses de classe.
A CF 88 universalizou direitos, e em face do anteriormente, não mais que: deveres, achamos por bem os esquecer definitivamente. E o que temos, se não que; o ser recém cruza o umbral, empurrado pela última contração e por vezes antes mesmo, se ilumina com o plenilúnio dos direitos universais do homem, e os deveres se mantêm, se tanto, minguantes.
Insisto, grosso modo, comecei assim, exagero, sei: Todos queremos dar ordens. Isso nem será, problema, se houver, os que queiram, obedecer! Mas, não os há!
Não bastou, ou não foi bastante as universais da CF 88. Nossa democracia republicana, padecia, pela falta de hábito, ou pela vacuidade da vida democrática. E pelo simples motivo de que no mundo do capital; o que importa é o bem material, o resto é flagelo de teleologia medieval. Portanto foi necessário que houvesse uma, ou o princípio de uma distribuição de renda ( e não cavilações conscientizadoras), para que alguns preceitos dos constituintes originais, começassem a se mover e fazer mover a nossa sociedade. Fazê-la desacomodar-se. E que se saiba: é o mais difícil que se pede ao homem. Acomodados os conservadores, por motivos óbvios e a massa, porque humanos, e nos habituamos a tudo. Mas o dinheiro, imprime o pedal, indiferente ao condutor, exigindo-lhe mais e mais, atitudes. Quaisquer!

--- Faço uma citação minimalista, mas com a profundidade do nosso tempo: A diferença entre o rico e o pobre é o dinheiro. Rockfeller. Queiram ou não os pensadores elitistas, ou não, de plantão, no eterno revezar, no livre pensar e vigiar a nossa raça.---

Saltando para antes da citação de Rockfeller e com ela em mente, foi necessário que: o-sem-nenhum-dinheiro passasse a ter-algum-dinheiro para poder definitivamente, e pasmem, este, se sentir doente. Antes, enxaqueca era coisa de gente rica, hoje o SUS está abarrotado de enxaquecas ( sinédoque) e do mesmo modo depressão, fazendo a reboque uma distribuição freudiana, nos fazendo conhecedores de parapraxias. Lembro de pessoa mui querida, no meio dos anos setenta, passar pelo fenômeno das primeiras menstruações, acudir ao médico do então “Posto de Saúde” e daquele médico ouvir que: isso é falta de homem, o que hoje daria cadeia e deixaria até Diogo Mainard nervoso. Época mesma em que minha saudosa “Vó Vicentina”, benzedeira entre outras coisas, expurgava dores e quebrantos, Vó Vicentina era embrião de médicos do SUS. Passava o raminho de poejo em cruz pelo corpo do carregado, se murchasse, chá de alecrim, se não mal-olhado, uma vela para o santo da preferência, e sem mais delongas: o próximo!

A universalidade de direitos; particularmente do SUS, constitucionalmente, o sistema é solidário, coisa que poucos sabem e pouco ou menos o entendem; há que se dizer, gerou além de crescimento vertiginoso do acesso ao serviço, e também um certo “nariz empinado” do usuário que penso ser sim o mais bacana de tudo: ninguém aqui é cão vira-latas.
Quem leu algo de minimamente sério sobre “Gestão de Pessoas” sabe que depois da Higiene ( necessidades básicas), as novas necessidade serão mais sofisticadas e por conseguinte mais difíceis de serem atendidas, de forma massiva.
Em contra partida, ao empinamento de nariz da classe recém libertada, opõe-se: o sentimento mazombo, se quiser saber mais,  leia MAZOMBO  onde há referências intrínsecas, que se manifesta de muitas maneiras, uma delas além das “posturais, gestais”, é a maneira categórica de negar ao trabalhador os seus direitos constitucionalmente adquiridos.
Vejamos: Sou cozinheiro, trabalhei como tal em bares e restaurantes neste rincão (Ribeirão Preto, não Bolívia) e em um que outro estabelecimento, ostentei a insignia de Chef, mas no registro em carteira, quando houve, de maneira espontânea, onde espontâneo devia ser o cumprimento cego à CLT, fui registrado como Auxiliar de cozinha. É para baixar a crista.

“ Se se olha um jornal de anúncios de empregos, nesta cidade, procura-se desesperadamente ´por: auxiliares, auxiliar para um tudo, destes aquele que mais me espanta é o auxiliar de limpeza. Não é preciso dissertar a respeito, creio. Trata-se de uma anedota dentro da comédia. Mas pasmem, não basta o rebaixamento que mais das vezes não é só ( materialmente ), sonegação fiscal, – diretamente diminuindo a arrecadação do SUS - , carrega subjacente, implícito o sentimento mazombo, qual seja: não basta trabalhar, há que se humilhar. Dou como exemplo o fato de um dono de restaurante querer que “carregasse” sua camionete – numa hora de escassos comensais - com objetos em desuso no restaurante, a citar: cadeiras, coifas etc. Não fiz, fui demitido. Não é por acaso que vê-se muito empregado a lavar o carro de patrão, sem que isso faça parte de sua função, funcionário, mas acaba por ser incluível, sem dúvida, quando o cargo do infeliz é: auxiliar de algo ou simplesmente de serviços gerais. E então que fazer? Roubar? Como dizem!
Tive experiencia significativa no exterior, dentro da mesma profissão, e quando não havia o que fazer, não havia o que fazer, mais ainda: não se fazia nada, pela implícita regra do risco, quando houve muito, fez-se muito. O mesmo quanto a renda. Contrato.”

Concluo, salta aos olhos a incapacidade ( o que é assustador ) “das elites brasileiras” de, não aceitar a ainda incipiente libertação material ($) da massa brasileira, custosamente guindada a um simples e mero degrau acima na piramide de valoração humana, se não há outros métodos de medir valores humanos, senão pelo dinheiro, se a nobreza, a aristocracia, os tradicionais e os quatrocentões já não existem. Há muita gente se arvorando em corretor de gramática, mas não conhecem o verbo soer, e a diferença entre ter e haver, o que por si seria bastante para não nos acharmos tão superiores. Há uma fábrica de bacharéis, como, duas fornadas diárias, coisa que acho bacana. E com esse canudo não dá para rir dos Honoris Causa. Mas toda a coisa não é para tanto, se a língua é para mero entendimento entre nós, e a falamos todos, pobremente; se não nos entendemos, fosse melhor mudar de assunto. Isso posto quando o assunto não piora, e chega-se a esbarrar com certa eugenia sulista, de indivíduos com peito de pomba e ombros caídos, onde escorrega a alça do lap-top.
Exagero eu sei, mas há um cheiro f... no ar!
Se o SUS tem problemas e graves, e os têm, estes advêm da sociedade, como todo, e a base desta é a sociedade civil. Há todavia muito que fazer e pensar, mas devemos notar que há entre os que dominam o SUS, o funcionalismo patrimonialista, as classes médicas e a dos bacharéis de direito, metidos nesse meio: magistrados e tribunais, o falso doente, e claro, a dos políticos, mas ai a coisa fica circular, por político, entendo nossa única diferença com os irracionais. Somos seres políticos. Não devemos delegar poder total a nenhum eleito, não podemos! Devemos e podemos: Participar!

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