25 de jul. de 2013

Sic transit gloria mundi... Espuma de champanhe


Sic transit gloria mundi.

Os que em plena trajetória vital, quer dizer que ainda não passaram pelo crivo da morte, que marca a distância que transforma todos em modelos de virtude, heróis da moral, paradigmas da cidadania, exemplo de santidade, por mais bem dotados que sejam de bondades, sempre se sujeitam ao capricho do azar, pelo império da contingência e da mutabilidade. É sempre possível que padeçam de mudança, mutações, metamorfoses, evolução, transformação de caráter, de pensamento e ação. Necessitamos nestes tempos líquidos, incertos, de pensamentos frágeis, de falta de referencias e de dissolução das utopias, de grandes lideres. Ansiamos por pais e mães. A tendência – flor de obsessão – é destacar alguém por cima do normal, sobretudo no mundo do futebol e dele fazer um santo de meia pataca antes mesmo da beatificação. Mais ainda, mitificá-lo. Mas, um dia desgraçado, acontece que este santo humano, flor da virtude, muda, sofre uma transmutação, e submetido a forças incontroláveis, indizíveis e ocultas, ou mesmo subconscientes, o que pode acontecer com qualquer um, fala um monte de bosta.
A virtude não pede extremos. Nem pouco ou muito. Nem pouco ou nada. Nem poucas ou picuinhas. Nem raposa ou burro... Nem rei que nos governe ou papa que nos excomungue. Nem sim nem não, senão tudo ao contrário. Os ditos populares são sábios... mas teimosamente ignorantes. Quando temos tanta necessidade de endeusar pessoas, em vida, acima dos ditados, somos fracos como a comunidade. Uma coisa é a consideração pela obra feita, a gratidão pessoal e social pelos fatos, o reconhecimento pontual, a solidariedade concretada em méritos objetiváveis, mas uma outra o endeusamento, deificação. A sublimação. Neste mundo, nosso, tudo que sobe, desce, irremissivelmente. Espuma da champanhe.

Sic transit gloria mundi, que são efêmeros os êxitos desse mundo.         

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