13 de jul. de 2013

A hipocrisia como vaidade ou a mentira sagrada ou ainda Pia fraus.




''''Falsidade ''necessária para que continue a me permitir o luxo de minha veracidade'''.
Frase que Nietzsche diz em Humano, demasiado humano e soma, faz-se necessário ao indivíduo seleto envolver-se hábil e corajosamente no manto da solidão exterior e espacial: isso pertence à inteligência''. ''Astucia e disfarce necessários para que tal homem, seleto entre os numerosos, a use como legitima defesa, para a sua conservação''. Isso aparentemente explica a primeira frase, que em suma é arte da dissimulação e é vista com bons olhos. Entretanto há outra hipocrisia, a hipocrisia moral, que nada mais é que a vaidade. A vaidade é o querer preponderância de um frente a outro, ou mesmo face a determinada comunidade. O indivíduo percebe que o que lhe confere poder extra é não aquilo que ele é, mas aquilo pelo que é tido.

Àquela falsidade necessária, seja hipocrisia deliberada, a vaidade ampara-se no auto engano, muito peculiar, pois é crença naquilo que se supõe e se diz ser. Uma vitrine, onde se mostra o que se quer e se esconde outras, com fim último de auto-enganar-se. O auto-engano por seu turno, isso é difícil a beça, pois não se questiona a honestidade, mas o caráter ''desonesto-mendaz'' de tal honestidade, que embora honesta, a crença, é movida por uma mentira desonesta, e mentida para si próprio, seja a mentira sagrada.   

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