13 de nov. de 2012

Já ouço: O Natal.


 Já ouço: O Natal.





Não me lembro de como adivinhava, divisava o 

natal. Quando me dava conta tinha que por os 

sapatos em algum lugar, o sono me vencia, 

acordava e o papai Noel havia botado o 

presente onde tinha que ser. Ao pé da cama.


De uns tempos para cá o natal começa com o 

lançamento do novo álbum do Rei Roberto 

Carlos. Nunca dei a mínima ao Roberto. Gostei 

de alguma canção, mas gostei também das do 

Wanderlei Cardoso. Na verdade gostava do que 

tocava no rádio. Paulo Sérgio. Estou fugindo 

do assunto. O fato é que quando a música de 

trabalho do Rei toca, e toca por toda parte, 

os perus começam a se embriagar, ou como a 

maioria dos perus tem cara de bebum, e bebum 

alcoólatra não vê outra saida senão que, virar 

crente e acreditar em deus tão febrilmente 

quanto bebia, e abstinente seu último desejo é 

tomar um golo, e morrer borracho. Nessa altura 

não creem que o Cara é o cara. É cedo. Mas 

cada dia é Natal mais cedo. As lampadazinhas 

já estão amontoadas nas lojas de 

quinquilharias chinesas. Os panetones fazem 

picos, a ponto de receberem neves eternas nos 

seus tão altos cumes. O panetone vai pouco a 

pouco se transformando em um brownie, com 

cheirinho de rum. Não existe nada mais falso 

que o cheiro de rum dos panetones. Fico 

pensando, como fazíamos para detectar a 

chegada do Natal. O Secos e Molhados não 

avisava, acho que era o seu Nélson que vinha 

oferecer leitoa.













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