Charley Patton, Blues, o caminho para a liberdade.
Spoonful Blues
shake it and
Foi a forma que Patton
encontrou de fuga, cantar nas plantações do delta do Mississípi,
que por vezes, querem nos fazer ver certa idilicidade. Igual a muitos
outros bluesmen, Patton vagou por cidades e plantações, era melhor
que trabalhar, longe estava a vida bucólica destas fazendas, porque
a vida dos escravos era a luta contra os medos, a fome, as doenças,
a sede, as chibatas e a vexação cotidianas. Por isso não podemos
perder de vista a origem da vida marginal e enfrentamento que marca o
“bluesmen”. Patton fez parte desse 'povo', a música como
escapada, mas antes de mais nada sua razão de ser, de expressar
suas penúrias, sonhos e a tragédia dos negros no sul estadunidense.
Dizemque: o disco Rough
Guide recolhe as primeiras gravações em 1929. O vozeirão de
Patton é aprumado, tipo de orgulho 'ferido' de todo um povo,
sensivelmente grave e simples. Fico, ao ouvi-lo, imaginando um
sujeito ciclópico capaz de destruir a própria caverna com a
ressonância de sua voz. Mas era baixinho e magrelo.
Seu violão apresenta
filigranas incessantes, que imagino ter dado origem a improvisação
e sentimentalidade que tem esse blues rural e incipiente.
Creio que Patton deu
expressão própria à mestiçagem musical que já havia entre a
expressão dos negros africanos e a música folclórica de origem
anglo-saxônica.
A musica do delta já
era, de cara, esmagadora.
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