O
desejo é o que se tem. E quando se tem, o desejo
já não deseja o
que se tem, mas ainda deseja, na
verdade o mesmo desejo que se
objetiva, se
materializa, e não sacia mais o sempre mesmo, e ao
mesmo tempo outro, desejo, que segue desejando.
Este ciclo pode, por
vezes ser rompido, por ocasião
da mera possibilidade ou da perda em si. A perda é o
da mera possibilidade ou da perda em si. A perda é o
revigorante, ressuscitante das qualidades que se
rarefizeram do objeto constituído em posse sempre
partindo-se da
subjetividade do desejo. Tudo porque
a necessidade não existe. É um
mero estado de
decaimento do desejo, como artimanha para a sua
concretude. Como a necessidade é um estado de
instabilidade e de
alta energia, nenhum humano
suportaria viver em estado de
necessidade, nem a
mais simples delas, ou uma escatologia seria
suportável, se não fossem estados transitórios, de
decaimento. No
entanto o desejo é perene, que por
vezes se humaniza e busca na
mundanidade algo, que
possa enganar a sua sempiterna fome que é
desejar.
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