13 de nov. de 2012

E eras assim... Desejo!




O desejo é o que se tem. E quando se tem, o desejo 

já não deseja o que se tem, mas ainda deseja, na 

verdade o mesmo desejo que se objetiva, se 

materializa, e não sacia mais o sempre mesmo, e ao 

mesmo tempo outro, desejo, que segue desejando. 

Este ciclo pode, por vezes ser rompido, por ocasião 

da mera possibilidade ou da perda em si. A perda é o 

revigorante, ressuscitante das qualidades que se 

rarefizeram do objeto constituído em posse sempre 

partindo-se da subjetividade do desejo. Tudo porque 

a necessidade não existe. É um mero estado de 

decaimento do desejo, como artimanha para a sua 

concretude. Como a necessidade é um estado de 

instabilidade e de alta energia, nenhum humano 

suportaria viver em estado de necessidade, nem a 

mais simples delas, ou uma escatologia seria 

suportável, se não fossem estados transitórios, de 

decaimento. No entanto o desejo é perene, que por 

vezes se humaniza e busca na mundanidade algo, que 

possa enganar a sua sempiterna fome que é desejar. 














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