11 de mar. de 2012

Deixar para lá um olhar de cachorro.



Eu prefiro sangue no 'zóio' e coração peludo a olhar e ser olhado qual cão sem dono, como quem de dentro da animalidade, quer dizer, que a vida é coisa inútil, mais ainda, inglória. Ora, ora, ora! Se queremos paz. Há que se partir para o entendimento, e para tanto não posso me furtar a discussão de cada desarranjo meu ou do outro. Defender com clareza, até com fúria, se de fúria se tratar. De matreiro olhar de cachorro sem dono, já fui mordido algumas vezes, demorei a aprender, mas nunca mordi, não sem antes ensinar os dentes, rosnar ou mesmo latir. Verbos para cães e não gente nesta inversão fabular. Temo os olhos caídos, porque fazem com que abrandemos o coração, portanto direis; mas digo, não tem nada a ver com o coração, é a guarda que baixa, e não vigilantes: nhac!
No dia 'da mulher' – não me detive a discutir seu caráter contraditório, um dia especial, porque levaria a vida toda, não um dia – pois naquele dia o mundo se fez cor de rosa, alem de colorido, florido; em tudo quanto li, muitas homenagens, algumas picardias, como uma moça que comparava mulheres flores naturais com mulheres flores de plástico, mas aquilo era guerrinha interna, que sem mergulhar, bastava um escafandro, e se veria a nebulosa de veneno.
Não sou besta, loei, mecanicamente, aliás como todos, isso é um arquétipo comportamental, sei o nome da figura, mas nem sequer isso direi. Fico imaginando, se faço um texto com um mínimo de questionamento, toda essa gente afaimada sairia atrás de mim, como um exército brancaleônico, faminto e esfarrapado. Digo o mundo está lindo. A vida é bela. Irreparável. Se alguma reticencia... deixe pra lá, o tempo cuida de tudo, entretanto tome calmantes, sorria amarelo ou mesmo abaixe o olhar, murche as orelhas. Como dizia um louco de viola em punho, numa véspera de ano novo em Picinguaba: Tá ruim pá mim\ tá ruim pá ti\ vou fumar um...


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