É óbvio que o
entupimento de bueiros causam inundações locais, impedindo a livre
condução das águas pluviais às zonas mais baixas da cidade. De
qualquer modo a água sempre chega ao ribeirão, ao rio, ao mar,
menos aquela que for absorvida pela terra não encapada, por casas,
cimentos, asfalto etc. Reconhecer o esforço público na baixada é
devido. Mas o problema é que, o mesmo poder dá uma no cravo e outra
na ferradura. Pena pensar que toda a obra realizada e as que por
ventura vierem a se realizar nessas regiões, de nada valerão, se
continuarem a aprovar extensas áreas de condomínios, ou
urbanizações, ou ocupações nas cabeceiras dos vales que alimentam
os ribeirões. Há que se notar que não é a riqueza dos que
ocuparão o solo - onde antes havia plantações, curvas de níveis,
que absorviam quantidades de água, inclusive para repor ao famoso
aquífero – que produzem a catástrofe, mas sim a falta de estudos
técnicos e implementação nesses locais de formas de captação
das águas das chuvas, que não deveriam correr tão livremente para
os ribeirões. Claro que custará mais lotear, mas custará menos
urbanizar toda a extensão de córregos da cidade. Mas o poder
político municipal pensando, quiçá – não aposto nisso - em
aumentar a arrecadação de IPTU, por exemplo, aprova condomínios e
loteamentos, em geral, no atacado. É um tiro no pé político, cabeça não existe. Administração menos que planejamento. Assim restará sempre um problema para resolver, pelo qual se elegeram tantos quantos aparecerem com suas propostas mirabolantes.
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