A liberdade de pensar,
criar e escrever é constitucionalmente restringida, no artigo quinto
inciso X. A sintaxe coage o ato, condicionando o texto, condicionará
a noticia. E o texto receberá dos olhos do leitor uma derradeira
mirada critica. A lei, a gramática e o outro. Antes destes a
ideologia já aplicara seu código.
Os manuais de redação
“proíbem” o uso de determinadas palavras, algumas construções,
coisa que quer parecer tão-só uma cura do estilo. Normalmente não
fazemos mossa. Mas, vai longe, e, sim, faz juízo de valores. Não é
meramente cuidado estético. É também impedimento ao livre
exercício da escrita, digamos, em nome da clareza, da economia.
Que dizer do tempo
conselheiro da urgência e sincronicidade? Falo da urgência do texto, sem esquecer da nossa. E acabamos por sapecar qualquer coisa no papel, papel
virtual, que nem é possível amassar, como se o mundo virtual fosse o cesto.
Mal começamos a
escrever, e estamos rodeados de empecilhos roendo nossos melhores
substantivos.
Quando venço, se
venço, esses obstáculos ir-me-hei de encontro ao poder de policia da
hierarquia funcional. Um jornal, ou revista, têm sua missão muito
bem estabelecida, sua cultura empresarial, suas metas e objetivos a
serem auferidos, e suas estratégias de suporte às táticas de
negócio. Ao contrário do que desejamos, o jornal tem uma unidade
ligada a um centro de massa. A pluralidade está suspensa, por
canalhices, várias, dentre tantas mais perniciosas, está também a
democracia. Fatos anedóticos só confirmam, como o politicamente
correto, que é coisa das mais democráticas.
A tudo o que antecede o
ato criador e enquanto ele perdura, como fazer e seus suores, chamo de
censura: intrínseca, interna e externa.
A gramática. A ideologia. A empresa. O consumidor.
O normal, o
corriqueiro é que o produto seja controlado em todas as suas fases.
O controle de qualidade é a normalidade. Uma incerta Censura, que por incerta, é esquiva. O fato de não
haver mais demissões, nas empresas de jornalismo, revela o justo casamento do texto produzido com
as necessidades da empresa e seu produto. Não sendo a demissão que
aponta para a censura. Mas sim a não demissão apontando para a
conformidade.
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