20 de jan. de 2012

Candidato, cândido ou cândido eleitor, aquele que pensa saber votar?



Na Roma antiga o candidato a  cargo no Fórum Romano; que era um centro comunal ademais de um centro comercial – há fóruns Romanos por toda a Europa, inclusive há um – nada mais que o piso, magnifico diga-se de passagem – em Conimbriga que foi a origem de Coimbra. Pois retomando, o 'candidatus' usava branco, como simbolo da pureza, vê-se que a coisa é velha, dai vem cândido, Voltaire poderia dizer mais com um simples nome?
Não é fácil encontrar a candura, a candidez em nossos candidatos, mas seguramente a devem ter. Ninguém, absolutamente, é absolutamente malvado. O absoluto não existe, nem esta frase, em absoluto. O grande problema é que falta algo, que conforme, que de forma às deformidades; por exemplo, um determinado indivíduo é aguerrido. Tem certos seus quereres e aplica-se, com afinco, garra, ainda que intuitivamente, para atingir o que deseja. Trata-se de qualidade particular, na sociedade que vivemos, qual deposita toda a importância e honrarias àquele que abre caminho em meio à massa disforme, diga-se de passagem: uma grande qualidade. Porem, e a vida é cheia de poréns, esse indivíduo, uma vez, investido de um mandato - talvez antes, na filiação - deveria conformar-se a ele, adquirir sua forma, e ser balizado por interesses do eleitor do seu partido, de ideologia própria, o quê permitisse ao eleitor certa, pequena que fosse, garantia das margens de atuação, 'aguerrida', em defesa de posições do programa, do estatuto e da ideologia partidária.

Ocorre algo interessante nesse sentido. Nossos partidos políticos são formados, quase que absolutamente, não mais que por políticos. Políticos no sentido de candidatos, e no âmbito municipal a coisa se restringe a candidatos e seus cabos eleitorais, estes em geral são em número e grau parelhos àqueles cargos, que tendo o candidato conseguido o mandato, disporá. Número finito de cargos, sempre, seja assessores ou um que outro cargo na máquina administrativa municipal, dependendo de seu coeficiente eleitoral e sua força dentro do grupo, dito partido, este sim, sempre, quase absolutamente é  propriedade particular, regionalmente sempre, e muitos nacionalmente, cacicados, cujos programas, como diria Eça, sem eira nem beira, tudo o que existe dentro dos limites da extrema direita neo liberal à extrema esquerda maoista estão no bojo de seus programas. Quase absolutamente tudo inexequível, restando a seu eleitor o cândido interesse daquele particular, e ao eleitor (dele) sair pelo mundo acusando os outros, eleitores, de não saberem votar. Deus que candura!       

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