A vontade de poder não
pode ter fim, ou seja, não deve ser somente conservadora, necessita
de novas conquistas. Adolf Hitler encarnou a vontade de poder
nietzschiana no limite. Quando Adolf Hitler nasce politicamente,
primeiro se faz fotografar com Elisabeth, irmã de Friedrich e o
próprio busto do filosofo de A Vontade de Poder. O fueher surgia
belicosamente, ao exigir o espaço vital: Eu sou Alemanha e conquanto
Alemanha exijo o espaço vital para Alemanha, claro que nenhum espaço
seria suficiente para tanta vontade de poder. Mas a grande sacada de
Nietzsche é que a vontade de poder deve antes de mais nada querer-se
a si mesma, é um ir além constante, isso está em Hegel, na
dialética do Senhor e do Escravo. Como está em Sartre na
intencionalidade da consciência, seja consciência fenomenológica
atirada no mundo, que sempre vai além de si mesma. Se quiséssemos,
a história da sacolinha é uma vitória da vontade de poder de quem
não quer mais dar sacolinha, assim aos derrotados cabe comprá-la, o
que é uma conquista do capital e não do meio ambientalismo, que não
é consciência, pelo simples motivo que não se gera consciência,
se esta não está já lançada, porque a vontade de poder é
intencionalidade e está jogada no mundo.
A vida é vontade de
poder, o mundo é vontade de poder. Sarkozy é vontade de poder,
Merckel é vontade de poder, Dilma é vontade de poder, intencional,
e ademais não deve somente conservar, deve crescer, aumentar, pois
que senão se afunda e morre. Por esse simples fato, Serra não pode
se retirar, pois seria ignominioso. Por isso também o Império
Bélico-Comunicacional norte-americano deve seguir crescendo, e se
sair do Oriente médio, em outra geografia buscará espaço vital.
Da mesma forma a vida
tem porvir pela vontade de poder. Em A Gaia Ciência, Deus Morreu. E
todos os valores supra sensíveis, conquanto valores de Deus, da
imagem de Deus, nisso instância suprema e fundadora, acima do homem,
porque Deus é fundamento do pensamento daquele que o aceita.
Portanto quando Nietzsche diz que deus morreu, diz que seu pensamento
não se baseia no fundamento divino, e seu pensamento seguirá
dizendo da vida, que a vida é porvir, é potência, e a vida é
verdade, e a verdade é aquilo que a vontade de poder conquista, e
note, meu caro, que frase disse Friedrich Nietzsche:
Não há fatos, há
só ou tão somente interpretações.
É descomunal. Onde
está a verdade? E ai, o
vai seguir Foucault: 'A verdade é uma conquista da vontade de
poder'. Se você duvida disso, faça se já não faz, ligue o rádio,
leia os jornais, o Datena e verá a quantidade de interpretações de
cada fato no começo do dia, uma interpretação não é a verdade,
mas aquela que se impor no final da jornada, se imporá pela vontade
de poder. A verdade é filha do poder. Claro que eu também tenho
minha verdade que colide, inclusive, com outras verdades, pequenas
com certeza, brigam entre elas as verdades, mas a que seguirá, será
aquela emitida pela maior fonte de poder, e que prevalecerá sobre as
demais. Nietzsche é assim, belicoso, e concebe a verdade como luta,
como enfrentamento, e como expressão poderosa de quem precisa
continuar conquistando. É nisso que nasce o Nihilismo nietzschiano,
que ao ver que as verdades supremas, divinas, os ideais platônicos,
nihilizaram a vida, ele então nihiliza o próprio deus. E nihilizar
é negar, e Nietzsche nega a Deus, e este pensamento reduz deus a
cinzas. Porque o que põe como sua meta é a verdade da vida, a
verdade do porvir, a verdade da conservação do poder, a verdade da
conquista da vontade de poder e conquista da verdade pela vontade de
conquistar da vontade de poder. Ou seja, quanto mais poderosos somos,
mais donos da verdade vamos ser.
Hegel era um otimista,
Marx era outro otimista, que achava que uma classe social viria a
botar ordem na história, desalojando o poder dos homens, mas para
Nietzsche não há ordem na história, a história é caos: verdades
se colidindo: é a luta para impor meu poder ao poder do outro e a
medida que meu poder se impõe, impõe a minha verdade e minha
verdade é conquista da minha vontade de poder. Todo esse furação
esse redemoinho é Dionisíaco. 'É o esplendor da embriaguez, onde
cada membro se entrega a embriaguez' (Hegel). Não a racionalidade de
Apolo, pois o pressuposto é que o 'eu' se perca, e ao se perder,
perder a individualidade. Mas perder o 'eu' é acercar-se da loucura.
E viver é, no fundo isso, perder o 'eu' e embriagado não saber nem
sequer quem sou. É uma concepção sanguínea, barbárica, rapinica.
Um ser apolíneo não
perde a razão, não perde o centro do 'eu'. Mas, o ego se perde na
festa dionisíaca e entrega-se aos instintos.
'Todo desejo contido
engendra a peste.' William Blake.
E Nietzsche disse:
Todos os instintos que o homem mantem contido em si, por meio da
cultura apolíneo burguesa, por meio da piedade, compaixão, e o
ascetismo cristão, que censura, que lacera aos instintos mais
autênticos, selvagens, brutais e descontrolados do homem: tudo isso
é peste.
Há que se entregar
desaforadamente aos instintos dionisíacos e perder-se e recuperar-se
como besta, como ave de rapina, como guerreiro bárbaro e gozar,
gozar por si e fazer gozar aos outros homens em meio a uma orgia
interminável.
Para tudo aquilo que
Hegel disse: o real é racional e o racional é real, nada disso, tem
valor para Nietzsche, em vez disso:
Instinto, Dionisismo e
Loucura.