Eu,
o Monstro.
Estou
com minha miséria existencial até o pescoço. Há
coisas para as quais não estou preparado. Hoje enfrento cara a
cara a mais dilacerante de todas. Uma ferida que sangra sem remédio.
Não é mortal, sei, mas levarei esta cruz pelo resto de
minha vida. Minha filha, minha mais e única amada filha, meu
tesouro, a luz dos meus olhos, gravou-me em minhas roncaduras. E os botou para
que ouvisse. Os ouvi. Os ouvi junto com toda a família. E
asseguram que esse estranho ser roncador que dorme com minha querida Joana,
sou eu. Dei um ultimato a minha querida filha: borre esses roncos de
seu celular, ou que suporte as consequências... adotar uma
filha.
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