As condições
objetivas se dão na relação do sujeito com a família, escola,
religiões, sociedade, o trabalho e suas relações, onde a única
estabilidade garantida é a mudança. De cara há dois planos, um que
é o da manutenção do poder apesar das mudanças, inovações
tecnológicas incessantes, vertiginosa que criam outro plano que é
concomitante e é o das mudanças dentro da manutenção do não
poder. Um truque para a estabilidade dentro deste âmbito falto de
poder são as aparências. Ocorre que mesmo aí as mudanças acabam
por ser incontroláveis, por quê?
Primeiro que a avidez por inovação, não pode ser brecada,
censurada, é uma condição do capitalismo, e na sua sempiterna
busca pelo novo e satisfação do desejo, acaba por produzir também
meios que contradizem o direito a estabilidade e manutenção do
poder. Porque os fatos encarnam a razão.
Se a razão está em ora
ser ora não ser. Porque o ter é o mundo das aparências, e
abstinência de ser, mas que em certa medida exigem o ser, e isto é
visto no dito: ''Por fora fina viola, por dentro pão bolorento'' e
aqui repousamos, nesta neurose. O não ser é o ter e para ter há
que se abdicar do ser, e de sua grandiloquência, e tudo fazer para
ter, ora, esse tudo fazer é isso mesmo: tudo fazer!
A impossibilidade de não haver o novo, a impossibilidade de
não haver a inovação, onde tudo é, e pode ser profanado e
dessacralizado, é dentro desta concepção que a estabilidade do
poder deseja estabelecer limites. Mas como estabelecer estes limites priori?
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