28 de fev. de 2013

Facebook: A RedeSocial é a mensagem.




Desapiedadamente Macluhan em seu livro: Understanding Media, e seu nó afirmativo: The medium is the message ( o meio, o veículo é a mensagem) matou a hipnótica discussão entre forma e conteúdo; definitivamente a forma é a mensagem. Décio Pignatari diz a proposito também de discussões circulares modernistas como “poesia inefável” “ incomunicável” ao que Oswald de Andrade respondera “Como inefável?” “ Como incomunicável?” “... Se a poesia está aí, nas palavras, e nelas se comunica!”, Marshall Macluhan deu razão a Flaubert contra os “conteudistas” em: “a forma nasce da ideia”. Ainda afirma tratar-se do fim de uma era que nascera com a criação do código fonético e a sistematização dos tipos móveis de imprensa. Com isso decreta o fim da cultura tribal. É o advento do individualismo, militarismo, nacionalismo, a tecnologia ocidental e mesmo o fordismo (hoje superado, nos países de fronteira). Decreta a implosão da informação complexa, dando lugar a informação antiverbal, àquela descontínua e que se manifesta em mosaico. Com isso o que se afirma é que não importa o conteúdo, se de baixo ou alto nível, pois é o veículo que molda, altera o comportamento, condiciona a participação, a percepção no sentido do envolvimento, o que importa é estar na rede, sendo o demais, linearidades soporíferas...
Estamos na rede. Somos seres estendidos, porque a rede é o puxadinho de nós, onde depositamos nós que não se desenlaçam. Quem amassou um sulfite A4 arrancado com fúria da máquina de escrever e atirou ao cesto, inventou coisa melhor, o Basquetebol! Jogamos tudo na rede, no começo confesso que me envergonhava das publicações, depois passei encarar tais leviandades levianamente; ainda sou coerente. Prefiro ser leviano a impostor, ainda que tenha muito deste. Havia passado incólume ao Orkut, mas isso diz mais de ignorâncias que convicções.
Assim como o fenômeno televisivo incomodara muita gente, nas últimas décadas do século XX, hoje é moda as discussões sobre a “rede social”. Se depositamos muita ênfase nas suas possibilidades, é que continuamos a pensar como antes, nas possibilidades da rede social tal e qual depositávamos na TV, Rádio...
O grande ser da TV é o bebedor de cerveja e comedor de pipoca, e o retém diante dela; a rede social tem diante de si o homem interior se remordendo, passivo, ademais como o anterior, incapaz de mover um dedo, porque brevemente não fará falta tocar nada, talvez o pensamento movimente a rede, com essa mistura degradada, degradante de psicologismos e velhos métodos audiovisuais e Public Relationship ao borde da farsa. Essa coisa se dá tanto na chamada camada cultural inferior quanto nas superiores, em ambos âmbitos socioculturais se observa o fenômeno massivo da degradação da informação, dada a dificuldade de criação, de perceber e criar informação realmente original, posto que as informações são de epifenômenos (sintomas de uma doença declarada, a evolução desta) ou de fenômenos setoriais, quando a informação de primeiro grau é de estrutura e essa não circula.
Chego a desconfiar numa certa existência da tal incomunicabilidade, esta seria o resultado de uma saturação da informação.
Por quê? Por haver uma comunicação num só nível, e dentro de um grupo ou classe dada, e os significados vão se automatizando.
Isto é bacana demais, porque é o berçário da formação de slogans, e como tudo envelhece, pui; tais slogans acabam remendados e com dentes pintados de preto como se vivêssemos uma imensa festa junina. Olha a cobra... é mentira!


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