Produtos de baixa
qualidade, ou desconsiderados, marcos da cultura de massa, ou lixo,
se quiserem; que passam por um moedor, aonde vão de mãos dadas o
visual, o musical e o mundo das vísceras, e flertando diretamente
com a emoção, pura, se converte em arte. Como, por exemplo, o kung
fu em Kill Bill.
Agora um faroeste
espaguete derivado do filme de Sergio Cobucci, com Franco Nero, para
mim foi o must lá pelos fim dos anos 60 principio dos 70 quando vi
no Cine São Roque, e na casa das máquinas estava o Roberto Nobile,
onde vez por outra subia para sem saber imitar Cine Paradiso.
Pois
daquele Quentin herda o nome e o substantiva e acolhe o tema central
daquela trilha sonora, para dar nisso: uma gag hilariante sobre a
Ku-Klux-Klan.
Ritmo, engenhosidade,
trilha sonora, fina e grossa ironia, silêncios onde falam o colt
que no mais das vezes é apenas mostrado, mas isto já é um signo
Saussureano que significa e é significante, enfim o colt mostrado em
close: fala; alternados com o palavrório do dentista – monólogo
- e seus adereços, tudo se une nas primeiras sequencias desse
Django, prodigiosas, violentas, porque verdadeiras brigas de rua,
comicidade insólita transbordante de sem-vergonhices, como no
escravo solto aos cães. Claro que em Pulp fiction não –
deslumbrante e perfeito – mas a partir dele e talvez Reservoir dogs
Tarantino se põe desmedido, não pelas Smith & Wesson que
despedaçam os corpos, mas pelas quase três horas; se somar que
encontro equivocada o a evolução da personagem de Samuel L.
Jackson, a paródia de um fantoche no meio da farsa grotesca, nem é
a mesma coisa, muito menos igual. Ficou um pouco casas Bahia, muitas
prestações iguais, mas sim, enche os olhos com toda a mitologia dos
westerns somadas às dos faroestes espaguetes, uma linguagem que não
foi Quentin Tarantino quem as criou, foi Hollywood, ele as usa à sua
medida eu as entendo às minhas medidas.
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