22 de fev. de 2013

django.




Produtos de baixa qualidade, ou desconsiderados, marcos da cultura de massa, ou lixo, se quiserem; que passam por um moedor, aonde vão de mãos dadas o visual, o musical e o mundo das vísceras, e flertando diretamente com a emoção, pura, se converte em arte. Como, por exemplo, o kung fu em Kill Bill.
Agora um faroeste espaguete derivado do filme de Sergio Cobucci, com Franco Nero, para mim foi o must lá pelos fim dos anos 60 principio dos 70 quando vi no Cine São Roque, e na casa das máquinas estava o Roberto Nobile, onde vez por outra subia para sem saber imitar Cine Paradiso.
 Pois daquele Quentin herda o nome e o substantiva e acolhe o tema central daquela trilha sonora, para dar nisso: uma gag hilariante sobre a Ku-Klux-Klan.
Ritmo, engenhosidade, trilha sonora, fina e grossa ironia, silêncios onde falam o colt que no mais das vezes é apenas mostrado, mas isto já é um signo Saussureano que significa e é significante, enfim o colt mostrado em close: fala; alternados com o palavrório do dentista – monólogo - e seus adereços, tudo se une nas primeiras sequencias desse Django, prodigiosas, violentas, porque verdadeiras brigas de rua, comicidade insólita transbordante de sem-vergonhices, como no escravo solto aos cães. Claro que em Pulp fiction não – deslumbrante e perfeito – mas a partir dele e talvez Reservoir dogs Tarantino se põe desmedido, não pelas Smith & Wesson que despedaçam os corpos, mas pelas quase três horas; se somar que encontro equivocada o a evolução da personagem de Samuel L. Jackson, a paródia de um fantoche no meio da farsa grotesca, nem é a mesma coisa, muito menos igual. Ficou um pouco casas Bahia, muitas prestações iguais, mas sim, enche os olhos com toda a mitologia dos westerns somadas às dos faroestes espaguetes, uma linguagem que não foi Quentin Tarantino quem as criou, foi Hollywood, ele as usa à sua medida eu as entendo às minhas medidas.

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