A ferramenta do
Materialismo-Histório é a produção material da vida material.
Noutras palavrotas qualquer análise do materialismo – da vida
material – ( note que mesmo o mais espiritualista dos seres, por
exemplo, o Dalai Lama, se veste, come, bebe e dorme (sendo leviano)
jogando palavras ao vento ), voltando, a análise partirá da
produção desta vida, a vida material.
Um exemplo: A história
“oficial” quando fala da abolição da escravidão, 'esquece' de
dizer que o fundamental na extinção deste modo de produção, foi: Um, naquele momento o escravo custava mais que o homem livre.
Dois: ao ver que o 'imigrante' era razoavelmente livre – comparado
às suas condições – o escravo entrou na luta, que era, de seu
interesse.
Outro exemplo, este
contemporâneo, é a debandada geral dos 'católicos' para as
religiões novas. Tirante os falsos milagres, as igrejas insistem em
receber um dízimo, um valor sobre a renda da pessoa, ora, um
desempregado não tem renda, um bebum não tem renda. Assim nota-se a
olhos nus que uma das tarefas é retirar o cachaceiro da rua e
empregá-lo, fazendo deste um dizimista, e mesmo que seja puído,
sempre se apresentará aos cultos na sua melhor indumentária, o
terno e gravata, notadamente com o dízimo em dia.
É a mais pura e
simples e eficaz “educação” material, para viver no mundo
material, suprindo falências estatais, municipais e familiares.
Claro é, que vivemos em mundo de consumo, e na maior parte do tempo,
assim, somos tratados: consumidores. Claro é também, que quando
votamos 'errado' quisera-se que fôramos: cidadãos, mas não vem ao
caso. Este 'cristão' novíssimo não deixa de ser reacionário ,
ademais, como todos os outros, e como a maioria das 'congregações'
como Opus, Maçons, etc. Notadamente por estar num dos países mais
reacionários do planeta, ocidental, desde que exista ocidente e que
se compreenda o conceito de ocidente|oriente.
Por isso e desde já
declaro, e uso um verbo caro à religião, declaro que não comungo
com as ironias despejadas sobre as tais religiões, porque para mim,
se fizessem algum mal, seria o de procrastinar o saber material da
cruel ausência e completa de deus. Afinal o fato de acreditar ou
ter fé – sei que são posturas e entendimentos diferentes – faz
parte da loucura humana, sendo que há ateus que botam a maior fé
nos tais 15mim de Andy Warhol, sem sequer um minúsculo
questionamento.
As mudanças de
comportamento do brasileiro D e E para C, acompanham os mesmos dos da
C para B, incultos e bossais, mor das vezes, sendo que a eficiência
da mudança de classe material para ser completa deveria ser
acompanhada de mudança 'cultural', mas nem exemplos temos. Nosso
teatro é irrisório e risível, nossa música, alias quase toda ela
vem sendo feita pela classe ascendente, com suas mazelas, seus ecos
acabam por influenciar, mesmo, os mais 'clássicos' MPBs. Nossa arte
plástica, é mesmo quase isso, descartável, e como tal um lixo a
mais nesse lixão que ninguém sabe o que fazer com ele, nem os
ambientalistas. Alias ambientalista que não trabalha na prevenção,
e desenha condomínios fechados e lá mora, fuckin-up e de saquinho
na mão catam rolhas úmidas de cães senhoriais, com vontade de
desfilar galgos em Trafalgar Square, rodando sombrinhas no sec.
XVIII.
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