O velho, sempre vociferando contra a acanhada formação de nossos
mestres, seus preconceitos, essa capacidade repugnante de botar todos
num mesmo saco, e suas absurdas surdezes. Mas naquela noite no bar,
no Dionisio's Bar, entre uma Colorado e outra, disse-lhe: “É a
coisa mais fácil ser bonita. Você deveria estar contente, feliz por ser tão linda, mas vejo que fez uma opção mais feroz, de ser uma
mulher critica, independente, inteligente e que me parece gostar da
igualdade entre homens e mulheres”. Ela morena de 26 anos, metade de minha idade, açodada em vaidades, olhou-me com aquelas amêndoas, apartadas por nariz adunco, fino, da
aquilínea adequação dessa miscigenação. Quis falar e ia falar, sei que
ia, mas seu coração impediu, aparecendo junto a sua língua, e a engasgou. Com o
indicador o empurrei, a que voltasse para o lado esquerdo do palpitante peito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário