14 de out. de 2012

Zeus e Hera.



O velho, sempre vociferando contra a acanhada formação de nossos mestres, seus preconceitos, essa capacidade repugnante de botar todos num mesmo saco, e suas absurdas surdezes. Mas naquela noite no bar, no Dionisio's Bar, entre uma Colorado e outra, disse-lhe: “É a coisa mais fácil ser bonita. Você deveria estar contente, feliz por ser tão linda, mas vejo que  fez uma opção mais feroz,  de ser uma mulher critica, independente, inteligente e que me parece gostar da igualdade entre homens e mulheres”. Ela morena de 26 anos, metade de minha idade, açodada em vaidades,  olhou-me com aquelas amêndoas, apartadas por nariz adunco, fino, da aquilínea adequação dessa miscigenação. Quis falar e ia falar,  sei que ia, mas seu coração impediu,  aparecendo junto a sua língua, e a engasgou. Com o indicador o empurrei, a que voltasse para o lado esquerdo do palpitante peito.
   

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