22 de out. de 2012

Feche os olhos da TV.

Tire o cu do sofá e feche os olhos da TV.


Estou em campanha. Desde menino já dava meus palpites no assunto político. Certa vez, seu Osvaldo Sampaio, antigo tabelião de Bonfim, onde eu trabalhava, me convidou para ir comer um lanche no Bar do Cipó, que ficava na outra quina da esquina. Tomava minha tubaína mordiscando o pão com mortadela, com a orelha comprida na discussão de seu Osvaldo com seu Humberto Toni, eu fazia o segundo colegial, tive boas aulas de revolução industrial, revolução francesa e modo de produção, assim que já tinha a centelha 'rebelde'; eles estavam entre Ademar de Barros e sei lá do outro, eu disse que sem liberdade não se podia escolher nenhum, creio, de pronto veio um gancho de direita, seguido de cruzado de esquerda do seu Humberto “ você não nasceu, você veio a furo”, dei um gole de tubaína àquela massa de pão que de pronto fechara minha glote. Não parei mais, apesar da ofensa seu Humberto sempre que aparecia lá pelo bar, vinha ter comigo e nunca mais lhe neguei fogo, nem ele me negou, nunca mais, importância.
Fizeram cagadas homéricas com o patrimônio cultural e arquitetônico bonfinense, por exemplo, a praça no lugar da Estação 'Inglesa' da Fepasa, o viaduto, a pintura interior da igreja entre outras tantas. Hoje rui o prédio da CPFL sem dó e sem pena.
Hoje passei a manhã panfletando pelo Gustavo, rapaz vigoroso, potente e cheio de ideias e ganas de realizar tanto as ideias como a ele próprio, é assim, quem tem sonho, quem não tem sonho, não sei o que tem, nem o que é.
Já mudei de partidos, minha primeira filiação foi em 1981, e sigo filiado até hoje e penso que é de suma importância a participação política, é das últimas heroicidades que restaram aos homens e mulheres, fora a criminalidade. Com política ainda se pode mudar o mundo, para o bem ou o mal, os outros heróis só mesmo no gibi.
É um trabalho hercúleo ser candidato diante de uma massa amorfa, que diz simplesmente, “Eu? Eu não! Eu não gosto de políticos nem de política!”
Bestagens meus amigos, vá para a rua, encontre o candidato que 'ainda que aparentemente' tenha as 'ideias' próximas das suas, vá com ele e os outros, encontre outros e defenda as ideias coincidentes, debata, enfrente elegantemente quem se opor, é uma atividade que oxigena. Você verá quanta gente pensa diferente de você, quanta gente quer coisas diferentes daquelas que você encontrava como perfeitas, as melhores. Você verá que nem todos, ou nenhuns querem o quê você oferece, defende.
Depois de passar a manhã nesse exercício físico, primeiro, pela caminhada, mental pelos debates, é hora de um bom churrasco, para contar o que se passou, como fazíamos depois do jogo de futebol.
Tire o cu da cadeira, e descadeire-se de tanto caminhar, sua noite será melhor, você entenderá um pouco das dificuldades políticas a que estamos metidos até o nariz. E todas as decisões até agora se deixou a cargo dos outros, sim o político é o outro, e tomará decisões com ou sem a sua participação, mas participando você poderá influenciar, se ao menos tiver como contrastá-lo, encontrá-lo, cobrá-lo.

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