Os prussianos haviam
chegado a Ruão. Conquistado é a palavra. Os normandos são bons
negociantes. E meia duzia deles negociou com oficiais invasores, uma
fuga consentida. Três casais nobres, duas religiosas um republicano
e uma garota de programa. A puta, gorda, por tanto levou comida, os
outros, iriam comprá-la pela estrada. Nevou. Perderam tempo e a fome
veio antes da pousada. Comeram a comida de Bola de Sebo, era assim
seu nome. Chegados ao albergue onde passaram a noite, foram impedidos
de partir, por outros oficiais prussianos, invasores da Normandia. O
oficial queria, porque queria Bola de Sebo. Ela ensebou duas noites.
O estalageiro chegava à mesa do jantar e perguntava: Madame L mudou
de ideia?
E reiteradas vezes disse não. A nobreza reuniu-se e botou em prática
um plano de persuasão, com participação das freiras, que
salientaram que Abraão mataria toda família se deus assim quisesse,
e faria isso e era o bem, porque o fim justificava os meios. Mme.
Elisabeth Rousset, assim ela se chamava, por intermédio do anfitrião
mandou avisar de uma indisposição. No outro dia partiram
para Havres. Na carruagem não lhe falaram mais, na hora de comer,
como ela havia saído direto da cama do Oficial, não trazia
provisões, e eles não lhas deram. Ela chorou até chegar em Havres.
De vergonha e de fome.
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