Não sei! diz a Bia. E vemos a linguagem, mais precisamente o substantivo, falto. Incapaz de dizer do ser do qual se fala. Bia busca ajuda nos possessivos. Minha genro! Fazendo cara de basset! Retoma o humor e redunda: Meu nora. A conversação ganha liberdades, levezas e Bia arrisca um neologismo: Genra. Nem a língua está preparada para o que vem e já se divisa. É necessário criar vocábulos. Eu proponho eu, tu, ele, ela, ola, ule, nós, vós, aulhes. Meu, teu, minha, tua, mia, teia, monha, tue. Seu, sua, sue, sal, outros, outras, eutres, autres. Sr. Sra. Sro. Sri. O verbo ser no presente do indicativo ficaria, eu sou, tu és, ele é, ela é, ola ó, ule i, somos, sois, são, aulhes sum. Eu falava com ola enquanto sal amige nos mirava desconfiadi, ule i vaidosi e pensi que todues falamos delhe. Nonada. É perigoso viver.
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