24 de abr. de 2011

Amanhã Cristo ressuscita.



Escrever é deixar de fora todas as outras possibilidades. Assim como o marido amado fica fora de Madame Bovary, mas que inclui a mulher que diferencia os homens, e apesar de a Molly Bloom lhes parecer indiferenciáveis, potencializa a Leopold como espirito, acima do banal, com o sim plural. Assim era essa página: pura literatura e fábula, era, pois bastou a primeira palavra para excluir-se a si mesma do mundo sonhado. Essa rejeição, essa reação do espaço baldio à palavra, ainda me espanta, e espanta todo o léxico e as que se me apresentam não o fazem à literatura, ou por vezes se apresentam como inimigas e se constrangem uma a par da outra. Mas é Páscoa e por bem hão de conciliarem-se, como se fosse desta possibilidade o mundo feito. Um decalque da religião no mundo real. Real este pleno de decalques, mas que fogem à segunda-feira, nos abandonando a auto produção do sustento e manutenção insustentável do amanhã.

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