De primeiro, eu fazia e mexia, e pensar não pensava. Não
possuía os prazos. Vivi puxando difícil de dificel, peixe vivo no
moquém: quem mói no asp’ro, não fantaseia. Mas, agora, feita a
folga que me vem, e sem pequenos dessossegos, estou de range
rede. E me inventei neste gosto, de especular idéia.
Observou o porco gordo, cada
dia mais feliz bruto, capaz de, pudesse, roncar e engolir por sua
suja comodidade o mundo todo?
Como é de são efeito, ajudo
com meu querer acreditar. Mas nem sempre posso. O senhor
saiba: eu toda a minha vida pensei por mim, forro, sou nascido
diferente. Eu sou é eu mesmo. Diverjo de todo o mundo....]
Viver é muito perigoso... Querer o bem com demais força,
de incerto jeito, pode já estar sendo se querendo o mal, por
principiar.
Esses homens! Todos puxavam o mundo para si,
para o concertar consertado. Mas cada um só vê e entende as
coisas dum seu modo.
Senhor pensa que Antônio Dó ou Olivino
Oliviano iam ficar bonzinhos por pura soletração de si, ou por
rogo dos infelizes, ou por sempre ouvir sermão de padre? Te
acho! Nos visos...
Compadre meu Quelemém
nunca fala vazio, não subtrata. Só que isto a ele não vou expor. A
gente nunca deve de declarar que aceita inteiro o alheio – essa é
que é a regra do rei!
Um comentário:
Adoro essa passagem Cido
Querer o bem com demais força,
de incerto jeito, pode já estar sendo se querendo o mal, por
principiar.
Genial...
Saudades Anderson Alves
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