Disse Calderón de la Barca que a vida é sonho.
Degustaçao.
Sueña el rey que es rey, y vive
con este engaño mandando,
disponiendo y gobernando;
y este aplauso, que recibe
prestado, en el viento escribe,
y en cenizas le convierte
la muerte, ¡desdicha fuerte!
¿Que hay quien intente reinar,
viendo que ha de despertar
en el sueño de la muerte?A vida é uma invenção humana e como se apresenta, desumana.
Se alguma força vem assomar meu pequeno reino e me despoja de tudo que pensava meu, e por força passa a outro pertencer. Tanto não era meu, como dele tampouco será, havendo alguém mais forte, e é regra a existência de um mais forte a exceção é a que não me despojassem.
Qualquer norma regulamentadora para o dito acima será a regra de uma exceção. Dito de outra maneira seria generalizar o particular em detrimento do geral, exceção pela regra. Tal coisa faz parte do mundo do pesadelo. Sendo um pesadelo um gênero da espécie sonho.
Recreie-se com jgrosa Ah, naquele tempo eu não sabia, hoje é que sei: que, para a gente se transformar em ruim ou em valentão, ah basta se olhar um minutinho no espelho – caprichando de fazer cara de valentia; ou cara de ruindade!Suavemente digo que as tais regulamentações estão ai por toda parte como moldura barata para pintores despojados das minimazissimas orgulhosidades humanas necessárias e suficientes.
Deus foi um dos regulamentos. O poder divino. Depois como o pessoal passou a não dar muita bola para deus, veio o tal do cercamento, lá na Inglaterra gloriosa. A cambada foi expulsa do campo, preterida a ovelhas. Começava o estado de direito. O estado de direito é o direito do estado. Temos de saber quem é o estado. O estado é a propriedade. Não existe propriedade sem estado nem estado sem propriedade.
Recreio. Machado de Assis. Memórias Póstumas. - Não, senhora – replicou a Razão -, estou cansada de lhe ceder sótãos, cansada e experimentada, o que você quer é passar mansamente do sótão à sala de jantar, daí à de visitas e ao resto.”A mim toca dizer: Deus e o Estado de Direito não se afogam. É mais provável o pato Donald se afogar que tais entidades impiedosas.
Dai o pesadelo que é viver na vida da exceção. Se viver é sonho, quantos sonhos podemos sonhar. Quantas formas com suas cores e seus sons e seus pães de queijo poderíamos sonhar quantos recheios para estas formas! Mas não.
Não.
Recreio. Albert Camus. O Mito de Sísifo.
“Nunca vi ninguém morrer por causa do argumento ontológico. Galileu, que sustentava uma verdade científica importante, abjurou dela com a maior tranquilidade assim que viu sua vida em perigo. Em certo sentido, fez bem. Essa verdade não valia o risco da fogueira. É profundamente indiferente saber qual dos dois, a Terra ou o Sol, gira em torno do outro. Em suma, uma futilidade.”
19 de out. de 2010
18 de out. de 2010
DISCRIMINAR. O nome.
Por aí, extremando, se chegava até no
Jalapão – quem conhece aquilo? – tabuleiro chapadoso,
proporema. Pois lá um geralista me pediu para ser padrinho de
filho. O menino recebeu nome de Diadorim, também. joaoguimaraesrosa.
Se se tem alguns amigos que têm como nome José, em algum momento terei que discriminar. Quando falo a um amigo não-José, de um amigo em comum no caso um dos Josés fatalmente terei de discriminar.
José!
É o Zé Mazagão, ou Zé de Jurucê, ou o Zé irmão da Ana. Direi.
Quando em 1975 ingressei no Colégio Otoniel Mota, onde ninguém me conhecia e vice-versa.
A Bonagamba disse: de Bonfim! De que Família!
Eu disse dos Galvão.
Pensava então que ela conhecia Bonfim e suas famílias. Que nada! Era um hábito da classe média ribeirão-pretana, o de perguntar de qual família...
Assim o sobrenome ou nome de família e outros nomes adjetivam-te, discriminam-te.
Há pessoas que têm nomes próprios em si discriminadores. Aparecido, Juviniclaudete, Ivanhoilso, Etc etc. O que vem a poupar o interlocutor da necessidade de mais informações a respeito dos Sans-Culottes.
Jalapão – quem conhece aquilo? – tabuleiro chapadoso,
proporema. Pois lá um geralista me pediu para ser padrinho de
filho. O menino recebeu nome de Diadorim, também. joaoguimaraesrosa.
Se se tem alguns amigos que têm como nome José, em algum momento terei que discriminar. Quando falo a um amigo não-José, de um amigo em comum no caso um dos Josés fatalmente terei de discriminar.
José!
É o Zé Mazagão, ou Zé de Jurucê, ou o Zé irmão da Ana. Direi.
Quando em 1975 ingressei no Colégio Otoniel Mota, onde ninguém me conhecia e vice-versa.
A Bonagamba disse: de Bonfim! De que Família!
Eu disse dos Galvão.
Pensava então que ela conhecia Bonfim e suas famílias. Que nada! Era um hábito da classe média ribeirão-pretana, o de perguntar de qual família...
Assim o sobrenome ou nome de família e outros nomes adjetivam-te, discriminam-te.
Há pessoas que têm nomes próprios em si discriminadores. Aparecido, Juviniclaudete, Ivanhoilso, Etc etc. O que vem a poupar o interlocutor da necessidade de mais informações a respeito dos Sans-Culottes.
17 de out. de 2010
DISCRIMINAR. A propriedade.
Belo um dia, ele tora. É assim. Ninguém discrepa. Eu, tantas, mesmo digo. Eu dou proteção. Eu, isto é – Deus, por baixos permeios...
joaoguimaraesrosa.
O direito a propriedade no estado de direito, e o direito desta no estado de não-direito.
Pensar a apropriação de uma gleba é tão absurdo quanto do planeta Vênus. E não devendo adjetivar ou quantificar o absurdo, talmente é a hereditariedade quaisquer de gleba terrena ou planetária.
Economicamente a propriedade existe como objeto essencial à produção, como o é o lucro, o trabalho, a matéria prima, o consumo, o capital e o juro. Todos estes elementos só podem ser afirmados como frutos da atividade social. Os bilhões de trilhões de cruzados novos incinerados pela casa da moeda não faziam sentido nenhum diante da nova moeda. Assim como as vastidões dos cerrados, pastos, habitados por meia dúzia de vacuns, nada podem e delas nada diremos senão que da miserabilidade do indivíduo à elas atado. É o mesmo que alguém possuidor, no ano de 2010, de metros cúbicos do cruzado novo.
De outro modo, a propriedade faz muito que existe. Tal não quer dizer que seja natural. Quer que se pareça natural, e isto é outra historia. Ideologia pode ser. Na realidade onde o couro curte, não range a rede, e a base real da propriedade foi a seu tempo a força, hoje o estado de direito.
Tópicos para melhor discriminar.
A produção de qualquer objeto envolve todo o capital acumulado por uma determinada sociedade ao longo de sua existência. O Capital humano cientifico, de habilidades, língua e costumes, educativo e sua ausência etc.
Ao produzir um poema, tomamos da língua sua sintaxe, semântica, denotações e conotações, estas fazendo sentido somente dentro um contexto social especifico. Veja que os portugueses denotam mais que conotam o contrário de nós. Portanto ser proprietário de uma conotação típica do brasileiro em Portugal é o mesmo que ser proprietário de Orion.
A sociedade não é, ainda que erroneamente se queira afirmar, a soma de individualidades. Na verdade ao indivíduo é tão-só permitido constituir-se partindo de uma sociedade. Se este indivíduo despojar-se de tudo que nele é social, outro não será que nada. É a síntese de O Estrangeiro de Camus.
Os hectares não são diferentes dos poemas. Assim como os poemas são apropriáveis. E isto é tão-só possível hoje pela lei (estado de direito) antes à força.
14 de out. de 2010
DISCRIMINAR. hora do recreio.
“Zé-Zim, por que é que você não cria
galinhas-d’angola, como todo o mundo faz?” – “Quero criar
nada não...” – me deu resposta: – “Eu gosto muito de mudar...”
joão guimaraes rosa grande sertão,v...
Alguém pode pensar que eu sou favorável à discriminação. Não é bem isso. Eu quero aprender, ou estabelecer critérios discriminadores, enfim puerilmente ensinar a discriminar.
Por exemplo: Henry Ford apregoou incerta feita que: Você pode escolher o Ford T da cor que quiser desde que seja preta. Essa piada mercadológica pode parecer singela, mas é coisa séria. Não duvide que todos que compraram Ford T tenham discriminado a cor preta dos seus sonhos ou da preferência familiar.
Agorinha deve estar toda uma família às voltas com a cor preta do seu novo carro preto. Note que as cores que circulam são: preta, cinza (no fundo é preta), prata (cinza disfarçada=preta).
A cor da maioria dos botecos de Ribeirão Preto é amarela. A cor da maioria dos revestimentos de fachada na Avenida 9 de julho é amarela.
A maioria dos bares de Ribeirão Preto tem o mesmo desenho, deve ser o modelo comum do auto Cad.
Lembro-me de uma época que algumas pessoas temiam o comunismo pelo simples fato de que fossemos vestir roupas iguais (não a mesma). Observando bem podemos dizer que somos comunistas. Pior ainda somos Maoístas, pois, as roupas, ademais de serem iguais são de igual cor.
Neste recreio poderia inserir uma série infinita de escolhas idênticas desejosas de diferenças. E outra de diferenças querentes de igualdades.
Por quanto tange estas ociosidades da vontade, nada a temer. A questão tem sizo no que é assaz pertinente às questões vitais humanas. Liberdade de pensar, criar, expressar DIFERENÇAS.
O jeans único, o carro único, as cores únicas geram economias de trabalho, FACILIDADES.
O que pode acontecer em níveis menos quiméricos, que o mesmo perfume ( o verdadeiro, o falso, o de grife e o chinês), nos âmbitos da coisa intangível que é a liberdade de escolha.
Um programa de arquitetura substituiria todos os arquitetos menos um, o que cria o programa. E assim por diante um programa cronista, historiador, tocador de piano, enfim essa coisa binária (sonho de Leibniz) substituindo este quase apêndice que é a capacidade de discriminar, eleger entre coisas diferentes quando há diferenças, pois quando diferenças não há, não há diferenças a discriminar.
galinhas-d’angola, como todo o mundo faz?” – “Quero criar
nada não...” – me deu resposta: – “Eu gosto muito de mudar...”
joão guimaraes rosa grande sertão,v...
Alguém pode pensar que eu sou favorável à discriminação. Não é bem isso. Eu quero aprender, ou estabelecer critérios discriminadores, enfim puerilmente ensinar a discriminar.
Por exemplo: Henry Ford apregoou incerta feita que: Você pode escolher o Ford T da cor que quiser desde que seja preta. Essa piada mercadológica pode parecer singela, mas é coisa séria. Não duvide que todos que compraram Ford T tenham discriminado a cor preta dos seus sonhos ou da preferência familiar.
Agorinha deve estar toda uma família às voltas com a cor preta do seu novo carro preto. Note que as cores que circulam são: preta, cinza (no fundo é preta), prata (cinza disfarçada=preta).
A cor da maioria dos botecos de Ribeirão Preto é amarela. A cor da maioria dos revestimentos de fachada na Avenida 9 de julho é amarela.
A maioria dos bares de Ribeirão Preto tem o mesmo desenho, deve ser o modelo comum do auto Cad.
Lembro-me de uma época que algumas pessoas temiam o comunismo pelo simples fato de que fossemos vestir roupas iguais (não a mesma). Observando bem podemos dizer que somos comunistas. Pior ainda somos Maoístas, pois, as roupas, ademais de serem iguais são de igual cor.
Neste recreio poderia inserir uma série infinita de escolhas idênticas desejosas de diferenças. E outra de diferenças querentes de igualdades.
Por quanto tange estas ociosidades da vontade, nada a temer. A questão tem sizo no que é assaz pertinente às questões vitais humanas. Liberdade de pensar, criar, expressar DIFERENÇAS.
O jeans único, o carro único, as cores únicas geram economias de trabalho, FACILIDADES.
O que pode acontecer em níveis menos quiméricos, que o mesmo perfume ( o verdadeiro, o falso, o de grife e o chinês), nos âmbitos da coisa intangível que é a liberdade de escolha.
Um programa de arquitetura substituiria todos os arquitetos menos um, o que cria o programa. E assim por diante um programa cronista, historiador, tocador de piano, enfim essa coisa binária (sonho de Leibniz) substituindo este quase apêndice que é a capacidade de discriminar, eleger entre coisas diferentes quando há diferenças, pois quando diferenças não há, não há diferenças a discriminar.
DISCRIMINAR. parte II
Esses homens! Todos puxavam o mundo para si,
para o concertar consertado. Mas cada um só vê e entende as
coisas dum seu modo.
J.G.Rosa. Grande Sertões, Veredas.
Numa palavra a cultura de massa – em si uma figura de linguagem – é o fenômeno distributivo do produto da alienação da autotutela. A ausência da autonomia necessária fez surgirem novos poderes tutelares. O Estado, a moral, a religião, a lei, o direito, o modismo, a televisão, as técnicas psicológicas, as técnicas medicinais, o que deve ser lido e comido e bebido, a informação desvairada que não forma saber, etc. De passagem: a tutela do confessionário da idade média – quando Descartes, por antecipação de cento e cinquenta anos, fez rolar a cabeça de Luiz XVI - foi ao longo destes séculos substituída por infinidade de categorias já citadas, sem prejuízo de outras contidas no querido etc.
Parece gracioso tal processo distributivo, esse passar da tutela absoluta do estado religioso a um espalhamento de poderes tutelares, mas é triste. Triste por se tratar de mera distribuição de misérias. Não há seara – a exceção não deve prejudicar a regra - neste mundo que exercite a distribuição de riquezas. Riquezas concretas como dignidade, matéria, conhecimento e cultura. Pelo contrário o que se vê indica uma expropriação lenta e incessante de setores da sociedade – a citar a classe média – até então tidos como cláusulas pétreas dos países sociais democratas. É irrelevante dizer aqui do antagonismo visível entre classe operária ascendente e classe média descendente, exceto a acusação intestinal e bilateral de preconceito. No centro de tudo está a indignidade, não a indignação, já que a indignação se dá pelo autoconhecimento do indigno que se encontra o indivíduo. Antecipando, pode-se inferir que, ao indivíduo que não se assoma à indignidade que vige sua vida, não se lhe pode pedir a consciência que o outro é tão-só diferente, sendo o mesmo, por se tratar de intangibilidade hermenêutica. A absoluta falta de ferramentas.
Deus como tutor único tinha todas as respostas do nascimento à morte e depois desta. Mas a cabeça de Deus era a cabeça de Luiz XVI rolando ao cesto, e de seu corpo estrebuchando se pôde sentir o respingos dos estilhaços da autoridade até o dia de hoje. Sem, contudo bentos estilhaços deificar cada homem e mulher. Não houve desde logo uma divisão equânime como se supunha. Mesmo na França de 1789 o operário e a mulher não foram considerados cidadão e cidadã. Olhando para o vazio constitucional discriminatório, discriminou e então Napoleão falou: não importam os direitos importam os interesses dos homens. Seria gracioso se cada homem fosse autônomo, soberano; e Napoleão como outros propunha justamente o oposto, não uma moral positiva e universal, mas a mesma de sempre o que vale para mim, só vale quando vale exatamente para mim.
Assim as proposições são sempre obscuras, para que dentro desse obscurantismo alguém se lhe fará de guia.
para o concertar consertado. Mas cada um só vê e entende as
coisas dum seu modo.
J.G.Rosa. Grande Sertões, Veredas.
Numa palavra a cultura de massa – em si uma figura de linguagem – é o fenômeno distributivo do produto da alienação da autotutela. A ausência da autonomia necessária fez surgirem novos poderes tutelares. O Estado, a moral, a religião, a lei, o direito, o modismo, a televisão, as técnicas psicológicas, as técnicas medicinais, o que deve ser lido e comido e bebido, a informação desvairada que não forma saber, etc. De passagem: a tutela do confessionário da idade média – quando Descartes, por antecipação de cento e cinquenta anos, fez rolar a cabeça de Luiz XVI - foi ao longo destes séculos substituída por infinidade de categorias já citadas, sem prejuízo de outras contidas no querido etc.
Parece gracioso tal processo distributivo, esse passar da tutela absoluta do estado religioso a um espalhamento de poderes tutelares, mas é triste. Triste por se tratar de mera distribuição de misérias. Não há seara – a exceção não deve prejudicar a regra - neste mundo que exercite a distribuição de riquezas. Riquezas concretas como dignidade, matéria, conhecimento e cultura. Pelo contrário o que se vê indica uma expropriação lenta e incessante de setores da sociedade – a citar a classe média – até então tidos como cláusulas pétreas dos países sociais democratas. É irrelevante dizer aqui do antagonismo visível entre classe operária ascendente e classe média descendente, exceto a acusação intestinal e bilateral de preconceito. No centro de tudo está a indignidade, não a indignação, já que a indignação se dá pelo autoconhecimento do indigno que se encontra o indivíduo. Antecipando, pode-se inferir que, ao indivíduo que não se assoma à indignidade que vige sua vida, não se lhe pode pedir a consciência que o outro é tão-só diferente, sendo o mesmo, por se tratar de intangibilidade hermenêutica. A absoluta falta de ferramentas.
Deus como tutor único tinha todas as respostas do nascimento à morte e depois desta. Mas a cabeça de Deus era a cabeça de Luiz XVI rolando ao cesto, e de seu corpo estrebuchando se pôde sentir o respingos dos estilhaços da autoridade até o dia de hoje. Sem, contudo bentos estilhaços deificar cada homem e mulher. Não houve desde logo uma divisão equânime como se supunha. Mesmo na França de 1789 o operário e a mulher não foram considerados cidadão e cidadã. Olhando para o vazio constitucional discriminatório, discriminou e então Napoleão falou: não importam os direitos importam os interesses dos homens. Seria gracioso se cada homem fosse autônomo, soberano; e Napoleão como outros propunha justamente o oposto, não uma moral positiva e universal, mas a mesma de sempre o que vale para mim, só vale quando vale exatamente para mim.
Assim as proposições são sempre obscuras, para que dentro desse obscurantismo alguém se lhe fará de guia.
13 de out. de 2010
DISCRIMINAR. parte I
E o Fafafa
– este deu lances altos, todo lado comigo, no combate velho do
Tamanduá-tão: limpamos o vento de quem não tinha ordem de
respirar,
joão guimarães rosa. GSVeredas.
Grande faculdade humana ao longo da história ( humana) – pode que exista outra - é a discriminação, com o subjacente juízo de valor. O se deparar com um indivíduo de outra tribo, concorrente direto por alimentos, por exemplo, não implicou obrigatoriamente na solução, é dizer, extermínio do outro, ou de toda a tribo. Pode que se fez cara feia, ou lançaram-se uns contra outros com berros e caretas, ou ainda pintou-se e por qual motivo não se insinuarem em processos sedutores, afinal a cooptação também é um modo de submeter o outro. Que se dava que se deu? Uma resposta fácil: aquilo deu nisso.
Discriminar com a suficiente adequação do juízo de valor foi e é um instrumento necessário – nem sempre suficiente – à sobrevivência. Seu primeiro uso e de uma necessidade absoluta é nos permitir saber: o outro não sou eu – ainda que o outro seja uma representação da minha vontade – o que significa dizer que este sempre será outro até a minha morte. Na adolescência, na esquizofrenia e em outras psicopatologias, certos indivíduos dessas classes se confundem com o outro, por mera ociosidade da vontade tendem a querer – querer este a constar: de uma “fervorosa” morbidez – ser o outro.
Salvo tais psiques em seu pathos – dificilmente curáveis - o que concerne à idade passará com o tempo, sem prejuízo das exceções para que se tenha a regra, os incuráveis adolescentes tardios.
Em rigor a discriminação evoluiu tal qual a circunstância em que se produz a vida, seja seu modelo de produção e a natureza e as atividades naturais do planeta. De outra maneira, a discriminação é intuitiva. A intuição por sua vez é o salto que se dá desde o conhecimento inconsciente. Trata-se de um salto qualitativo, longe de ser um salto no escuro, inconsciente, mas sim fruto que é de uma sabedoria primeira, anterior. Um analfabeto diante de uma oração sintática e gramaticalmente correta nada intui. A intuição implica uma sabedoria, um conhecimento prévio e posteriormente a conceptualização.
Se a discriminação é intuitiva, e a intuição é baseada em um conceito e este conceito é pré-estabelecido por uma sabedoria, dizer da discriminação: preconceito, é dizer o próprio conceito da coisa em si. Tal redundância é mais que um problema de semântica. Tal redundância está no centro de grande parte das questões atuais, tanto quando dizem respeito ao questionamento em si, quanto às suas soluções. Posto é que se o problema é mal formulado, quaisquer respostas são possíveis e desnecessárias a uma só vez
– este deu lances altos, todo lado comigo, no combate velho do
Tamanduá-tão: limpamos o vento de quem não tinha ordem de
respirar,
joão guimarães rosa. GSVeredas.
Grande faculdade humana ao longo da história ( humana) – pode que exista outra - é a discriminação, com o subjacente juízo de valor. O se deparar com um indivíduo de outra tribo, concorrente direto por alimentos, por exemplo, não implicou obrigatoriamente na solução, é dizer, extermínio do outro, ou de toda a tribo. Pode que se fez cara feia, ou lançaram-se uns contra outros com berros e caretas, ou ainda pintou-se e por qual motivo não se insinuarem em processos sedutores, afinal a cooptação também é um modo de submeter o outro. Que se dava que se deu? Uma resposta fácil: aquilo deu nisso.
Discriminar com a suficiente adequação do juízo de valor foi e é um instrumento necessário – nem sempre suficiente – à sobrevivência. Seu primeiro uso e de uma necessidade absoluta é nos permitir saber: o outro não sou eu – ainda que o outro seja uma representação da minha vontade – o que significa dizer que este sempre será outro até a minha morte. Na adolescência, na esquizofrenia e em outras psicopatologias, certos indivíduos dessas classes se confundem com o outro, por mera ociosidade da vontade tendem a querer – querer este a constar: de uma “fervorosa” morbidez – ser o outro.
Salvo tais psiques em seu pathos – dificilmente curáveis - o que concerne à idade passará com o tempo, sem prejuízo das exceções para que se tenha a regra, os incuráveis adolescentes tardios.
Em rigor a discriminação evoluiu tal qual a circunstância em que se produz a vida, seja seu modelo de produção e a natureza e as atividades naturais do planeta. De outra maneira, a discriminação é intuitiva. A intuição por sua vez é o salto que se dá desde o conhecimento inconsciente. Trata-se de um salto qualitativo, longe de ser um salto no escuro, inconsciente, mas sim fruto que é de uma sabedoria primeira, anterior. Um analfabeto diante de uma oração sintática e gramaticalmente correta nada intui. A intuição implica uma sabedoria, um conhecimento prévio e posteriormente a conceptualização.
Se a discriminação é intuitiva, e a intuição é baseada em um conceito e este conceito é pré-estabelecido por uma sabedoria, dizer da discriminação: preconceito, é dizer o próprio conceito da coisa em si. Tal redundância é mais que um problema de semântica. Tal redundância está no centro de grande parte das questões atuais, tanto quando dizem respeito ao questionamento em si, quanto às suas soluções. Posto é que se o problema é mal formulado, quaisquer respostas são possíveis e desnecessárias a uma só vez
12 de out. de 2010
UMA MICA DE GUIMARÃES ROSA.
De primeiro, eu fazia e mexia, e pensar não pensava. Não
possuía os prazos. Vivi puxando difícil de dificel, peixe vivo no
moquém: quem mói no asp’ro, não fantaseia. Mas, agora, feita a
folga que me vem, e sem pequenos dessossegos, estou de range
rede. E me inventei neste gosto, de especular idéia.
Observou o porco gordo, cada
dia mais feliz bruto, capaz de, pudesse, roncar e engolir por sua
suja comodidade o mundo todo?
Como é de são efeito, ajudo
com meu querer acreditar. Mas nem sempre posso. O senhor
saiba: eu toda a minha vida pensei por mim, forro, sou nascido
diferente. Eu sou é eu mesmo. Diverjo de todo o mundo....]
Viver é muito perigoso... Querer o bem com demais força,
de incerto jeito, pode já estar sendo se querendo o mal, por
principiar.
Esses homens! Todos puxavam o mundo para si,
para o concertar consertado. Mas cada um só vê e entende as
coisas dum seu modo.
Senhor pensa que Antônio Dó ou Olivino
Oliviano iam ficar bonzinhos por pura soletração de si, ou por
rogo dos infelizes, ou por sempre ouvir sermão de padre? Te
acho! Nos visos...
Compadre meu Quelemém
nunca fala vazio, não subtrata. Só que isto a ele não vou expor. A
gente nunca deve de declarar que aceita inteiro o alheio – essa é
que é a regra do rei!
possuía os prazos. Vivi puxando difícil de dificel, peixe vivo no
moquém: quem mói no asp’ro, não fantaseia. Mas, agora, feita a
folga que me vem, e sem pequenos dessossegos, estou de range
rede. E me inventei neste gosto, de especular idéia.
Observou o porco gordo, cada
dia mais feliz bruto, capaz de, pudesse, roncar e engolir por sua
suja comodidade o mundo todo?
Como é de são efeito, ajudo
com meu querer acreditar. Mas nem sempre posso. O senhor
saiba: eu toda a minha vida pensei por mim, forro, sou nascido
diferente. Eu sou é eu mesmo. Diverjo de todo o mundo....]
Viver é muito perigoso... Querer o bem com demais força,
de incerto jeito, pode já estar sendo se querendo o mal, por
principiar.
Esses homens! Todos puxavam o mundo para si,
para o concertar consertado. Mas cada um só vê e entende as
coisas dum seu modo.
Senhor pensa que Antônio Dó ou Olivino
Oliviano iam ficar bonzinhos por pura soletração de si, ou por
rogo dos infelizes, ou por sempre ouvir sermão de padre? Te
acho! Nos visos...
Compadre meu Quelemém
nunca fala vazio, não subtrata. Só que isto a ele não vou expor. A
gente nunca deve de declarar que aceita inteiro o alheio – essa é
que é a regra do rei!
11 de out. de 2010
LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Liberdade de expressão.
A liberdade de pensar, criar e escrever é constitucionalmente restringida, no artigo quinto inciso X. A sintaxe coage o ato, condicionando o texto, condicionará a noticia. E o texto receberá dos olhos do leitor uma derradeira mirada critica. A lei, a gramática e o outro. Antes destes a ideologia já aplicara seu código.
Os manuais de redação “proíbem” o uso de determinadas palavras, algumas construções, coisa que quer parecer tão-só uma cura do estilo. Normalmente não fazemos mossa. Mas vai longe e faz juízo de valores. Não é meramente cuidado estético. É também um impedimento ao livre exercício da escrita em nome da clareza.
Que dizer do tempo conselheiro da urgência e sincronicidade. Falo da urgência do texto e da nossa. E acabamos por sapecar qualquer coisa no papel,
Mal começamos a escrever e estamos rodeados de empecilhos roendo nossos melhores substantivos.
Quando venço estes obstáculos irei de encontro ao poder de policia da hierarquia funcional. Um jornal tem sua missão muito bem estabelecida, sua cultura empresarial, suas metas e objetivos a serem auferidos e suas estratégias de suporte às táticas de negócio. Ao contrário que desejamos o jornal tem uma unidade ligada a um centro de massa. A pluralidade está suspensa por canalhices várias dentre tantas a democracia. Fatos anedóticos só confirmam.
Tudo o que antecede o ato criador e enquanto perdura o fazer e seus suores, posso chamar de censura: intrínseca, interna e externa.
A gramática. A empresa. O consumidor.
O normal o corriqueiro é que o produto seja controlado em todas as suas fases. O controle de qualidade é a normalidade. O fato de não haver mais demissões revela o justo casamento do texto produzido com as necessidades da empresa e seu produto. Não sendo a demissão que aponta para a censura. Mas sim a conformidade.
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Liberdade de expressão.
A liberdade de pensar, criar e escrever é constitucionalmente restringida, no artigo quinto inciso X. A sintaxe coage o ato, condicionando o texto, condicionará a noticia. E o texto receberá dos olhos do leitor uma derradeira mirada critica. A lei, a gramática e o outro. Antes destes a ideologia já aplicara seu código.
Os manuais de redação “proíbem” o uso de determinadas palavras, algumas construções, coisa que quer parecer tão-só uma cura do estilo. Normalmente não fazemos mossa. Mas vai longe e faz juízo de valores. Não é meramente cuidado estético. É também um impedimento ao livre exercício da escrita em nome da clareza.
Que dizer do tempo conselheiro da urgência e sincronicidade. Falo da urgência do texto e da nossa. E acabamos por sapecar qualquer coisa no papel,
Mal começamos a escrever e estamos rodeados de empecilhos roendo nossos melhores substantivos.
Quando venço estes obstáculos irei de encontro ao poder de policia da hierarquia funcional. Um jornal tem sua missão muito bem estabelecida, sua cultura empresarial, suas metas e objetivos a serem auferidos e suas estratégias de suporte às táticas de negócio. Ao contrário que desejamos o jornal tem uma unidade ligada a um centro de massa. A pluralidade está suspensa por canalhices várias dentre tantas a democracia. Fatos anedóticos só confirmam.
Tudo o que antecede o ato criador e enquanto perdura o fazer e seus suores, posso chamar de censura: intrínseca, interna e externa.
A gramática. A empresa. O consumidor.
O normal o corriqueiro é que o produto seja controlado em todas as suas fases. O controle de qualidade é a normalidade. O fato de não haver mais demissões revela o justo casamento do texto produzido com as necessidades da empresa e seu produto. Não sendo a demissão que aponta para a censura. Mas sim a conformidade.
8 de out. de 2010
O ABORTO.
O aborto é sempre praticado pelos outros. Nós somos os atores políticos que nos imiscuímos no assunto, discutimos. Os atores políticos acabam por se agruparem em torno a algumas posições: favorável ou contrariamente e ainda nem mar ou terra.
O primeiro ator a se manifestar é sempre a igreja por meio de um bispo ou cardeal. Ela mantem ligada sua argúcia secular, capaz de farejar entre escombros humanos algum desvio de rota.
Logo a ciência ligada à área médica ou ligada à psicologia, tentando explicar quando começa a vida. Os políticos aparecem se equilibrando na corda bamba da mediocridade da maioria.
Em tese anterior digo que tanto maioria quanto minoria já está formada. Há entre estes grupos algum intercambio de indivíduos nunca de ideias. É incrível como cambiamos de postura, voto sem mudar de ideia.
Há pessoas que quando pensam em uma lei do Aborto chegam a pensar numa obrigatoriedade de sua prática.
A ciência médica fez por diminuir os natimortos, a mortalidade infantil entre tantas atividades louváveis, e por uso de técnicas e instrumentos como a ultrassonografia nos mostra o inicio da vida, em movimento e a cores.
A pergunta que se faz é: quando começa a vida! A ciência responde:
Se a NASA encontrar uma ameba em Marte ou em qualquer outro lugar, dirá: há vida em marte, que dizer de um feto, um óvulo, um espermatozoide!
Há vida no saco escrotal, nas trompas de falópio. Na água parada nos fundos de quintais, infestada de larvas do mosquito da dengue.
A igreja não tem legitimidade enquanto ator politico em defesa da vida, posto que parte significativa de sua existência foi a de eliminar vidas, justamente vidas bastante além da biológica, incomuns, extraordinárias, estas no momento em que alcançavam o mais alto nível a que uma vida pode aspirar: o questionamento.
Assim a igreja que fundamentalmente deve cuidar da vida pós-morte e já contribuiu de maneira eficiente e eficaz na produção deste tipo de vida, deveria para o bem dos vivos se calar.
A ciência não pode se contradizer e pela lógica do terceiro excluído, já disse o que é vida. Resta discutir o futuro desta vida.
Falar do futuro desta vida é desde já tutorá-la, e isto significa responder por ela dentro da sociedade.
Por outro lado não partimos de um ponto zero para a construção de uma sociedade. A nova vida tão-só biológica ou não, se insere desde seu primeiro momento na sociabilidade, no encontro de óvulo e espermatozoide. A sociedade é atividade dos seres em um contexto com caraterísticas e circunstâncias de movimento, seja o mundo real, e dele não escapamos senão pela morte.
O mundo real aborta. Este é o fato. Esta é a prática.
No Brasil sem lei do Aborto, a prática do aborto é infinitamente superior (proporcionalidade incluída) à da Espanha que tem uma Lei de Aborto e se discute sua extensão. Isto não é importante. O significante é: o Brasil aborta muito e de maneiras impensáveis. Aborta por toda parte. Em clínicas de luxo. Em clínicas obscuras, em paragens sórdidas. Com médicos especialistas, paramédicos e a maioria não médicos. O Brasil aborta com ou sem auxílio da psicologia. Falo do aborto real do ser prematuro, da interrupção da gravidez, da prenhe situação, não da metáfora do aborto social que se dá um pouco mais adiante já na adolescência. Este aborto tardio não me interessa, posto que não faço nada para sobrestá-lo e pronunciar-me assim a respeito dele, é piegas. Eu concordo em ser egoísta piegas não.
O fato ocorrendo dessa maneira gera problemas sociais, éticos, traumas psicológicos, físicos e dado o quantitativo gera um problema de saúde pública.
Dessa maneira é que sempre deveria se estabelecer toda e qualquer lei, pela necessidade de regulamentação de um costume. A moralidade como parâmetro, baliza comportamental, nessa e em muitas outras atividades humanas, não mais soluciona. É então que precisamos regular tal atividade via legislação.
O primeiro ator a se manifestar é sempre a igreja por meio de um bispo ou cardeal. Ela mantem ligada sua argúcia secular, capaz de farejar entre escombros humanos algum desvio de rota.
Logo a ciência ligada à área médica ou ligada à psicologia, tentando explicar quando começa a vida. Os políticos aparecem se equilibrando na corda bamba da mediocridade da maioria.
Em tese anterior digo que tanto maioria quanto minoria já está formada. Há entre estes grupos algum intercambio de indivíduos nunca de ideias. É incrível como cambiamos de postura, voto sem mudar de ideia.
Há pessoas que quando pensam em uma lei do Aborto chegam a pensar numa obrigatoriedade de sua prática.
A ciência médica fez por diminuir os natimortos, a mortalidade infantil entre tantas atividades louváveis, e por uso de técnicas e instrumentos como a ultrassonografia nos mostra o inicio da vida, em movimento e a cores.
A pergunta que se faz é: quando começa a vida! A ciência responde:
Se a NASA encontrar uma ameba em Marte ou em qualquer outro lugar, dirá: há vida em marte, que dizer de um feto, um óvulo, um espermatozoide!
Há vida no saco escrotal, nas trompas de falópio. Na água parada nos fundos de quintais, infestada de larvas do mosquito da dengue.
A igreja não tem legitimidade enquanto ator politico em defesa da vida, posto que parte significativa de sua existência foi a de eliminar vidas, justamente vidas bastante além da biológica, incomuns, extraordinárias, estas no momento em que alcançavam o mais alto nível a que uma vida pode aspirar: o questionamento.
Assim a igreja que fundamentalmente deve cuidar da vida pós-morte e já contribuiu de maneira eficiente e eficaz na produção deste tipo de vida, deveria para o bem dos vivos se calar.
A ciência não pode se contradizer e pela lógica do terceiro excluído, já disse o que é vida. Resta discutir o futuro desta vida.
Falar do futuro desta vida é desde já tutorá-la, e isto significa responder por ela dentro da sociedade.
Por outro lado não partimos de um ponto zero para a construção de uma sociedade. A nova vida tão-só biológica ou não, se insere desde seu primeiro momento na sociabilidade, no encontro de óvulo e espermatozoide. A sociedade é atividade dos seres em um contexto com caraterísticas e circunstâncias de movimento, seja o mundo real, e dele não escapamos senão pela morte.
O mundo real aborta. Este é o fato. Esta é a prática.
No Brasil sem lei do Aborto, a prática do aborto é infinitamente superior (proporcionalidade incluída) à da Espanha que tem uma Lei de Aborto e se discute sua extensão. Isto não é importante. O significante é: o Brasil aborta muito e de maneiras impensáveis. Aborta por toda parte. Em clínicas de luxo. Em clínicas obscuras, em paragens sórdidas. Com médicos especialistas, paramédicos e a maioria não médicos. O Brasil aborta com ou sem auxílio da psicologia. Falo do aborto real do ser prematuro, da interrupção da gravidez, da prenhe situação, não da metáfora do aborto social que se dá um pouco mais adiante já na adolescência. Este aborto tardio não me interessa, posto que não faço nada para sobrestá-lo e pronunciar-me assim a respeito dele, é piegas. Eu concordo em ser egoísta piegas não.
O fato ocorrendo dessa maneira gera problemas sociais, éticos, traumas psicológicos, físicos e dado o quantitativo gera um problema de saúde pública.
Dessa maneira é que sempre deveria se estabelecer toda e qualquer lei, pela necessidade de regulamentação de um costume. A moralidade como parâmetro, baliza comportamental, nessa e em muitas outras atividades humanas, não mais soluciona. É então que precisamos regular tal atividade via legislação.
7 de out. de 2010
A Sociedade e a Estupidez.
A Sociedade e a Estupidez.
Ainda não me lembra do livro que um dia li, me recordo que Machado de Assis tinha um gosto especial pelo pronome átono colocado assim, para dizer que não se lembra de algo, colocando aparentemente nas mãos do livro a capacidade de exercer o verbo em oposição ao sujeito. Na verdade a ideia é que lembrar, concretamente é algo impossível ao sujeito, este soerá sempre esquecer. Na prática quanto mais se quer lembrar de, mais se esquece de, e infelizmente vale o contrário. Machado de Assis narrou – sem o saber, pois o fato de ter consciência tornaria impossível tal empresa - celebremente toda a trajetória do estúpido Dom Casmurro. Uma espécie de Hamlet que se mareou com a ressaca dos olhos de Capitu.
Entretanto meu tema é a estupidez no contexto social. Tenho vontade de saber se o que determina uma sociedade decadente é a estupidez que a avassala, por mera imposição quantitativa ou qualitativa. Creio que seria um grave erro acreditar que o número de estúpidos é maior na sociedade decadente que numa sociedade em ascendência, já que o número de indivíduos desta categoria se reproduz fiel e proporcionalmente em qualquer grupo humano. Assim ambas se afligem pela mesmíssima porcentagem de estúpidos. O que vem diferenciar uma sociedade em declive é a pró-atividade da massa critica de estupidez, diante da permissividade das demais categorias.
Já um país em franca evolução tem insolitamente indivíduos inteligentes gastando seu precioso tempo e qualidade na tentativa desesperada e inglória de controlar aos estúpidos. Esta pró-atividade do inteligente é bastante para produzir ganhos o suficiente para a redistribuição ao restante da sociedade.
Num país em decadência uma parcela da população, ( número de estúpidos segue sendo o mesmo) assiste pacificamente uma alarmante proliferação de malvados, sobretudo entre os indivíduos que estão no poder, malvados estes com alto grau de estupidez. Se os que estão no poder são malvados e estúpidos resta que: os que não estão no poder são uma triste maioria de incautos e inteligentes.
O problema se torna imenso, diante a impossibilidade de discriminar o estúpido enquanto este não age.
Ainda não me lembra do livro que um dia li, me recordo que Machado de Assis tinha um gosto especial pelo pronome átono colocado assim, para dizer que não se lembra de algo, colocando aparentemente nas mãos do livro a capacidade de exercer o verbo em oposição ao sujeito. Na verdade a ideia é que lembrar, concretamente é algo impossível ao sujeito, este soerá sempre esquecer. Na prática quanto mais se quer lembrar de, mais se esquece de, e infelizmente vale o contrário. Machado de Assis narrou – sem o saber, pois o fato de ter consciência tornaria impossível tal empresa - celebremente toda a trajetória do estúpido Dom Casmurro. Uma espécie de Hamlet que se mareou com a ressaca dos olhos de Capitu.
Entretanto meu tema é a estupidez no contexto social. Tenho vontade de saber se o que determina uma sociedade decadente é a estupidez que a avassala, por mera imposição quantitativa ou qualitativa. Creio que seria um grave erro acreditar que o número de estúpidos é maior na sociedade decadente que numa sociedade em ascendência, já que o número de indivíduos desta categoria se reproduz fiel e proporcionalmente em qualquer grupo humano. Assim ambas se afligem pela mesmíssima porcentagem de estúpidos. O que vem diferenciar uma sociedade em declive é a pró-atividade da massa critica de estupidez, diante da permissividade das demais categorias.
Já um país em franca evolução tem insolitamente indivíduos inteligentes gastando seu precioso tempo e qualidade na tentativa desesperada e inglória de controlar aos estúpidos. Esta pró-atividade do inteligente é bastante para produzir ganhos o suficiente para a redistribuição ao restante da sociedade.
Num país em decadência uma parcela da população, ( número de estúpidos segue sendo o mesmo) assiste pacificamente uma alarmante proliferação de malvados, sobretudo entre os indivíduos que estão no poder, malvados estes com alto grau de estupidez. Se os que estão no poder são malvados e estúpidos resta que: os que não estão no poder são uma triste maioria de incautos e inteligentes.
O problema se torna imenso, diante a impossibilidade de discriminar o estúpido enquanto este não age.
6 de out. de 2010
A ESTUPIDEZ. Bouvard er Pécuchet de Flaubert.
Li em algum livro que não quer me lembrar, que todos os seres humanos estão dentro destas quatro categorias: estúpidos, incautos ou crédulos, inteligentes e malvados. E que qualquer grupamento humano (médicos, físicos, lixeiros, pedófilos, outros padres, pastores, balconistas etc) reproduz as mesmas categorias em proporções equivalentes. Não há diferenças significantes quanto à grandeza quantitativa de cada grupo, sendo composta na ordem de 25% do total de humanos para cada categoria.
Convém notar que em alguns setores ou sociedades algumas categorias são mais atuantes que outras. O que não implica um maior número de indivíduos na determinada categoria.
Em sociedades decadentes podemos observar a pro-atividade da estupidez. Isto pode ser explicado pelo fato da categoria dos inteligentes muito se aproximar da credulidade, incauticidade. Para poder continuar definirei cada categoria. Sendo:
Incauto ou Crédulo o individuo que inicia a ação, age no processo e o finaliza. Sendo o resultado final desta ação: uma perda para ele e um ganho para os demais. Pode ocorrer ao incauto proporcionar uma perda a outros indivíduos, mas sua tendência principal é não causar perdas a terceiros.
Inteligente. É aquele que inicia, age e finaliza uma ação onde todos os que estão envolvidos no processo saem ganhadores. Pode, que uma vez ou outra o individuo inteligente adote uma atitude malvada ou incauta, mas na maior das vezes sua característica é de inteligência.
Malvado. É aquele que com suas atitudes consegue ganhos para si e inevitavelmente perdas para outro individuo. Esta é uma categoria rica em variações.
Há o:
Malvado perfeito, que causa perdas de mesmo valor às de seu ganho.
Malvado inteligente ou desonesto. São aqueles que ganham mais que aquilo que foi perdido por outro individuo. São raros, mas existem.
Malvado à beira da estupidez é aquele que provoca perda muito grande para ganho insignificante. É quase um estúpido.
Em relação às categorias acima, é possível criar prevenções que nos poupem de perdas desnecessárias. O intangível, inacessível é a prevenção respeito à categoria que se segue.
Os Estúpidos. Tratamos agora de uma categoria absurda. Criaturas inimagináveis. Personagens impossíveis senão que na realidade. Gustave Flaubert gastou anos de sua vida escrevendo um livro em que os personagens principais Bouvard et Pécuchet¹ eram dois estúpidos citadinos que foram morar no campo. Flaubert abandonou a obra. Dada a imprevisibilidade dos personagens. As ações dos estúpidos são sempre duvidosas. Com eles perdemos dinheiro, tempo, energia, apetite, tranquilidade e o humor. O estúpido é inconveniente sempre, e não ganha absolutamente nada com suas atitudes impensáveis. Ninguém é capaz de prever, entender ou explicar o quê e o porquê dos seus afazeres.
O que podemos sim afirmar é que as pessoas estúpidas são atrozmente e fundamentalmente estúpidas, e têm a perseverança de nada ganhar e sempre perder. Há, contudo uma subcategoria, que ademais de causar perdas aos outros com suas ações inverossímeis, as fazem gerando perdas a si próprias. Trata-se de gente mui perigosa: os Super-estúpidos.
Clique aqui para ler no original Os estúpidos de Flaubert. um livro inacabado.
Moto táxi. Projeto de lei. Ribeirão Preto.
Moto-táxi. Moto-taxista. Terceira pessoa do singular do verbo dar é: dá. O adjunto adnominal flexiona com o substantivo, paroxítona terminada em y não se acentua. Estas e outras no projeto de lei que passeia pela câmara dos vereadores de Ribeirão Preto.
Tudo começa no título que dá nome ao projeto de lei. De seguida o artigo segundo, parágrafo único estabelece a quantidade de concessões segundo o critério demográfico, com limite de mil concessões. Sem me aprofundar: diria que é uma maestria de nossos legisladores a capacidade de criar, gerar mercados paralelos. Quando a própria constituição prega a livre iniciativa, regulamentada claro, mas livre iniciativa. Velho exemplo é a revenda de passagens no transporte urbano.
O artigo quinto inciso primeiro trata da idade mínima do passageiro, e a estabelece em doze anos como mínimo. Neste caso caberia estabelecer não só uma idade mínima de vinte um anos, como exigir como mínimo três atestados médicos, de médicos de conduta ilibada, dizendo da higidez física e mental do possível usuário. Continuo no parágrafo quinto em seu inciso terceiro que trata da obrigatoriedade de um segundo capacete, aquele do usuário. É uma insalubridade, ainda que o inciso quarto do mesmo artigo ofereça o remédio: a touca descartável.
Em suma é a contramão da constituição e da modernidade que fala em dignidade da pessoa humana, e do trabalho. Ainda: o governo municipal deveria concentrar suas parcas capacidades e competências no intuito de solucionar o transporte coletivo. E neste sentido o que resolve o problema é: ônibus, horários, trajetos, preço e equipamentos públicos a citar: pontos de ônibus, terminais etc.
Tudo somado o que veremos não será outra coisa senão o que vemos com respeito aos taxis e seus pontos, mais um comércio paralelo de veículos e pontos, que o atendimento de uma demanda por transporte de possíveis usuários. Quase uma armadilha para estes. Não é de causar espanto, visto estarmos em pleno ciclo da cana-de-açúcar.
Tudo começa no título que dá nome ao projeto de lei. De seguida o artigo segundo, parágrafo único estabelece a quantidade de concessões segundo o critério demográfico, com limite de mil concessões. Sem me aprofundar: diria que é uma maestria de nossos legisladores a capacidade de criar, gerar mercados paralelos. Quando a própria constituição prega a livre iniciativa, regulamentada claro, mas livre iniciativa. Velho exemplo é a revenda de passagens no transporte urbano.
O artigo quinto inciso primeiro trata da idade mínima do passageiro, e a estabelece em doze anos como mínimo. Neste caso caberia estabelecer não só uma idade mínima de vinte um anos, como exigir como mínimo três atestados médicos, de médicos de conduta ilibada, dizendo da higidez física e mental do possível usuário. Continuo no parágrafo quinto em seu inciso terceiro que trata da obrigatoriedade de um segundo capacete, aquele do usuário. É uma insalubridade, ainda que o inciso quarto do mesmo artigo ofereça o remédio: a touca descartável.
Em suma é a contramão da constituição e da modernidade que fala em dignidade da pessoa humana, e do trabalho. Ainda: o governo municipal deveria concentrar suas parcas capacidades e competências no intuito de solucionar o transporte coletivo. E neste sentido o que resolve o problema é: ônibus, horários, trajetos, preço e equipamentos públicos a citar: pontos de ônibus, terminais etc.
Tudo somado o que veremos não será outra coisa senão o que vemos com respeito aos taxis e seus pontos, mais um comércio paralelo de veículos e pontos, que o atendimento de uma demanda por transporte de possíveis usuários. Quase uma armadilha para estes. Não é de causar espanto, visto estarmos em pleno ciclo da cana-de-açúcar.
5 de out. de 2010
BLOOM
Sua mulher ainda dormia quando ele voltava do açougue com uns bifes de rins de bode. Sua gata miava roçando contra suas pernas. Era feliz se pudesse comer vísceras como desjejum e depois defecar com critério. Derramou o leite quentinho no prato da gata. Levou para sua mulher um par de ovos moles e uma fatia de bacon junto com duas torradas, ao percebê-la desperta pelo nheque-nheque da cama. Meteu a mão em meio a sua bunda quente e úmida. Despediu-se dela com um beijo na bochecha.
Defecou com calma enquanto passava os olhos numa revista velha, quando nova a havia guardado por algum artigo que então lhe despertara interesse, hoje a folheia como se tratasse de uma revista de infinitas folhas, não encontra o artigo. Nunca tarda muito neste defecar, pois crê que o estar ali em demasia provoca hemorroidas.
No caminho para o trabalho, era um vendedor de anúncios de jornal, comprou um sabonete. Passou na sauna uns bons minutos. Saiu com o sabonete umedecido, embrulhado numa folha de revista, metido no bolso.
Não tinha pressa, pois faria somente uma visita agendada com o senhor Xaves, o chaveiro, antes de ver seu amigo pela última vez.
Passou pela quitanda para acochar o traseiro da quitandeira. Ela lhe realçou seu odor a eucaliptos. Ele estranhou que o sabonete de nada lhe havia servido. Como iria a um enterro com este aroma de lavabo asseado.
No mercadão,ancorou no bar do Ceará pelos rins de bode, lá seu amigo José comia o segundo ovo cozido, soube disso ao ver no pratinho as cascas em duas cores. Passou o sabonete para o bolso traseiro. Sentou-se no tamborete.
Na Única encontrou-se com Xaves por casualidade. Juntos foram ao escritório, onde Xaves lhe deixou três cheques pré-datados, “não sei se vão aceitar o primeiro para trinta dias”. “pegar ou largar”. Pegou.
Dali foi para a sede do jornal onde o chefe dos editores estava reunido com os editores-chefes. Estes não lhe deram a menor atenção, mas logo repararam na gola puída de sua camisa. Quem era aquele, quis saber o chefe.
Era vendedor de anúncios e antes de tudo casado com a melhor bunda de vila Bonfim, e que ela fazia favores ao editor de política. “O Jorge aquele nazista.” Sim.
Deixou os cheques com a secretária. Novamente no saguão foi interpelado pelo chefe. “Virás conosco?” “Não venho com o fotografo.” “Faço questão.” “Assim sendo.”
No carro com o redator de cultura a seu lado, fez muitos meneios de cabeça, e voltou o sabonete para o bolso da frente. “Na vida não há tempo para tudo.” Disse o redator. Meneou. “Não há tempo para rir, chorar, divertir-se e entediar-se“ Aquiesceu. “Quando nascemos já sentimos o cheiro espalhado” “Cheiro! De que?” “da morte por isso choramos” “É”!” “Depois nos acostumamos”“ A que?” “É melhor mudar de conversa, gostas de futebol?” Anuiu.
Que digo ao esteta! Que gosto de minha gata, de minha puta, do cheiro de urina que tem os rins de animais que como, para depois aliviar com sossego o meu ventre, lendo seus artiguinhos bajuladores, com o cheiro de merda misturado ao de jornal.
Tudo imaginando relatos antes de empreender um dia de trabalho, trabalho esse duvidoso, pois o que faço é andar a esmo, perambular, apachorrar, passar a mão na quitandeira, naquele cu fragrante de ventosidades matinais.
Que sou a carne, sangue e ossos do mais autêntico e desconcertado despiste. E minha alma reencarnada ou não, meu espírito, transmigrando ou donde quer que se encontre são a matéria ou o vento de uma peregrinação acorrentada à carne.
Passo em revista o universo rememorando a peripécia da minha vida, arrastando correntes feito alma penada, acolhida e rechaçada, não pelo mesmo céu de donos de jornais e de almas, se não que o céu de analfabetos e leitores, santos e canalhas, crentes e ateus, trabalhadores e preguiçosos, que assistimos ou atravessamos o drama conscientemente ou de maneira casual, pois a vida é uma enciclopédia de casualidades.
À noite voltarei para ela que é ardente e perspicaz e tenuamente puta, como todos mais ou menos o somos.
Voltarei bêbado e sem os argumentos que pereceram a luz do dia. Resta-me este que é diluído e poroso como o passar do tempo, ou mesmo o inacessível entendimento desse passar o tempo.
Sou as coisas que me sucedem, me tocam e que a mim se misturam e se alteram para separar-me delas transformado, ou como se não houvesse passado coisa nenhuma, salvo a matéria de que são feitas tais coisas, de tempo diluído, de porosidade e inacessibilidade e que por isso duram.
Defecou com calma enquanto passava os olhos numa revista velha, quando nova a havia guardado por algum artigo que então lhe despertara interesse, hoje a folheia como se tratasse de uma revista de infinitas folhas, não encontra o artigo. Nunca tarda muito neste defecar, pois crê que o estar ali em demasia provoca hemorroidas.
No caminho para o trabalho, era um vendedor de anúncios de jornal, comprou um sabonete. Passou na sauna uns bons minutos. Saiu com o sabonete umedecido, embrulhado numa folha de revista, metido no bolso.
Não tinha pressa, pois faria somente uma visita agendada com o senhor Xaves, o chaveiro, antes de ver seu amigo pela última vez.
Passou pela quitanda para acochar o traseiro da quitandeira. Ela lhe realçou seu odor a eucaliptos. Ele estranhou que o sabonete de nada lhe havia servido. Como iria a um enterro com este aroma de lavabo asseado.
No mercadão,ancorou no bar do Ceará pelos rins de bode, lá seu amigo José comia o segundo ovo cozido, soube disso ao ver no pratinho as cascas em duas cores. Passou o sabonete para o bolso traseiro. Sentou-se no tamborete.
Na Única encontrou-se com Xaves por casualidade. Juntos foram ao escritório, onde Xaves lhe deixou três cheques pré-datados, “não sei se vão aceitar o primeiro para trinta dias”. “pegar ou largar”. Pegou.
Dali foi para a sede do jornal onde o chefe dos editores estava reunido com os editores-chefes. Estes não lhe deram a menor atenção, mas logo repararam na gola puída de sua camisa. Quem era aquele, quis saber o chefe.
Era vendedor de anúncios e antes de tudo casado com a melhor bunda de vila Bonfim, e que ela fazia favores ao editor de política. “O Jorge aquele nazista.” Sim.
Deixou os cheques com a secretária. Novamente no saguão foi interpelado pelo chefe. “Virás conosco?” “Não venho com o fotografo.” “Faço questão.” “Assim sendo.”
No carro com o redator de cultura a seu lado, fez muitos meneios de cabeça, e voltou o sabonete para o bolso da frente. “Na vida não há tempo para tudo.” Disse o redator. Meneou. “Não há tempo para rir, chorar, divertir-se e entediar-se“ Aquiesceu. “Quando nascemos já sentimos o cheiro espalhado” “Cheiro! De que?” “da morte por isso choramos” “É”!” “Depois nos acostumamos”“ A que?” “É melhor mudar de conversa, gostas de futebol?” Anuiu.
Que digo ao esteta! Que gosto de minha gata, de minha puta, do cheiro de urina que tem os rins de animais que como, para depois aliviar com sossego o meu ventre, lendo seus artiguinhos bajuladores, com o cheiro de merda misturado ao de jornal.
Tudo imaginando relatos antes de empreender um dia de trabalho, trabalho esse duvidoso, pois o que faço é andar a esmo, perambular, apachorrar, passar a mão na quitandeira, naquele cu fragrante de ventosidades matinais.
Que sou a carne, sangue e ossos do mais autêntico e desconcertado despiste. E minha alma reencarnada ou não, meu espírito, transmigrando ou donde quer que se encontre são a matéria ou o vento de uma peregrinação acorrentada à carne.
Passo em revista o universo rememorando a peripécia da minha vida, arrastando correntes feito alma penada, acolhida e rechaçada, não pelo mesmo céu de donos de jornais e de almas, se não que o céu de analfabetos e leitores, santos e canalhas, crentes e ateus, trabalhadores e preguiçosos, que assistimos ou atravessamos o drama conscientemente ou de maneira casual, pois a vida é uma enciclopédia de casualidades.
À noite voltarei para ela que é ardente e perspicaz e tenuamente puta, como todos mais ou menos o somos.
Voltarei bêbado e sem os argumentos que pereceram a luz do dia. Resta-me este que é diluído e poroso como o passar do tempo, ou mesmo o inacessível entendimento desse passar o tempo.
Sou as coisas que me sucedem, me tocam e que a mim se misturam e se alteram para separar-me delas transformado, ou como se não houvesse passado coisa nenhuma, salvo a matéria de que são feitas tais coisas, de tempo diluído, de porosidade e inacessibilidade e que por isso duram.
TIRIRICA.
Nós aprendemos enquanto fazemos, o quê fazemos e como o fazemos. Se tratados como palhaços, o máximo que faremos é exercer a comicidade. Por toda parte somos aprendizes de palhaços, e o tempo todo.
No ponto de ônibus, este uma palhaçada que não tapa o sol nem a chuva. Nos diferentes desenhos e materiais exposto pela nossa cidade destes, dos mais antigos aos atuais, contemplam todo tipo de proposta arquitetônica e de nenhuma arquitetura, nenhum deles propôs qualquer ergonomia, talvez cobrir do sol quando este no seu zênite. Que podemos dizer do arquiteto contemplado pelo seu desenho, do poder público, da banca examinadora que o escolheu por meio de concurso público, discricionário e legal. Competente! PALHAÇOS!
Dentro do ônibus, somos malabarista, contorcionistas e palhaços. O ônibus assim atrasado, nós os palhaços nos apertando, os secos com os molhados pela chuva ou molhados pelo suor, nossos cheiros entre perfumes falsos ou cheiro de jaulas leoninas.
Em Barcelona a tarifa é um euro pagado ao motorista, se comprar antes é menos. Os motoristas custam à empresa quatro mil euros mensais, os ônibus têm aquecimento no inverno e ar condicionado no verão. Mas não têm o maldito vídeo instalado fazendo publicidade e mostrando musicais com a mesma qualidade do serviço, para micos palhaços. Ah! Aqueles empresários ganham dinheiro. Estes! Tu dirás.PALHAÇOS.
O BRASIL PRECISA DE REFORMAR O CURSO DA ACADEMIA CIRCENSE E MALABARES.
O povo palhaço precisa ser educado. Reforma educacional. Com direitos e deveres do cidadão.
O politico PALHAÇO. Improbo e inelegível. Reforma politica e ética.
O arquiteto PALHAÇO. Reforma curricular. Incluindo ética.
O empreiteiro, concessionado, PALHAÇO: Caçar a concessão e Reforma moral.
No ponto de ônibus, este uma palhaçada que não tapa o sol nem a chuva. Nos diferentes desenhos e materiais exposto pela nossa cidade destes, dos mais antigos aos atuais, contemplam todo tipo de proposta arquitetônica e de nenhuma arquitetura, nenhum deles propôs qualquer ergonomia, talvez cobrir do sol quando este no seu zênite. Que podemos dizer do arquiteto contemplado pelo seu desenho, do poder público, da banca examinadora que o escolheu por meio de concurso público, discricionário e legal. Competente! PALHAÇOS!
Dentro do ônibus, somos malabarista, contorcionistas e palhaços. O ônibus assim atrasado, nós os palhaços nos apertando, os secos com os molhados pela chuva ou molhados pelo suor, nossos cheiros entre perfumes falsos ou cheiro de jaulas leoninas.
Em Barcelona a tarifa é um euro pagado ao motorista, se comprar antes é menos. Os motoristas custam à empresa quatro mil euros mensais, os ônibus têm aquecimento no inverno e ar condicionado no verão. Mas não têm o maldito vídeo instalado fazendo publicidade e mostrando musicais com a mesma qualidade do serviço, para micos palhaços. Ah! Aqueles empresários ganham dinheiro. Estes! Tu dirás.PALHAÇOS.
O BRASIL PRECISA DE REFORMAR O CURSO DA ACADEMIA CIRCENSE E MALABARES.
O povo palhaço precisa ser educado. Reforma educacional. Com direitos e deveres do cidadão.
O politico PALHAÇO. Improbo e inelegível. Reforma politica e ética.
O arquiteto PALHAÇO. Reforma curricular. Incluindo ética.
O empreiteiro, concessionado, PALHAÇO: Caçar a concessão e Reforma moral.
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