18 de jan. de 2016

Barcelona i Fiducia i Llull.

Barcelona i Fiducia i Llull.

Incerta feita, Alejo, para Alejandro, propunha: que palavras encontrávamos mais bonitas nas línguas com as quais nos deparávamos naquela Tubinga multi-étnica. Ele gostava de Madrugada, eu de Augenblick e Fiducia, mas Fiducia com a pronuncia de um italiano de Genova em Rimini, algo como fidúgia com gia num sussurro. Não se me lembram as outras, senão que, Barcelona. É muito equilibrada a palavra, e nada trivial sua fonética, mas há um ponto exato de sua acentuação, que é aonde se mistura a pimenta e a luz que caracteriza a atmosfera da cidade, e lá se diz: Barcelona es bona bona, quan la bossa sona! Muito catalão, o dito. Bossa é dinheiro, ou mesmo bolsa de dinheiro. Claro que é boa, se o bolso soa! Custa muito. E gastar dinheiro não é com eles. Mas se de quando em vez : 'es tira la casa per la finestra', joga-se a casa pela janela, ou para ir a Barcelona há que tenir la bossa foradada, seja furada, gasta-se, faz de Barcelona bona bona.
Assim aprendi muitas coisas, saboreando nomes, palavras, até que um dia me deparo com este nome de rua: Ramon Llull. Estes duplos 'l' em catalão tem som de 'lh' assim o nome soa: lhulh. E qual não é o pecado? Ramon llull foi também astrólogo, além do mais importante escritor, filósofo, poeta, missionário e teólogo da língua catalã. Mais que isso, ele conceituou um sexto sentido, o Afat, “ é aquela potência com a qual o animal manifesta com a voz a outro animal a sua concepção”. E alem disso é um certo gozo por falar determinadas palavras, ou todas.


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