29 de jul. de 2013

Papa sem papas na língua?


Ah! As palavras! É dizer, Ah! Os discursos! Que sempre temos que descontar um teco. Seja de políticos, papas, astrônomos, psicólogos, filósofos, amigos, cartomantes etc. Muitos tecos se vier daqueles que atuam na vida real, religiosos e políticos. Para não perder o bonde, hoje por hoje, se o discurso for de político é bom botar a mão no bolso de quando em quando e revistar sua própria carteira. Andava por Espanha quando a crise começava por lá. Sarkozy; logo que a crise mostrou o sangue no zóio, mas antes de mostrar seu coração peludo; disse: “É a refundação do capitalismo.” E todos foram dormir tranquilos...
Ainda agora Chico I estava no Brasil. Francisco é o cabeça da instituição hierárquica por excelência, e essa hierarquia vai de encontro à doutrina que professa, no entanto nem piscou sequer para levantar a bandeira dos indignados, instou os jovens a revolucionar, encabeçar mudanças que faz falta ao mundo e à base social do Catolicismo.
Francisco parece que anda pelo Vaticano sem se importar se pisa em ovos ou cacos de vidro. Abriu investigação no mundo financeiro da casa. Quer punir a pederastia do baixo clero, e ainda no avião disse que não é ninguém para criticar os gays.
É fácil imaginar o ardor da urticária que Bergólio provocou por Roma, com estes discursos. Fez tuning no papamóvel e o deixou mais humilde. Pôs fim a muitas mordomias no avião, usa uns panos mais austeros, disse que só precisa de espaço para esticar as canelas e que o voo aterrize em Fiumicino, como os de outros mortais.

Palavras, palavras de cunho social ( mas de sexo e doutrina sexual, lhufas), renuncia ao luxo da igreja, jogando para a patuleia... Espuma... mas é cedo. O ceticismo, o preservo, não que o papa argentino seja digno de desconfianças, infundadas, mas porque sempre existem as tesouras cortadoras de asinhas assanhadas...   

25 de jul. de 2013

Sic transit gloria mundi... Espuma de champanhe


Sic transit gloria mundi.

Os que em plena trajetória vital, quer dizer que ainda não passaram pelo crivo da morte, que marca a distância que transforma todos em modelos de virtude, heróis da moral, paradigmas da cidadania, exemplo de santidade, por mais bem dotados que sejam de bondades, sempre se sujeitam ao capricho do azar, pelo império da contingência e da mutabilidade. É sempre possível que padeçam de mudança, mutações, metamorfoses, evolução, transformação de caráter, de pensamento e ação. Necessitamos nestes tempos líquidos, incertos, de pensamentos frágeis, de falta de referencias e de dissolução das utopias, de grandes lideres. Ansiamos por pais e mães. A tendência – flor de obsessão – é destacar alguém por cima do normal, sobretudo no mundo do futebol e dele fazer um santo de meia pataca antes mesmo da beatificação. Mais ainda, mitificá-lo. Mas, um dia desgraçado, acontece que este santo humano, flor da virtude, muda, sofre uma transmutação, e submetido a forças incontroláveis, indizíveis e ocultas, ou mesmo subconscientes, o que pode acontecer com qualquer um, fala um monte de bosta.
A virtude não pede extremos. Nem pouco ou muito. Nem pouco ou nada. Nem poucas ou picuinhas. Nem raposa ou burro... Nem rei que nos governe ou papa que nos excomungue. Nem sim nem não, senão tudo ao contrário. Os ditos populares são sábios... mas teimosamente ignorantes. Quando temos tanta necessidade de endeusar pessoas, em vida, acima dos ditados, somos fracos como a comunidade. Uma coisa é a consideração pela obra feita, a gratidão pessoal e social pelos fatos, o reconhecimento pontual, a solidariedade concretada em méritos objetiváveis, mas uma outra o endeusamento, deificação. A sublimação. Neste mundo, nosso, tudo que sobe, desce, irremissivelmente. Espuma da champanhe.

Sic transit gloria mundi, que são efêmeros os êxitos desse mundo.         

24 de jul. de 2013

Obedecer Ordens!


Eichman só cumpria ordens, enviaando os judeus para os campos de extermínio!



Um homem que resolve não pensar, não pode ser um demônio, porque renuncia a sua humanidade e a partir de então passa a obedecer ordens, toda sua atuação é simplesmente, obedecer. Se isto for verdade, este homem é inocente e irresponsável de todos os seus atos!
Todos somos este homem quando obedecemos ordens sem pensar, ordens que nos farão cúmplices dos resultados finais dessas ordens. Será um álibi? Ainda que não tenha nascido desde de nós a vontade, o desejo de perpetrar tal ato ?
É fácil relacionar o dito acima com dois regimes fascistas do século passado, o Nacional-socialismo (nazismo e fascismo italiano) e o Nacional-catolicismo (regime franquista espanhol).
Sempre se fala da ''santa inquisição'' como exemplo de ''mal comportamento'' do Vaticano, mas o Vaticano esteve junto de Francisco Franco. Tempo que as ''Famílias Católicas'' apontavam o dedo aos anti falangistas, converteram o falangismo em uma Cruzada e Franco um homem providencial, o novo Don Pelayo e tinham estas palavras de ordem: '' por el imperio hacia dios''!
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Em todos os casos, ao que nos remetem os principais signos acima, é a surpresa da desproporção entre a magnitude do mal feito por esses agentes e a natureza própria do que era combatido, mais a mediocridade das pessoas que levaram a cabo tais maldades.

A vinda do papa Francisco I ao Brasil, antes de qualquer outro país, não é almoço gratuito, não é consoante perdida num texto! Todo aquele que resolveu não pensar e somente obedecer ordem pode não ser culpável ''eu estava obedecendo ordens!'', mas faz parte do monstro, ignorando, por poroso! 

23 de jul. de 2013

Kid Neto: Novo racismo, neo Fascismo!


O deputado Kid Neto é um exemplo rotundo de neofascismo. Neste caso o prefixo neo é muito importante, porque põe em relevo o fato do tal Kid Neto não ser um personagem anacrônico, que se remete aos dias de Benito, Il Duce. Ao contrário, quando diz o que disse de Joaquim Barbosa, ministro do Supremo Tribunal Federal, é um genuíno racista. Qualificar de fascista seria fazer-lhe um favor, qual não merece, pois seria considerá-lo uma peça de museu, uma reminiscência do passado útil, na Itália.
Por desgraça, Kid Neto não é um verso sem soneto, um sujeito extravagante na sociedade brasileira. Responde ao ''desenvolvimento'' de uma linha de pensamento com nomes ilustres como Bolsonaro, Feliciano, Azevedo, Mainard, Olavo e um monte de opacidades que via de regra se mobilizam pelo elitismo irrefreável, fundamentalmente é uma conta do rosário dos seres humanos superiores, englobados num grupo pretensamente de congêneres escolhidos.
A nossa tragédia se desencadeia quando passamos do racismo implícito das mais variadas corporações dos ''príncipes'' do ''saberes'' à exclusão das causas ideológicas, à perseguição de ''comunistas'', ''socialistas'', ''sindicalistas'' e finalmente a qualquer democrata decente, só não excluem judeus, porque os Jardins não lhes é (subentende-se: bairro) de fácil acesso.
Este tipo de declaração, útil ao modernoso neofascismo, mais o menosprezo pelos nordestinos, servem para encorajar as piores punções do humano, inda mais nestes tempos manifestamente arrelientos. Este tipo de estreiteza só faz aumentar a crescente confusão, querendo mostrar origens às nossas dores de cabeça. Ou seja, fascismo? Nem! Nada! Um novo fascismo, evoluído, em dia , atual, com intenções claras e objetivos abjetos, sem a grandiloquência d'Il Duce.
Não se trata de resíduo de um passado remoto, e seria frívolo considerá-lo assim, como considerar que a eleição de Dilma Roussef põe fim ao machismo, ou com Barack Obama o racismo seria coisa do passado.
A triste realidade é que: não é assim! Aqui e pelo mundo, como no caso de Tayvon Martin do absolvido Zimmerman, da ministra negra italiana Cécile Kyenge comparada por um senador italiano a um orangotango, tal assunto, invés de mostrar que o racismo não morreu, mostra da sua sempiterna latência aflorando nos momentos precisos, aonde não importa provar nada, mas obter um saldo favorável à sua pouca melanina.

O que querem este seres escolhidos é se dizerem não racistas, ao mesmo tempo que ter direito a ''golpes'' racistas, ''aparentemente'' ocasionais, dia sim dia também, até poderem exercer todo ele sem haver de dissimulá-lo.   

18 de jul. de 2013

Neo Massa.

Neo-Massa.
Comunicação total? Não saberia dizer, mas mais conectados que nunca, ainda que mais peso especifico ganhe a solidão. Sabemos tanto do que acontece aqui, ali e acolá, perto ou algures remoto da nossa realidade que irrefreavelmente saí das profundezas a vulgar ''voz da consciência'' para nos falar em tom diáfano, sobre a vida dos outros e da nossa, que desde sempre esteve jogada no meio do mundo. Cara a cara às injustiças, alegrias e dores, girando como aquelas espirais de desenho animado a nos hipnotizar. Por vezes gostaria de saber da minha intimidade projetada, se devia ou não gestioná-la?

Grafite.  Carrer Marina amb Concell de Cent, diante da estação  de Metro "La Monumental" Linha 2, de Barcelona.
Serão tempos privilegiados para a consciência ou não? Pode-se dizer que há quem nem tenha consciência e gastem seu tempo maquinando enganos, estafas, abusos aos mais frágeis, aparentemente impunes. No entanto cada vez menos pessoas permanecem caladas, e aparentemente também querem se consciencizar delas próprias e do mundo. Gente interessada em tudo e donos de uma consciência, até mesmo beligerante. Pouco a pouco vai se formando e conformando a nova massa.
Os partidos políticos, ainda que malogradamente, representem o ponto de fuga da moral individual para uma vida em comum, se encontram cada vez mais renegados, retardatários diante das urgentes transformações atuais, e impotentes veem seu papel formador de ideologias coletivas nada representar. Mais ainda os grandes partidos, estão se degradando, dissolvendo, e alguns beiram o ridículo e provavelmente o desaparecimento.
A transversalidade é uma exigência em todas as nossas atividades, cientificas, culturais, produtivas e por que não a política? E na politica os partidos políticos, porque as consciências de hoje são vultosamente transversais, a ponto de cindirem-se em duas ou mais consciências, uma espécie de esquizofrenia, mas que estão dispostas a mudar algumas coisas importantes, principalmente quando se refere ao exercício do poder.
Por outro lado a necessidade de equilibrar a felicidade em vez de cindi-la, como a brutalidade com as elites querem romper o processo histórico, num perigosa volta ao passado.
Exercício de liberdade. A liberdade é uma arma perigosa se manipulada, ou quando se encaminha a finalidades perversas, como a gestão da informação que por hora tem se apresentado.
A consciência jogada no meio do mundo vai se adequando aos cenários que se apresentam, se adaptam, julgam e atuam, e por fim podem até serem demissionárias. Afinal demitir, tanto quanto se revoltar também transforma.

17 de jul. de 2013

Quididade.

O mensalão instaura uma crise. Logo vem a crise financeira pelo mundo, que se transforma em crise econômica, em muitos países árabes social, na Europa e EUA política e econômica, aqui ética e ideológica. Tudo aumentou quando das dúvidas da sub-prime estadunidense, agora o debate aberto sobre o sistema econômico em conjunto, a rua disse isso, os valores ou desvalores da nossa sociedade e o futuro, se é que assim possa ser chamado. Antes de mais nada, que venham os debates, porque pouca coisa funciona ao nosso redor.

Não se pode no entanto mexer no estado de bem estar, recém-adquirido. Deve-se, sim, pensar em cortes nas despesas públicas da folha de pagamento, legislativo, judiciário ou cargos em comissão etc .
Deve-se sim, pensar e praticar a reforma política.
Deve-se, sim, pensar na reforma tributária, com olhos porque os pobres e a classe média não paguem mais impostos que os mais ricos.
Quanto ao mercado que seja respeitado, mas que este também respeite as regras e que o estado as aplique, sem parcimônia, então que o Estado forte atue onde o mercado não consiga regular, seja, por toda parte, pois o mercado não se regula em nada. Por exemplo, telefonia, eletricidade e bancos só sabem nadar se for de braçada, boiar nem pensar.
Debater, debater, debater, porque não virá nenhum mascarado nos salvar.
Polarizados estamos. Bem-avindos às discrepâncias, mais que isso, claramente em confronto, se queremos ser uma sociedade multicultural de verdade, onde os diferentes interesses, que refletem pontos de vistas diferentes, devem permanecer e isso não quer dizer ideologia, porque não acredito nisso, acredito é no bolso, quesito que se pode medir facilmente: Quem perde? Quem ganha? É o que me importa, não preciso ganhar, mas não quero perder!
Mais ou menos Estado?
Moralmente, me parece que quem acusa e quem veicula esta tão sujo quanto o réu e quem julga ! E a plateia é santa de pau oco, um santo de pés de barro!
Desconfio de quem afirma qualquer coisa, porque tudo está conectado, a crise no primeiro mundo, a China etc. Toda afirmação contundente é falsa, menos esta, é claro! Pois o mundo não é por partes é o todo, é global!
Portanto até quando vamos crescer, onerar para distribuir ou redistribuir?
Penso que são problemas sistêmicos e não técnicos, e como tal cultural, social, moral, ético e tudo profundamente. Este é o porquê, da dificuldade de entendimento deste momento que vivemos.
Por exemplo, se nunca nenhum político foi exemplarmente punido, por quem deveria punir, como aceitar uma punição? Sendo ela justa! Como considerar justo? Se quem sempre fez justiça está enlameado! Quem dirime esta questão? Gilmar Mendes? Joaquim Barbosa? A Globo?
É um debate azedo!
Mas neste debate temos que desconfiar dos voluntarismos. O ser humano é limitado quanto aos conhecimentos e irracional na sua conduta, cheio de pulsões egoístas, portanto não haverá nem o super-homem nietzschiano nem o novo homem, o se preferirem o neo-homem, se um dia concluirmos estes debates.
Aprendemos muito vagarosamente, e as vezes por força de chineladas, de bons exemplos quase nunca!
A educação pode mudar a nossa juventude, mas antes temos que mudar os mestres, e me incluo, e você deve se incluir, a família deve se incluir, a mídia má e a boa devem se incluir.
Chega de leis, que trazem no bojo o próprio fracasso. A lei só transforma em delito um ato que já existe, daí o tal dito: feito a lei, feita a trapaça.

Detalhe: humildade intelectual e bons costumes diante de quem pensa diferente.

15 de jul. de 2013

Hospital.


No hospital, as caras se amontoam a tua frente, enquanto passa, e ao mesmo tempo aquelas caras veem a tua. Mais que caras, arquétipos de dores, gestuais de dores, uns buscando algo firme, seguro que os salve por um instante, outros abandonam-se ao abismo, cegos, quase salvos, que de tão sós só podem recorrerem a si próprios, lá na sua verdadeira e grande verdade. As expressões surgem do nada ou de toda parte, gemidos igual balas num tiroteio, parece que em qualquer momento podem te saltar encima, no tráfego petrificado de uma sala de espera, ou num corredor deserto de um andar silencioso, saindo de uma porta entre aberta de um quarto todo branco e azul celeste.
Os visitantes e os doentes percebem na pele os procedimentos do trabalho, enquanto os profissionais, já imunizados à maioria das circunstâncias adversas e corriqueiras, procuram fazer seu trabalho alheios a estas manifestações, desta novela final que é um indivíduo no seu extremo mais íntimo. Não há intimidade, mas. Paradoxalmente, quando o homem se encosta ali, para ficar ali, na antessala do seu lote final, quando aquilo que é e foi se dilui e se transforma, subitamente na consciência, no que está a ponto de se tornar ou poder ser, é quando menos tem a possibilidade de manter-se firme na sua intimidade, ou seja a sua capacidade de se expressar dentro do âmbito pessoal da existência, num cenário que não permite dispor da própria liberdade para se tornar mera ferramenta de um sistema superior, que o cataloga e o enclausura. '' - qual é seu problema sr. Cidão? '' ''não dá para cochichar?” ''não'!' ''me doí o cu”.

Quando os ilustrados procuravam, faz trezentos anos, os mecanismos que poderiam organizar as multidões, o faziam porque cada sujeito fosse capaz de se desenvolver na sua particularidade, procuravam também uma via de liberdade. Mas a aplicação das teorias racionalizadoras deu na escravização do ser, sob umas normas gerais que pouco a pouco se confundem com sua razão primeira. Os hospitais públicos com seus horários impossíveis, a aglomeração de carne nos seus quartos, nem tão brancos nem tão azuis, a exploração dos trabalhadores, o esquecimento da essência humana, a novelesca indiscrição, traz de volta o latim à missa, um passo atrás nas conjeturas mais humanas.

Tirar de alguém seu direito a solidão é causar uma dor ignota à dor física concreta. Porque sem liberdade, não nos sentimos dignos de nada, nem tão só de nós mesmos.