Os prussianos haviam
chegado a Ruão. Conquistado é a palavra. Os normandos são bons
negociantes. E meia duzia deles negociou com oficiais invasores, uma
fuga consentida. Três casais nobres, duas religiosas um republicano
e uma garota de programa. A puta, gorda, por tanto levou comida, os
outros, iriam comprá-la pela estrada. Nevou. Perderam tempo e a fome
veio antes da pousada. Comeram a comida de Bola de Sebo, era assim
seu nome. Chegados ao albergue onde passaram a noite, foram impedidos
de partir, por outros oficiais prussianos, invasores da Normandia. O
oficial queria, porque queria Bola de Sebo. Ela ensebou duas noites.
O estalageiro chegava à mesa do jantar e perguntava: Madame L mudou
de ideia?
E reiteradas vezes disse não. A nobreza reuniu-se e botou em prática
um plano de persuasão, com participação das freiras, que
salientaram que Abraão mataria toda família se deus assim quisesse,
e faria isso e era o bem, porque o fim justificava os meios. Mme.
Elisabeth Rousset, assim ela se chamava, por intermédio do anfitrião
mandou avisar de uma indisposição. No outro dia partiram
para Havres. Na carruagem não lhe falaram mais, na hora de comer,
como ela havia saído direto da cama do Oficial, não trazia
provisões, e eles não lhas deram. Ela chorou até chegar em Havres.
De vergonha e de fome.
23 de out. de 2012
Bola de Sebo. Maupassant.
22 de out. de 2012
Brainstorm. A tempestade do Poupa-Tempo da Saúde.
Brainstorm é uma ferramenta, o must na
criação publicitária; já a Sturmabteilung tem origem na mesma
tempestade: Sturm. Sendo a última, SA, quem levou Adolf aonde todos
sabemos. Nada disso tem importância aqui agora, ou sim, dado que o
Poupa-Tempo da Saúde deve ter sido fruto de uma dessas tempestades festejadas, que ocorrem nas oficinas de propaganda. E o cara sai gritanto Eureka! Eureka! Não teria importância, nenhuma, se não
tivesse se transformado na principal plataforma - programa de governo - do candidato a prefeito da cidade de Ribeirão Preto. Assim apresentada, a proposta, me remete aos tempos de candidaturas ao Grêmio do colégio, em que
uns vindicávamos, coxinha pela metade do preço e outros cortinas para as classes de cara ao sol, bom
lembrar que o sol era o mesmo, um pouco mais moço que esse de hoje,
mas brilhava com a mesma intensidade. Poupe o tempo e deixe o barco afundar.
Feche os olhos da TV.
Estou em campanha.
Desde menino já dava meus palpites no assunto político. Certa vez,
seu Osvaldo Sampaio, antigo tabelião de Bonfim, onde eu trabalhava,
me convidou para ir comer um lanche no Bar do Cipó, que ficava na
outra quina da esquina. Tomava minha tubaína mordiscando o pão com
mortadela, com a orelha comprida na discussão de seu Osvaldo com seu
Humberto Toni, eu fazia o segundo colegial, tive boas aulas de
revolução industrial, revolução francesa e modo de produção,
assim que já tinha a centelha 'rebelde'; eles estavam entre Ademar
de Barros e sei lá do outro, eu disse que sem liberdade não se
podia escolher nenhum, creio, de pronto veio um gancho de direita,
seguido de cruzado de esquerda do seu Humberto “ você não nasceu,
você veio a furo”, dei um gole de tubaína àquela massa de pão
que de pronto fechara minha glote. Não parei mais, apesar da ofensa
seu Humberto sempre que aparecia lá pelo bar, vinha ter comigo e
nunca mais lhe neguei fogo, nem ele me negou, nunca mais,
importância.
Fizeram cagadas
homéricas com o patrimônio cultural e arquitetônico bonfinense,
por exemplo, a praça no lugar da Estação 'Inglesa' da Fepasa, o
viaduto, a pintura interior da igreja entre outras tantas. Hoje rui o
prédio da CPFL sem dó e sem pena.
Hoje passei a manhã
panfletando pelo Gustavo, rapaz vigoroso, potente e cheio de
ideias e ganas de realizar tanto as ideias como a ele próprio, é
assim, quem tem sonho, quem não tem sonho, não sei o que tem, nem o
que é.
Já mudei de partidos,
minha primeira filiação foi em 1981, e sigo filiado até hoje e
penso que é de suma importância a participação política, é das
últimas heroicidades que restaram aos homens e mulheres, fora a
criminalidade. Com política ainda se pode mudar o mundo, para o bem
ou o mal, os outros heróis só mesmo no gibi.
É um trabalho hercúleo
ser candidato diante de uma massa amorfa, que diz simplesmente, “Eu?
Eu não! Eu não gosto de políticos nem de política!”
Bestagens meus amigos,
vá para a rua, encontre o candidato que 'ainda que aparentemente'
tenha as 'ideias' próximas das suas, vá com ele e os outros,
encontre outros e defenda as ideias coincidentes, debata, enfrente
elegantemente quem se opor, é uma atividade que oxigena. Você verá
quanta gente pensa diferente de você, quanta gente quer coisas
diferentes daquelas que você encontrava como perfeitas, as melhores.
Você verá que nem todos, ou nenhuns querem o quê você oferece,
defende.
Depois de passar a
manhã nesse exercício físico, primeiro, pela caminhada, mental
pelos debates, é hora de um bom churrasco, para contar o que se
passou, como fazíamos depois do jogo de futebol.
Tire o cu da cadeira, e
descadeire-se de tanto caminhar, sua noite será melhor, você
entenderá um pouco das dificuldades políticas a que estamos metidos
até o nariz. E todas as decisões até agora se deixou a cargo dos
outros, sim o político é o outro, e tomará decisões com ou sem a
sua participação, mas participando você poderá influenciar, se ao
menos tiver como contrastá-lo, encontrá-lo, cobrá-lo.
15 de out. de 2012
Futebol brasileiro inventa “a roda” a cada partida.
Tenho visto algumas
partidas do campeonato brasileiro, mas não consigo assisti-las até
o fim, me cansam. Me cansam os passes errados, me cansam os
analistas, me cansam os ufanistas, me cansam as triangulações que
quase, sempre quase, a todo momento, quase, e quase dão certo.
Quase também não há
ladrão de bola, porque as bolas são retomadas via passes errados,
fintas impossíveis, em que o cara pensa que é o Bip Bip. Me cansam
os mergulhos. O novelismo, quer dizer, a péssima arte cênica
praticada e em demasia, são tapas na cara que não existem, e
acabam me acertando, o tapa na cara da encenação exagerada, à moda
cine trash, caras e bocas de novelas ralés.
Quando era menino e me
aventurava com a camisa 8, dizia o seu Justo nosso treinador: Olha a
segunda bola. A segunda bola tradicional é aquela que o goleirão dá
o balão para o meio de campo, e salve-se quem puder, normalmente o
becão dá uma cabeçada para onde o nariz aponta. É essa a segunda
bola, anda meio desaparecida, porque os goleiros já não dão tanto
chutão, se bem que na última rodada eles abundaram. Pois bem, essa
segunda bola deve ser marcada, porque é a retomada da posse que
interessa. Outra segunda bola muito comum é o rebote da gorducha
alçada na entrada da grande área, e o aproveitamento desse esférico
é importantíssimo, porque recoloca o time que o alçou ao ataque
novamente e muito próximo do objetivo e com a zaga bagunçada. O
Corinthians tem praticado de alguma maneira essa retomada. Mas, o
Palmeiras, ontem, por exemplo, nada fez para reconquistar a pelota.
Entretanto há uma infinidade de segundas bolas, de rebotes que a
equipe não está preparada para eles, como se não soubessem de tal
possibilidade. De tal forma que nestas zonas intermediárias se dá o
linchamento da esfera. A bola é mastigada, pisada, maltratada até
que alguém “não” acerta um tapa na cara do outro, mesmo assim o
outro se atira como nenhuns dos adversários de Cassius Clay ousaram.
Assim me parece uma
verdadeira farsa: o treinador; o professor; o engambelador. Era o
caso do Palmeira de Luiz Felipe Scolari. Uma, sozinha, jogada, e
quando o Marcos Assunção acusou a idade, a jogada foi para o
beleléu. Digo farsa pelo fato que o fundamento de recuperar a posse
é fundamental no futebol, sem a posse, salvo em inexistente caso,
não há gol. Então, o treinador que vai, pouco, além de
psicologismo motivador, deveria motivar e treinar posicionamentos que
viabilizassem a retomada da criança. Mas não existe este treinador,
salvemos as exceções, sempre, é regra.
Outra jogada endeusada,
pelos cronistas esportivos e consortes, é o aparecimento do
'homem-que-vem-de-trás, o elemento-surpresa. Sempre tivemos esses
elementos surpresas, mas surpreso me coloco quando tal elemento
produz, que seja pífia surpresa, porque na maioria dos casos é um
canudo sem rumo e sem direção. Vide Dunga, Mauro Silva, e outros,
já que há infinidade desses elementos sem surpresas e não caberia
num mega.
No futebol brasileiro,
hoje, quem tem se destacado com essa jogada é Paulinho, no
Corinthians. E parece obvio, posto que a jogada que favorece seu
aparecimento é justamente a retomada da posse de bola no momento em
que o adversário pensa tê-la, e se relaxa, e se desarranja, se
desarruma, abre espaços etc. O São Paulo dos últimos jogos,
explorando a velocidade de Lucas e o posicionamento avançado de Luiz
Fabiano, tem se aproveitado dessa retomada, mas esta jogada
são-paulina se assemelha mais ao contra-ataque.
O Grêmio de
Luxemburgo, que tem aproveitado das características gauchas, tem
imposto pressão. Seus jogadores, sem a bola, ocupam sim o campo
adversário, mas é atabalhoadamente, sem organização, é no
folego; na raça; no arrocho, tanto que quando a reavêm, a perdem
com a mesma intensidade e frequência, como já disse não há
planejamento estratégico, da Arte da Guerra só aprenderam os berros
e o acosso e das simulações: os mergulhos, as caras de dores e um
troiano e pouco mais.
Tal desorganização
tática e a falta de treinar fundamentos, como roubar a bola, retomar
a segunda bola tem nivelado os times no campeonato, excetuando o
Fluminense que tem um esquema de jogo alem de Deco e Fred, o São
Paulo se destaca mais pela diferença patrimonial de Lucas e Luiz
Fabiano. E o Santos é o que mais caracteriza esta ausência
estratégico-tática, se valendo alguns momentos da inspiração de
Neymar.
As partidas ocorrem
dentro de um clima de absoluta casualidade, logo após o toque curto
do centro-avante, depois do apito inicial, esta é a única certeza.
Pois dai em frente não há uma triangulação que termine em jogada
clara de gol, sempre há um capote forçado, a busca incessante para
receber uma falta na entrada da área, ou mesmo à beira da
linha-de-fundo. Os pontas não cruzam na cabeça, mesmo na direção
de alguém, planejadamente, simplesmente alçam-na à área, quando
não, chutam-na no adversário, em busca do esquinado, que se posta
na linha lateral da área grande, e lá dentro da pequena quando ela
passa é onde se dá verdadeira rinha de galos, com mais cristas que
esporas.
A qualidade de nossos
jogadores é indiscutível. Porque são capazes de criar a partir do
nada, partindo da não referência. O Barcelona com pouco mais que
Messi, consegue ser hegemônico internacionalmente nos últimos anos.
E quê o Barça faz?
Segue à risca os fundamentos do futebol. Segundo meu amigo José
Gabriel a jogada perfeita é aquela perpetrada e eternizada por
Clodoaldo na copa de 1970 no México, o 'roubo' da bola, o drible, o
passe, o chute a gol, claro o gol.
O
Barça se movimenta em busca da segunda bola, mais que pressionar
individualmente cada jogador adversário que tem a posse de bola,
marcam exatamente a bola, querem a bola e a retomam geralmente
interceptando passes, muitas vezes, curtos devido ao avanço de suas
linhas. O Barça se apodera da maioria das segundas bolas, seja na
entrada da área, na intermediaria e no meio campo. Depois
triangula, à beira de um ataque de nervos, mesmo porque seu jogador
mais insinuante é o Quixote Iniesta, seguido pelo Sancho Messi que é
quem faz a síntese, Messi não tem devaneios. O futebol brasileiro
anda discutindo a posse de bola, faltosamente, o futebol moderno não
discute, dá botes certeiros, planejados, rarefazendo as faltas, pois
não se chega atrasado na disputa, ou se chega em condições de
equilíbrio e retomada ou então se cerca sem agredir. Esse modo de
praticar o futebol em que estamos encalacrados, inclusivamente, tem
dificultado a ação da arbitragem, excetuando sempre os árbitros
fracos, e os sem caráter por vezes. Flamengo e Cruzeiro fizeram um
tipico jogo disputado, um perde e ganha sem fim e cansativo, onde os
gols saem por birra e espirros e embustes malogrados. E quando houve
uma jogada planejada, Wagner Love de espantado perdeu a chance, dado
que mesmo a jogada concatenada e planejada lhe estava fora do
escript, a verdadeira surpresa é a jogada arquitetada.
Assim
a cada jogada o jogador brasileiro tem de reinventar a roda do
futebol, procurar um companheiro em posição, decidir se sai pela
direita para receber, se avança, e quando avança a bola lhe vem ao
calcanhar – houve uma infinidade de bolas passadas no dito
contrapé, ou atrás, aos calcanhares do próprio companheiro, como
se tivessem se conhecido naquele dia, e dissessem: hei vamos bater
uma baba, uma pelada. E assim vamos criando mitos.
14 de out. de 2012
Zeus e Hera.
O velho, sempre vociferando contra a acanhada formação de nossos
mestres, seus preconceitos, essa capacidade repugnante de botar todos
num mesmo saco, e suas absurdas surdezes. Mas naquela noite no bar,
no Dionisio's Bar, entre uma Colorado e outra, disse-lhe: “É a
coisa mais fácil ser bonita. Você deveria estar contente, feliz por ser tão linda, mas vejo que fez uma opção mais feroz, de ser uma
mulher critica, independente, inteligente e que me parece gostar da
igualdade entre homens e mulheres”. Ela morena de 26 anos, metade de minha idade, açodada em vaidades, olhou-me com aquelas amêndoas, apartadas por nariz adunco, fino, da
aquilínea adequação dessa miscigenação. Quis falar e ia falar, sei que
ia, mas seu coração impediu, aparecendo junto a sua língua, e a engasgou. Com o
indicador o empurrei, a que voltasse para o lado esquerdo do palpitante peito.
Abaixo o INSTITUTO DA REELEIÇÃO.
A democracia custa muito dinheiro. Custa tanto que a maior fatia da arrecadação estadunidense, ou mesmo quase toda ela, se destina à democracia, seja nos matizes belicista, propagandista, intervencionista – frente a países ditos não democráticos – e principalmente na manutenção do sistema – no caso, o capitalista – no seu sentido mais amplo a democracia custa, entretanto, menos que outros regimes.
Tirante os excessos, o subsídio da vereança não se constitui em fator gerador de problemas à democracia ou ao erário nacional, estadual ou municipal. Somado, que esta remuneração está na base da piramide remuneratória dos três poderes, e é sempre bom lembrar, que os juízes estão no topo desta piramide, com decaimentos de pontos percentuais, partindo-se do máximo subsídio nacional que os têm os ministros do STF, até chegar ao menor dentro do judiciário, o dos juízes das primeiras instâncias. Mesmo assim andam atolados em montes de processos, que tardam décadas, isso também serve de ponto de partida para discussões onde o soldo é levado em conta..
O político não se torna profissional pelo subsídio que percebe, óbvio, também por ele, que seja dito, mas pela possibilidade da eterna reeleição. Esta, sim, é de fato o cerne da questão.
A reeleição gera um enraizamento do político, a tal ponto que temos, no caso ribeirãopretano, político com dez reeleições. Imaginemos este caso em particular. Tal vereador – como é sabido, e faz parte dos pactos, acordos ( que os não-democratas tendem a chamar de barganha) e da legalidade – nomeia cargos de confiança – dentro da lei orgânica e da CF 1988 – e os ocupantes destes cargos se perpetuam dentro da Administração Pública. Gerando o famoso e inexorável, ao menos em nossa casa, patrimonialismo.
Não devemos esquecer que a CF 1988, originalmente, não previa tal deformação, coube entretanto ao grande democrata, tal invenção, por intermédio de um verdadeiro golpe, trata-se, e é importante se lembrar, da Emenda Constitucional 16. Famoso Instituto da Reeleição.
E é esse golpe acachapante, que hoje sai pela culatra, e eterniza o PT no governo federal, já que no horizonte próximo e democrático, não há liderança política nacional para “desalojá-lo”. Assim como do PSDB no governo do estado, e deus sabe o que se fará para a troca em ambos os casos e palácios.
Se quisermos defender a democracia, acabando com o profissionalismo, deveríamos fazer desaparecer o Instituto da Reeleição, porque o demais é maquiagem.
E maquiagem por maquiagem pediria que os juízes fossem impedidos de ministrar aulas, por excesso de petições, juízos, e o acumulo das funções de juiz de comarca com o de juiz eleitoral, etc e mais, como pode viajar, o juiz, depois de um largo dia de trabalho, que exige concentração e estudos. Afinal é a vida política, econômica, biológica e a liberdade do outro que está em jogo e nas mãos dele (juiz). Depois a volta pelo mesmo caminho, nas altas horas da noite para o recesso do lar, cansado, despertar-se para uma longa jornada (dupla) de trabalho! O que se vê é que salário não é solução para nenhum dos três poderes. Porque é menos viável um juiz, com segundo emprego, que um vereador assalariado. Mas operar mudanças em ambos os casos seria mero make-up, seja, lançar impedimentos. A revolução francesa acabou com a inamovibilidade, anteriormente se estendia a todo o funcionalismo público, hoje só os Juízes são inamoviveis, e os MPs! Entretanto me parece salutar.
Salta aos olhos que discussão política, nesse momento pátrio, não é argumentativa, é histérica esterilidade. Entretanto, meus amigos, “filosofar” “hoje em dia” é tão fundamental quanto foi para a Grécia de Sócrates, talvez mais ainda, porque é na esteira da histeria que corriqueiramente, na história brasileira e mundial, se dá vez ao aparecimento de falsos milagres e por conseguinte de falsos santos. Um juiz, não só ele, deve ser contra o linchamento, nem deve ouvir clamores, principalmente os populares, porque históricamente, muitos caudilhos, duces e fuhres foram fruto da demagogia, do populismo.
11 de out. de 2012
Mensalão | Paredón via charge de Dalcio Campos.
Se quero refletir a
respeito da realidade, por incrível que possa parecer, devo recorrer
a grandes artistas. Nesse caso em particular, encontrei numa charge
de Dalcio Campos, um dos maiores cartunistas do país – que publica
no Correio Popular de Campinas – o material pronto. A síntese de
nosso momento político.
O pelotão, o
fuzilamento subjaz, e a justiça cooptada, alinhada às baionetas e
tudo sob a batuta do Ministro Joaquim. Por um momento me lembrei do
processo de Danton. Só o clima, nunca a essência, por esgarçamento
da putrefação dos ideais revolucionários. Sou homem do meu tempo e
isso é pura imagem, não imaginação.
No entanto El Paredón
e este Juízo são fatos que se retroalimentam nas ranhuras, nas
brechas, nas frestas do nosso tempo. É a luta de classe encarnada,
ou desencarnando, como queiram, e qualquer que seja a escolha, é na
carne que se sente toda vingança, e toda vingança pede outra, e
para quem não sabe, isso é retroalimentação.
É um julgamento que
começou e terminará jorrando sangue e lama. É no demais, repetição
de histórias, como dizia Hegel, o primeiro a terminar com ela,
sempre serão levados ao cadafalso os mesmos, pelos mesmos. Dirão:
começa uma nova história! O Brasil passado a limpo! Tá! E os
outros?
É uma velha pergunta que me ocorre. E os outros?
E a resposta é e será sempre a mesma: você estava com as pedras na
mão e a vidraça está rompida!
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