11 de set. de 2012

Li Monteiro Lobato.
















Era época de doenças infecciosas de quem ia descalço pela vida, nem totalmente rural, ou urbana. Em Rusti certa urbanidade, mas em Urbe só rusticidade. Não sei se a obra é racista ou não, é preciso ser negro para sentir, sou branco, e como menino branco e pobre me sentia um espantalho ao lê-lo, a obra é agressiva. Se sei, é que como literatura, jamais li nada tão ruim. Sei que nem Fernão Capelo Gaivota, o Menino do Dedo Verde ou Meu Pé de Laranja Lima tiveram necessidade de tamanhas grosserias para, nem serem tão ruins quão.
Antes de ser racista, se for, não posso saber, posto que não posso verificar com a minha ciência da sensibilidade, mas Monteiro Lobato, a obra Monteiro Lobato é grosseira. Li uma ficção 'cientifica' de Monteiro Lobato que foi uma canseira Monteiro Lobato só aceita uma leitura, a linear, e dessa linearidade não há outra coisa que seu sempiterno deboche a 'seres tidos como inferiores', dada a voz à boneca, então Emília.
Mas como cachorro pelado por água quente tem medo de água fria, Paulo Coelho não li, não leio, não lerei, sabe por que não leio, li ou lerei? Só por birra, só de sarro, aliás quando a coisa é nula se pode dar a esse luxo, e permanecer ignorante.

Jovem.


O que é juventude?
Primeiro há que se saber se é natural ou cultural ser jovem.
Se natural, a maturação sexual, se cultural, produto das condições históricas e dos discursos?
Por natural entende-se o fenômeno programado geneticamente e dependente de certa maturação.
Se cultural estará dependente de influências do contexto cultural, fruto das relações culturais, econômicas e políticas. Alem dos discursos que circulam, são as “vozes” que dizem a esse jovem o quê ele é, influenciando aquilo que iria ser, e efetivamente irá ou não ser.
Assim mais que uma etapa de maturação dos órgãos sexuais, podemos acompanhar pessoas de mesma idade, locais diferentes e épocas diferentes e comportamento diversos.
Pessoas com doze anos de idade no início do séc. XXI e outras no séc. XIX. As pessoas de doze anos no séc. XIX estavam trabalhando e muitas casadas e com filhos. Hoje elas estão na escola, com maior tempo de ócio, lazer em grupos de iguais.
O que temos contemporaneamente de cultura\condição juvenis surge a partir da década de 50, pois na Grécia antiga, eram grupos de homens, que tinham direito ao ócio mais prolongado, desde que houvesse trabalhadores a fazerem o seus trabalhos. Era a elite que viria a governar, no devido momento. A juventude podia chegar até os quarenta anos de idade. Esse tempo de ócio era para se preparar para os cargos de comando.
No séc. XVII é dado o primeiro passo para a concepção atual de juventude.
Melhoram as condições higiênicas, reduz de mortalidade infantil e inventa-se a imprensa e a publicação de livros. A arquitetura das casas se modifica um pouco. Começa-se a se fazer o isolamento do mundo das crianças do dos adultos. Poque até então as crianças viviam todas as práticas da família junto com os adultos. Inclusive o sexo. Esse isolamento é que cria a infância.
Mais adiante essa condição foi reforçada pelas revoluções industriais. No séc. XVIII e no XIX.
Nesse momento passa a ser necessário mais que aprender a ler, escrever e contar;
são as necessidades para o mundo do trabalho. Para preparar e suprir as necessidades do mercado de trabalho é estendida a infância.
De 1945 e 1970, época auge do capitalismo, hemisfério norte, em pleno estado de bem-estar social os pobres começam a ingressar nas escolas, no Brasil quem ingressava em massa nas escolas era a classe média. Assim que o fenômeno de aceder em massa aos bancos escolares é muito recente, constitucionalmente desde 1988 que indivíduos tem 'direito' de acesso pleno às escolas, até os 16 anos.
São simultâneos ainda o crescimento econômico e o das mídias. São essas mídias que vão começar a discursar, principalmente por meio da TV e do Cinema – Hollywood – formas de ver o que é ser jovem. Nasce a ideia de jovem universal – rebelde, usar drogas, desejar e fazer sexo, gostar de Rock e de determinado tipo de roupa. É a representação tipica de James Dean no filme Juventude Transviada.
Acontece que com isso o isolamento do mundo do adulto e o mundo da criança vai pouco a pouco se rompendo. Porque as crianças começam a ter acesso aos segredos. Que estavam em livros para faixas etárias diferentes. Que estavam em livros diferentes para cada faixa etária, em compartimentos diferentes da casa. Sexo. Guerras. Violência. Corrupção. Dinheiro. Problemas no trabalho etc.
Dizem que a mídia é a vilã, porque influencia e altera comportamentos, mas a mídia só divulga aquilo, que já é prática de alguns grupos sociais, e ao os divulgar as crianças e os jovens podem se identificar, por conta do que já vivem nas suas culturas, e a partir disso desenvolver novos comportamentos.
Não é a TV, por exemplo, que determina comportamento, o que há é um processo de identificação. O jovem vê o que há de comum nesse discurso e naquele que já viveu. Então se posiciona, não necessariamente a favor. Podendo construir uma identidade contrária àquilo.
Entretanto não há um padrão universal de cultura juvenil. Músicas, roupas, comportamentos diferentes, não havendo um formato: odo “todo 'jovem' é assim”. São diferentes o jovem do campo ou da cidade, de regiões mais distantes da metrópole e os mais próximos, com mais ou menos acesso aos meios de comunicação, de um país central ou de um periférico, ocidente ou oriente, de comunidades com maior o menor grau de fidelidade à ancestralidade, com maior ou menor poder aquisitivo, condição de moradia.
Alguns desses grupos terão suas 'identidades' ligados ao padrão dominante divulgado pelas mídias –marcadas como valorizadas-.
Outras 'identidades' terão padrões de vestimentas etc que têm menor valor – desvalorizados e “marcados” como inferiores – a isso se chama “diferença”.
Hoje o padrão de jovens que é valorizado é o de jovem feliz, seguro, que participa de muitas festas, que é popular, geralmente, são rapazes cercados de mulheres, etc sempre divulgados com associação de imagens a determinados artistas, políticos, homens de negócios etc. Esta é a identidade dominante, e não ser assim é a diferença.
As mídias não conseguem, como já vimos, influenciar diretamente com seus programas, elas encomendam pesquisas para saber quais são os interesses, as práticas culturais dos jovens, e partindo desses dados realizam seus programas, a mídia não inventa padrão ela encontra 'tendências', mapeando as características existentes em grupos de jovens.
O que se percebe é que há muitos fatores que estabelecem a juventude, entretanto ser jovem é uma questão sociocultural.
A tecno cultura, é o ambiente dos jovens. A MTV em 1999 encomendou um dossiê\pesquisa para saber, que importância têm os aparelhos na vida dos jovens.
Em 1999 dos jovens entre 12 e 30 anos, 15% deles utilizavam e tinha celular e internet.
Em 2010 a faixa é maior que 90%.
Os aparelhos, para os jovens, tem funções especificas, assim que sabem qual é melhor usar em determinada circunstância, um e-mail, um blog, um foto-log etc, por exemplo, o celular evita um terceiro na conversa.
Alem de ter função especifica de cada tecnologia\aparelho, há linguagens diferentes, vídeos, músicas, fotos, isto é, muito mais que só a fala.
As culturas juvenis são pós figurativas, pois no passado, o jovem lutava muito para conseguir pequenas mudanças, que nem eram determinadas por eles, mas hoje não, hoje a cultura da geração anterior não ser para o presente ou o futuro do jovem, e é o jovem quem determina a mudança que quer e quanto quer.
Não é a tecnologia que faz a diferença, mas é a vida em si na cibercultura que é outra, com as trocas de informações das variações culturais em todo o globo, no ciberespaço se vive na tecno cultura, se cria, se produz, ainda que não seja trabalho, mas é como se fosse, é uma formatação possível.
Não se trata de usar aparelhos, mas de tecnologia embarcada no próprio corpo. Se hoje vemos os jovens com seus aparelhos celulares, ipod, etc pendurados junto ao corpo, não é mero exibicionismo, aquilo faz parte do corpo do jovem, como os seios, a genitália, etc. Porque esses aparelhos dão ao jovem um poder extra, que os permite ir alem daquilo que seu corpo humano pode.
Como a vida se dá efetivamente no ciberespaço, lá o jovem não precisa se apresentar com seu corpo real, pode fazer montagens, desnaturalizando o próprio corpo, com descrições diferentes montadas desde contextos diferentes sobre si mesmo, o tempo também é diferente, pode-se falar com uma pessoa em tempo real, mandar uma mensagem para ser recebida e respondida noutro momento, enquanto acessa um outro site, vê fotos em outro etc.
Os jovens usam outras formas de leitura, e se são outras formas de leitura, são outras formas de pensamento.
Tudo isso aumenta os poderes do jovem dentro do ciberespaço, mas também espelha os seu limites reais, com isso aumenta a sua insegurança. Dai os simulacros do corpo. Inseguros com a relação social, preterido o real ao virtual, medo da violência, preferindo o Shopping, o chat aos espaços públicos, inseguros quanto a outras formas de intervenção ( dai a extrema dificuldade de atuar no espaço democrático que é a escola, bares, boates etc)

10 de set. de 2012

A Consciência. em A Ideologia Alemã. por Karl Marx.



A produção da consciência está  direta e intimamente ligada à atividade material e às relações materiais entre os homens; é a linguagem da vida real. As representações, o pensamento, o comércio intelectual dos homens surge aqui como emanação direta do seu comportamento material. São os homens que produzem as suas representações, as suas ideias. Homens reais, atuantes e como foram condicionados por um determinado desenvolvimento das suas forças produtivas e do modo de relações que lhe corresponde, incluindo até as formas mais amplas que estas possam tomar, a consciência não pode ser mais do que o Ser consciente e o Ser dos homens é o seu processo da vida real.
Na ideologia os homens e as suas relações nos surgem invertidos, tal como acontece numa câmara escura. Isto é apenas o resultado do seu processo de vida histórico, do mesmo modo que a imagem invertida dos objetos que se forma na retina,  é uma consequência do seu processo de vida diretamente físico. Isto significa que não se parte daquilo que os homens dizem, imaginam e pensam,  nem daquilo que são nas palavras, no pensamento, na imaginação e na representação de outrem para se chegar aos homens em carne e osso. Parte-se dos homens, da sua atividade real. É a partir do seu processo de vida real, que  representa o desenvolvimento dos reflexos,  e das repercussões ideológicas deste processo vital. Mesmo os fantasmas correspondem, no cérebro humano, a sublimações necessariamente resultantes do processo da sua vida material, que pode ser observado empiricamente e que repousa em bases materiais.
Assim a consciência perde imediatamente toda a aparência de autonomia, porque não há história, nem desenvolvimento; senão antes os homens, que desenvolvendo a sua produção material e as suas relações materiais, transformam, com esta realidade que lhes é própria, o seu pensamento e os produtos desse pensamento. ,,Não é a consciência que determina a vida, mas sim a vida que determina a consciência.

8 de set. de 2012

Nada.


O neto foi convidado pela avó a morar com ela no casarão, logo depois da morte do avô. Eles se gostavam muito. A avó era metódica e passou-lhe as normas da casa, que por acaso nem eram tantas. Em especial mostrou ao neto o molho de chaves das  portas que davam a dependências já sem uso porque os filhos pouco a pouco foram se casando e saindo da casa. No molho só não tinha chave para uma porta, que a avó disse nada haver depois dela. O neto insistiu pela chave, ela dizia que não tinha a chave. Ele insistia no que havia depois daquela porta: Nada, ela dizia. O neto se angustiava a cada dia mais e mais. Começou procurar a chave  às escondidas. Procurou em cada canto do casarão e por fim a descobriu. Quando abriu a porta se deparou com o absoluto nada. Enlouquecido matou a avó com muitas facadas.   

7 de set. de 2012

Heidegger e o Nazismo: A noite dos longos punhais.




Em 1933 Hitler é eleito Chanceler da Alemanha, depois de uma caminhada complexa de suas próprias tropas. Uma combinação entre as SA e as SS. Nas SS estava Himmler e SA Ernst Rȍhm. SA os camisas pardas. SS cruz gamada.

Quando foi oferecida a Heidegger a Reitoria da Universidade de Berlim; Heidegger foi visitar um camponês; Heidegger valorizava muito, como o Nacional Socialismo, o homem do campo. Heidegger conta que ao encontrar seu amigo campesino, não trocaram palavras. O camponês, ariano, porque Heidegger fala de seus olhos azuis. Ambos prepararam seus cachimbos. Deram umas baforadas. Heidegger não havia dito o quê o levava àquele encontro, mas depois de um silêncio sábio, e umas baforadas o camponês disse: nicht, seja não. Então Heidegger declinou o convite pela urbe berlinense, e mantendo a lógica, aceitou ficar “pelo interior” na provinciana Friburg.
Acontece que o SA (Sturmabteilung, algo como departamento da tempestade, mas na verdade tropa de assalto). Os Camisas Pardas (SA) de Ernst Rȍhm é quem comandavam as universidades na Alemanha, respaldaram a Heidegger e nesse momento eram três milhões de militantes, e uma das utopias das SA de Ernst Rȍhm era corrigir o rumo, girar a revolução Nacional Socialista em direção ao socialismo. Mas aparece, por exemplo, Von Pappen que diz: Não fizemos uma revolução antimarxista, para levar, então, agora o Nazismo ao Marxismo. Então Hitler resolve as coisas à sua maneira, pouco amável digamos, e convoca a Himmler, Goebbels etc und consorten e produz o que se chama 'A noite das peixeiras compridas” “Nacht der langen Messer” e em quatro dias matam mais de mil pessoas e entre elas a Ernst Rȍhm.
Antes de assumir a reitoria de Friburg e em honra a um herói alemão, venerado pelos camisas pardas, Albert Schlageter que havia dado pela pátria sua vida em França, Heidegger faz um discurso, mui alemão, muito denso, e ao terminar disse: Agora levantemos nossa mão em silêncio, fazendo a saudação nazista.
Heidegger não podia naquele momento desconhecer que o Nacional Socialismo, o Nazismo, era um movimento racista, belicista....
Ao assumir, a reitoria de Friburg, Heidegger pronuncia outro discurso. A esse discurso estão presentes os SA camisas pardas, e os das cruzes gamadas SS, e o estudantado. Heidegger suprime as liberdades acadêmicas, impõe normas rígidas de trabalhos físicos para os estudantes, e logo ao conceito. O conceito fundamental é uma remissão aos gregos. O eixo Atenas Berlim. A remissão está condensada na frase: O começo ainda é. O começo ainda vige. Que nada mais queria dizer, que os alemães deveriam encarnar o espirito grego do ocidente, do mediterrâneo. Os alemães deveriam ser dignos desse inicio. Esta era a meta. A meta alemã de retomar ao espirito de Atenas, via Berlim, começá-lo, levá-lo adiante.
E para terminar o discurso lançou mão de uma frase poderosa, que Heidegger atribui a Platão: “Todo o grande está no meio da tempestade”. Deve-se lembrar que tempestade é Sturm, não é a palavra usada por Platão, mas Heidegger a adapta a sua circunstância, para fazer referência a SA 'Sturmabteilung', tropa de assalto. É uma frase poderosa para um auditório de militantes, depois disso como não atacar a Polônia!? Mas isso foi antes da Nacht der langen Messer.

Heidegger renuncia ao reitorado de Friburgo poucos dias antes desta noite.
Mas em 1935 dá um seminário fundamental que é: Introdução a Metafisica.
Habermas diz que os alunos inciavam o curso como soldados e terminavam como oficiais.
 Heidegger diz:
O mundo atual, a Europa de hoje, em atroz cegueira está se suicidando. Quando no mundo, o tempo é só para medir a rapidez, ou seja só rapidez, e quando o boxeador seja a grande figura de uma nação, quando as grandes massas são igualadas na URSS, quando a simultaneidade nos permite, escutar um atentado em Tóquio e um concerto em Londres, e quando a existência se há desvalorizado, então como velhos fantasmas votarão as velhas perguntas:
Por quê?
Para quê?
Para onde?
E acrescentou: Nós, a Alemanha, somos a última possibilidade do ocidente. Estamos rodeados por tesoura formada pelo mercantilismo americano e a massificação russa. Os americanos devorados pelo mercantilismo, pela conquistas das coisas, os russos pela massificação ditatorial. Alemanha necessita de espaço vital. Frase cara a Nietzsche. Bordão de Hitler. Nossas conquistas, as conquistas armadas alemãs devem ser espirituais. Somos o centro do ocidente e temos que salvar a terra, a devastação da terra pela técnica, a qual está submetida. Porque isto em que vivemos, já não é a terra, porque o homem se esqueceu de ser, e se consagra à conquista e manipulação das coisas, objetos,etc. Isto nada mais é que a coisificação da existência. Na qual o homem se perde como homem, na conquista dos objetos, e ao fazê-lo ele próprio se transforma em coisa. E como coisa já não encontra o ser. Zen. O absoluto. Uma clareira no meio da floresta e onde o homem se comunica com o mais autentico de si.









5 de set. de 2012

Construção do Conhecimento.

Professor Nilson José Machado, uma aula.
Chomsky und Piaget.

Inteligencia.

Acima do conhecimento, há a palavra ligada a todas imediatamente abaixo no gráfico piramidal. Trata-se de Inteligência.
Inteligência quer dizer diretamente Pessoas e pessoas com projetos, projetos capazes de nos lançar para frente.
Para aprofundar nesse particular pode-se ler: Teoria de la inteligencia creadora de José Antônio Marina, pedagogo toledano.
Como já foi dito anteriormente, neste blog, um banco de dados sem pessoa interessada, é inerte. Que o conhecimento pressupõe uma visão teórica. Mas, que só tem sentido se pode ser mobilizado para realizar projetos.
A escola está focada no conhecimento, senão totalmente, está mais focada no âmbito do conhecimento.
No âmbito dos dados e dos bancos de dados, a tecnologia é tudo, pouco se pode fazer em dias de hoje sem uma boa tecnologia, um computador, para tratar dados, guardar dados. Já no âmbito do conhecimento e inteligencia, a tecnologia, o computador tem pouco a dizer.
Há as metáforas como inteligência artificial, como há semáforo inteligente e por conseguinte semáforo burro. São sistemas programados para executar algo. Dizem: o Ipad faz isso... não faz nada, sem um dedo humano.
A inteligencia humana é a capacidade de projetar, inclusive, o semáforo burro ou inteligente.
O pulo do gato está na passagem de dados e informações para o conhecimento, há uma palavra-chave, que serve de interface entre dados e informação que é mapa, alias em todas as passagens de um nível para outro.
Mapa.
Trata-se de cartografia simbólica. Mapeia-se o que tem mais ou menos interesse. Mapa de relevância. Mapear informação relevante. Mapear conhecimento para o que interessa ao projeto.
Há empresas especializada em produzir Mapas.
Por exemplo, podemos pedir itum 'mapa' do Japão, tendo em vista, um projeto de produzir calçados em Kyoto, para saber-se se haverá matéria-prima, onde é produzida...
Mapa de relevância, onde a relevância não tem a ver necessariamente com hierarquia.
Somente põe em relação.
Bit.
Informação se mede em bit. Desde 1948, conceituado por Claude E. Shannon, criador da teoria matemática da comunicação informação, Shannon queria medir informação, dai resulta o bit. Na verdade o bit só é eficiente para medir dado. E irrelevante para medir conhecimento.
O Bit surgiu independente do computador. A teoria é simplificando a extremo, uma em duas igualmente provável. On\Off ( 1,0) A,B um bit, para um dado que contenha um bit, se faz necessário uma pergunta do tipo sim ou não. Para um sistema a,b,c,d é preciso duas perguntas, para a,b,a,b,a,b,a,b três perguntas. O bit é bom para dados.

Devlin propos o infum como medida de informação.
para o infun é 0 ou 1 porém dentro de circunstâncias. Sim ou não em determinado contexto. Na prática o que reina é o bit, quanto mais raro o evento, abcdef, a raridade a faz mais carregada de informação. É o que move a mídia.
Um cachorro mordeu o professor. Não tem raridade.
Já, se o professor mordeu o cachorro. A raridade é Máxima.
Toda a mídia é movida pela raridade.

Já para o conhecimento, e alem de entrar no conteúdo a unidade proposta é o Chunk of Knowledge, por Herbert Simon and Popet em 1998.
Em resumo para Simon and Popet. Num filme, as belas cenas são as informações. Mas um bom filme não vive de belas cenas, depende de amarrações, enredo, enfim conhecimento.
A sabedoria está no conhecimento daquilo que tem valor. Conhecer aquilo que é relevante.
O grande debate entre Chomsky e Piaget.
Para Piaget, o conhecimento todo ele se constrói. Construtivismo.
O grande debate se deu na decada de 70 entre Jean Piaget e Noan Chomsky.
De um lado Jean Piaget construtivista e do outro Noam Chomsky tido como defensor do inatismo.
Porem nenhum deles pensava que se nasce sabendo.
Piaget defende que o conhecimento se constrói de maneira isomórfica à organização das ações. Por exemplo se queremos ensinar a 'Comutatividade', Piaget nos diz que se vivenciando a comutatividade, o aprendiz constrói isomorficamente a ideia comutativa na cabeça. As estruturas cognitiva se constroem partindo-se das ações.
Chomsky diz que sem as ações não se constrói, mas a estrutura, são como o motor de partida de um carro, sem ligar o motor de partida, não se liga o carro, mas o motor de partida não tem nada a ver como o motor, não dá para procurar isomorfismo entre o motor de partida e o motor do carro.
Para Chomsky, ao menos no que diz respeito a linguagem, todos nascemos com esse 'motor de partida'.

Mas nenhum deles achava que o conhecimento é inato, o que não passa de uma simplificação sem sentido.
Para Piaget as estruturas cognitivas são todas criadas do zero, ao passo que para Noam Chomsky todo mundo nasce com a competência para aprender a própria língua. Nascemos com um órgão ( competência), um órgão 'abstrato' ,este é o inatismo do Chomsky.
Mas Piaget cede e concorda que cada um nasce com um 'funcionamento geral de conhecimento'. Esse funcionamento geral nada mais é que o ponto de partida, que aquele órgão de competência que nos diz Chomsky.
Construir o conhecimento é a verdade para ambos. Isomorfismo de Piaget permanece e para Chomsky não se trata de puro inatismo.
Filogênese. Na especie.
Ontogênese no indivíduo.
Hipótese de que há ontogênese recapitulando a filogênese.
Esta história de que num indivíduo se repete a humanidade, já foi fuzilada.
Piaget e Rolando Garcia. Escrevem Psicogênese e Estudo da Ciência.
Na filogênese o que vem antes, o trabalho ou a linguagem. E na ontogênese o que vem antes é a linguagem. Na especie o trabalho antecede a linguagem. Há paralelismos. Mas a recapitulação facilitaria nossa vida.
O conhecimento se constrói.
O importante é como se constrói.

4 de set. de 2012

Conhecimento.



Epistemologia. Teoria do conhecimento.

Hoje é muito comum acompanhar pela grande mídia a “economistas” falarem escreverem sobre educação. Nada mais, nada menos pelo simples fato de o conhecimento ter se tornado o maior fator de produção. Se na Grécia antiga a episteme, o logus, nada tinham a ver com o mundo do trabalho, com o fazer, com a técnica, hoje o conhecimento é tratado como valor de troca.

Então economista analista diz: A EDUCAÇÃO É FUNDAMENTAL. Com o argumento de que até 2020 o conhecimento no mundo será dobrando a cada 80 dias. É só uma confusão, pois ele está confundindo conhecimento, com informação. Conhecimento talvez esteja a crescer, mas difícil dobrar o volume, o que dobra de quantidade são dados de um banco de dados.
Diz-se também comumente: sociedade do conhecimento, mas na verdade é sociedade da informação, de dados e de banco de dados.
A base da sociedade são os bancos de dados. E a marca do dado, a característica do dado é a acumulação. Os dados de um banco de dados nos entopem, saturam, soterram. Quem dispõe de muitos bancos de dados, pode estar entupido de irrelevâncias.
Informação já envolve gentes, pessoas. A marca da informação é o veiculo e a comunicação que a faz circular entre as pessoas. Para se chegar a informação e preciso tratar os dados. Por exemplo, os gráficos, a estatística. Tudo que se faz na escola é tratar a informação. Trabalhar a informação para chegar ao conhecimento. O conhecimento se faz da informação, que se faz com dados. A vida do banco de dados depende das pessoas, do conhecimento.
A marca da informação é a efemeridade, e a efemeridade decorre da fragmentação.
Por isso a informação é caco, vidro estilhaçado. O jornal de ontem não serve para nada. A revista do mês passado está jocosamente associada a sala de espera.
O conhecimento é mais que isso. O conhecimento se constrói, evolui... não perde validade.
Conhecimento lembra primeiro teoria, que depois nos leva a compreensão.
Teoria é visão. Teoria e Teatro tem a mesma raiz grega, mas teoria é a visão que leva a compreensão. Teoria é uma visão organizada. Que nos faz entender. Para a educação agir sem teoria, é agir às cegas. A teoria mesmo que seja tácita, sempre há nela uma visão uma imagem que orienta, mesmo que seja uma proto teoria.
A escola nunca vai ser o melhor banco de dados, nem pode competir com a Internet. Nem significa “tecnologia embarcada” salas cheias de computadores, ipads, tabletes etc.
O foco da educação escolar, formal, é o conhecimento.
A primeira escola politécnica é francesa.
Para desempenhar tal profissão é preciso estudar tal coisa. Isso está na enciclopédia pela primeira vez. É o primeiro lugar que se encontra escrito, o mapa das matérias e das ocupações e suas bases curriculares. Porque anteriormente a universidade era onde se aprendia a cultura.
De nada vale tanta tecnologia a disposição se não se tiver nada a dizer.
Há uma enorme fragmentação. Mas a escola é multidisciplinar, apesar das fracas interações entre as disciplinas, por isso que depois se cria a interdisciplinaridade, é tentativa de melhorar.
O fenômeno mais recente – décadas recentes – é a intra disciplinaridade. Há disciplinas muito especificas, e de tão especificas, não convivem com a disciplina de origem, ampla.
Afunilamento não tem retorno, mas precisa ter conserto.
A busca moderna é a transdisciplinaridade. Ver alem da disciplina, objetos maiores.
Mapeamento genético é fundamental, mas Eutanásia pode? Clonagem pode? Essa resposta não está no DNA, nos genes, ou no aprofundamento da pesquisa, há momentos que há de tirar o olho do microscópio para ver além do pixel, ver a foto, imagem. Essa resposta é transdisciplinar. Por isso se fala em Bioética.
Há dois tipos de preocupação. Não se pensa em acabar com a disciplina. É preciso disciplinar. As disciplinas.
O primeiro currículo é o Trivium: lógica dialética, a gramática e a retórica, isso era o trivial. Era falta de civilidade tratar mal a língua. Era preciso argumentar. E preocupar-se com o outro, a retórica, convencer o outro, vencer com, junto, com o outro.
Curiosidade: A palavra 'autos' em latim é elevado e profundo.