A Educação é um golpe da
Autoridade! Isso assusta cabeças que pensam com o bucho, coração e
pele ao responder com a eriçamento da epiderme, o arrepio.
Ao entender-se que a eternidade
é tempo, o elétron matéria e pulsos, educação é autoridade e
essa educação. Educação\Autoridade autorizada, do contrário a
autoridade não autorizada é educação tirânica, nada que não
pura corrupção da autorização.
Assim educação remete a ação
e coação! Se não vamos a isso.
Hanah Arendt, nos remete à
relação educação e ação. Educa + ação.
Há a ação que conserva, como a
ação que transforma o fazer próprio do ser humano, fazer com a
palavra, com a consciência.
Nos remete também a coação.
Ideia inicial de coagir, é inicialmente negativa. Ninguém gosta de
ser coagido, soma-se que nem toda coação é legitima. E nesse
contexto é que se coloca o conceito de autoridade. E autoridade tem
sempre a ver com a ação sobre os outros.
Há nisso ou faz-se um grande
mistério. O mistério de compreender qual é a coação legitima?
Se partimos a coisa em: Força,
Poder e Autoridade.
A força é coercitiva e é
sempre indesejável, todavia nem sempre evitável.
Do latim “Violare”é
força e repito, violência é sempre indesejável.
Mas no Estado de direito a força
existe, e seu monopólio é do estatal.
Assim e invariavelmente a coerção
fora do âmbito estatal é anômala. Entretanto tal anomalia existe
nas brechas do estado, por exemplo, a segurança privada. De todos os
modos: Ordem, Legalidade e Justiça é função do estado de direito.
No Poder há consentimento, este
vem da ameaça, vem da lei, mas mesmo assim posso não achar
legitimo, mas sempre há o poder na organização do estado,
consequentemente tem força. Não existe o poder que não disponha da
força.
Hoje pensar o estado, é pensar
a ideia de autoridade, e a coação deve ser legitima, e a
legitimidade deve ter o aspecto legal, mas deve alem da legalidade
ter o reconhecimento da autoridade. A autoridade que grite: me
respeite! Não é autoridade.
A legalidade, pura, é o cadáver
da autoridade. A autoridade que se baseia na lei, está morta. Há
de haver o reconhecimento da autoridade.
O que leva ao reconhecimento da
autoridade como legitima?
A passagem do legal para o
legitimo é tema ético, que tentarei tratar noutro momento,
entretanto pode-se adiantar alguma coisa, por exemplo, como se a
autoridade\educação é a ação sobre os outros, sendo a
autoridade válida se consentida, qual a fonte desse reconhecimento?
Uma história da história:
Reconhecia-se o rei, porque a autoridade vinha de deus. Isso acabou
com a revolução inglesa. Hoje só há simbolismo na autoridade do
rei.
Com a revolução francesa, a
autoridade real acaba definitivamente, nem simbolicamente ela
persistiu. A autoridade foi substituída pelO povo, com a ideia de
república. República é Executivo, legislativo e judiciário. É o
arcabouço do poder. O poder nascendo do povo, mais que da delegação
nasce do processo que leva a autoridade ao poder. E a autoridade é
humana.
Mas todas as duvidas pertencem e
permanecem nesse reconhecimento.
Há sempre algum tipo de regra da
maioria, a eleição. Mas a eleição nunca cria uma autoridade. Um
eleição legitima uma autoridade.
O processo eleitoral é meio de
legitimar, a autoridade, e se legitima é porque estava presente.
Nesse ponto penso que a ideia de
autoridade está diretamente ligada a ideia de autoria. Do
latim“Augere”.
Augere é que dá origem
à palavra autor. É concomitante que augere quer dizer
aumentar. Logo Autor é aumentador. Alguém que cria, e depois da
criação o mundo ficou maior do que era, porque agora contem
“coisas” que antes não existiam.
E autoridade está, mediatamente,
associada ao processo de iniciar, de fundação, aonde os fundadores
são as fontes da autoridade. A autoridade dos pais que iniciaram os
filhos, que os colocaram no mundo.
O não agir é uma forma de agir.
o professor inicia coisa nos outros, por ação ou omissão.
Assim o professor cria, no
sentido de iniciar, ele é um inciador, fundador do conhecimento, por
exemplo.
Myrian Revault d'Allonnes Le
Pouvoir dés Commencements, ensaio sobre a autoridade. O poder dos
começos.
Nessa perspectiva, a ideia de
autoridade se relaciona diretamente com responsabilidade.
“Responsa” é resposta. Responder pelos outros. Quem
responde pelos outros antes deve responder por si. Para responder por
si, ninguém precisa de autoridade, mas para responder pelos outros,
a autoridade é imediatamente necessária, é o mesmo ato. E o si
mesmo como um outro, a consciência tem a ver com isso, ser
responsável pelas próprias ações.
Assim a autoridade responsável,
é pleonasmo. A autoridade é sempre responsável. Mas a autoridade
tem limite. Não há autoridade para todos os âmbitos.
A tolerância está ligada a
ideia de autoridade. A tolerância pelo que não é responsável, é
arrogância.
No âmbito onde se responde, há
que haver autoridade, tolerância é um atributo da autoridade.
A crise na educação é crise de
autoridade. Franco atirador não é responsável por nada.
Dentro de cada pessoa há um
âmbito em que ela é responsável por si, ninguém pode invadir esse
âmbito. Há esse fundo insubornável de cada pessoa. É a marca da
pessoa. Mexer ali é mudar essa pessoa. Então a pessoa assume a
total responsabilidade desse fundo.