27 de dez. de 2015

Museu da Língua Portuguesa.

Museu da Língua Portuguesa.

Dizem que havia um poema de cem oitavas no Museu da Língua Portuguesa, chamado Ecos de Nhanderuvuçu ou Tupã, ou Prometeu. Exemplar único, não digitalizado. Alfredo Bosi cria que obra de Santa Rita Durão do final do séc XVIII. Não é a melhor obra da literatura brasileira. Mas de grande interesse, pois apresentava um Prometeu queixoso, tão melancólico que poderia dizer sem aresta: rousseauniano. Roubou o fogo dos deuses e o entregou aos homens. Assim, paga sua filantropia amarrado  à pedra da Gávea, e a cada manhã vêm os urubus comer seu fígado, que à noite se restaura, junto com sua melancolia, o fogo trouxe conforto aos homens, mas nada de bondade.

Este é o lamento de Tupã, que copiei da obra de A. Bosi, História Concisa da Literatura Brasileira, Cultrix, 2005.

Ah! Quanto mais feliz minha sorte fora
se com alma plebeia em vil estado
Entre riscos e palmeiras conduzira
por um tempo minha inocência e gado. 

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