7 de out. de 2015

Da Midia - Asfixiante Penitencia Imposta ao Livre Pensar.

Muitas vezes percebo nas criticas, não só no antiPetismo, uma asfixiante penitencia auto-imposta, da mesma forma que no passado se usou uma estrelinha vermelha para se diferenciar no rebanho, hoje usa esbravejar contra, já sendo o bastante, e como penitente não percebe que a história do fetiche da estrelinha é que nos trouxe ao de hoje, pelo vazio de quem a usava nesses termos. Da critica de hoje asfixiante ao endeusamento da estrela fetichística no passado, entre um e outro corre e correu um rio, que para navegar ou nadar, há que se libertar dessa camisa de força e ampliar as margens.
Há uma expressão terrível que é a tal massa de manobra. Nunca gostei delas, mas ela persiste apesar do meu paladar. E por incrível que possa parecer, a massa de manobra não é a grande massa popular, porque o povão é paquidérmico, difícil de manobrar, e como o elefante dentro da lojinha com qualquer movimento pode causar muito estrago. Portanto a massa manobrável deve ser mais leve, é a vaca com sininho, aquela que possa conduzir mansamente o rebanho, sem grandes movimentos que possam criar problemas maiores do que os que se quer resolver.
A esquerda pré PT e Petista, antes do poder, bem que tentaram trazer para o palco tal paquiderme, afinal, nada se tinha a perder. No entanto, mesmo o PT lulista, e é o que entrou no poder, soube se livrar da grande massa, no que diz respeito aos movimentos. Um exemplo de massa de manobra é aquela das diretas, que com duas ou três palavras de ordem volta para casa cabisbaixa. O exemplo quase oposto é a massa enfurecida dos movimentos de 2013, disse quase, pois ao final viu-se que eram comandadas eletronicamente, e bastou clicar em algum botão e ela também se escafedeu, mas já demorava-se mais do que quem a planejara esperava que demorasse. Outro exemplo de massa de manobra é a do Fora Collor, aonde se inventou a grife dos caras pintadas, repercutindo sobre ela mesmas, as imagens televisivas ajudavam a se auto-encher como um balão, um certo tipo de patrocínio.
O “Fora Collor” foi bem mais do que isso, foi o balão de ensaio dos Mídias no exercício de Bloco Oposicionista. O que não é novo, se historicamente existe o senhor Lacerda. Temos tradição de políticos que nasceram nestes meios. O rádio já forneceu uma dezena de candidatos a prefeitos em cidades grandes do estado de São Paulo, só para constar, o prefeito atual de Campinas Jonas Donizete, e a prefeita em segundo mandato de Ribeirão Preto Darcy Vera nasceram nas ondas medias e curtas. Você se lembrará de tantos outros com certeza. É notória, a força das mídias faladas e televisivas por toda parte, creio, mas sem precedentes como em nosso país.
Penso que juridicamente, o PT não tem defesa. Como não têm qualquer outra agremiação partidária que tenha assumido o poder ou está nele como o PSDB em São Paulo. O caixa dois é fundamental, até agora, para a sobrevivência dos partidos, tal como é nossa lei eleitoral hoje. Mudar essa lei drasticamente é impossível, democraticamente, e mesmo uma pequena Constituinte para isso não a mudaria tanto, porque é certo que deveria apear do poder muita gente em todos os partidos. Que ao fim e ao cabo não são partidos, a maioria, não têm qualquer ideologia, a não ser a de se chegar ao poder. Há vários exemplos de eleições aonde o regime é parlamentarista, que o um partido obtém certa vantagem nas urnas, mas não consegue formar um governo, não consegue que outros partidos o apoiem, por diferenças ideológico-partidárias. No âmbito partidário o que temos é esse posicionismo, não importa quem é ou venha ser o governo, estarei com ele.

No governo FHC os bancos houveram-se com a globalização rapidamente, foram os primeiros a crescer ou desaparecerem, FHC fez o PROER , no entanto abriu a porteira para o capital externo, quem pode cresceu, quem não pode foi engolido.
Outras áreas privadas de produção nacionais também sofreram com a globalização, empresas familiares foram engolidas vivas, como a Metal Leve, para que conste um exemplo. Assim como tantas empresas públicas foram entregues ao capital externo. Sem tecer juízo de valor ao fato.
Mesmo o futebol passou por isso e ainda sofre. O setor calçadista, que hora se recupera.

A bola da vez é a Mídia. Ou cresce ou desaparece. Os capitais globais mediáticos a reclamam. E havemos de convir que são muito poderosos frente aos capitais mediáticos nacionais, mesmo a Globo é café pequeno, frente aos gigantes das comunicações. É o que está em jogo. Num momento em que o PT acena com uma regulamentação. E como defesa ela pretende um governo que a proteja desse ataque externo. Ainda que custe a nossa recente democracia.       

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