"Em nome de uma pretensa
neutralidade, acomoda-se o pensamento à (pretensa) realidade,
que é a dominação. É justo no ''demi-monde'' que a dominação cravou suas garras, por coisas de pouca monta"

Se
a questão que se põe em debate é a corrupção, e se de fato
houvesse o interesse, real, dos envolvidos nesse movimento, ela,
dejà, não existiria. Mas o que se vê é a instrumentalização da
corrupção, e como instrumento é apropriado pelos meios de
comunicação de massa, seu uso é e tem sido cirúrgico, tal
instrumental é apontado para um só lado, desde tempos imemoriais,
na política brasileira. Quem instrumentaliza e se apropria do
instrumento, tem sido os desde sempre donos dos outros todos
instrumentos, inclusivamente da força de trabalho. No mais, nada
fora do seu modo de operação, a dizer, o da promessa que não se
cumpre, liberdade e igualdade (possíveis, mas só possível,
parcial) como essa promessa da limpeza moral, ela também é
parcial. Queria, eu, ver todo este arsenal apontado para todos os
corruptos, com a mesma veemência, com a mesma litigiosidade e sangue
no olho dos cuspidores de vespas, celeridade, e o novíssimo
instrumental jurídico, a citar o ''Domínio de Fato”, que Ives
Gandra, em nome dos dedos, quase pediu a absolvição de Zé Dirceu,
tamanho o estrago que pode vir a fazer, nas suas hostes, tal
instrumento se aplicado aos processos que são bastantes, a envolver
os donos das corporações etc. Mas tiro meu cavalo da chuva e deixo
meu burro na sombra, este “Domínio de Fato” será abortado,
junto com seu promotor.
Assim
é como corrupção passa na avenida, vestida com paetês,
lantejoulas, penas de pavão, adereços e fantasias, é carnaval, e
o enredo é o mata-burro, e ninguém o ultrapassa. O mata-burro com
feições anticorrupção fazem esquecer o meio ambiente, a fuligem
da cana de açúcar, sexismo na linguagem, crueldade discriminatória,
estética urbana, urbanismo puro e simples( que aqui em Ribeirão não
existe, nem uma rouca voz, e vão se entulhando margens de rios,
ribeirões, nascentes, impermeabilizando solos (pelos seus donos) –
estes não estão aqui no facebook se martirizando com a corrupção,
pois são os corruptores) mobilidade urbana, lixo, lixo, lixo... o
Mata-burro assim, só limita o passeio de mugentes e semoventes.
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