"– Bonjour. Pourquoi viens-tu d’éteindre ton réverbère ?
– C’est la consigne, répondit l’allumeur. Bonjour.
– Qu’est-ce que la consigne ?
– C’est d’éteindre mon réverbère. Bonsoir."
O quinto planeta a que
visita o Pequeno Príncipe, de Antoine Saint-Exupèry, é o menor deles, e cabem ali um farol e o
faroleiro.
O moleque saúda o
faroleiro: “Bom dia, como é que apagas o farol?”.
“Bom dia, é a regra.”, lhe responde o faroleiro. “ Que é a
regra?” “ É a que diz que se há de apagar o farol. Boa noite”
e acende o farol. “ Mas por que o acende?” “ É a regra” diz
o faroleiro. “Não o entendo”. “ Não há nada a entender”,
diz o faroleiro. “ A regra é a regra. Bom dia” apagando
novamente o farol.
O
faroleiro explica ao moleque a sua história. A regra diz que se há
de acender o farol ao sol se por e de apagá-lo ao fazer-se de dia.
Bom Dia! O que é perfeitamente razoável. O problema é que, ano
após ano, o planeta foi girando cada vez mais depressa, e agora dá
uma volta por minuto, mas a norma, entretanto, não mudou! Boa Noite!
O
moleque acha graça que os dias durem, tão só, um minuto, mas ao
faroleiro nem nota. “ Faz um mês que estamos conversando!”, “Um
mês ?” Pergunta o moleque. “ Sim, um mês: trinta minutos,
trinta dias. Boa noite.”
Pobre
faroleiro, fiel à regra, acendendo e apagando o farol a cada minuto,
sem poder dormir nunca. A que vida mais absurda está condenado por
uma consigna que não muda, ainda que mudem as circunstâncias. Boa
Noite! Esta é, ponto a ponto, a imagem fiel de certas posturas. Boa
Noite.
“Dura
lex sed lex”, Bom Dia!. Sustêm os que, como o faroleiro, se
ajoelham diante das regras, ainda que tenham se tornado absurdas e
injustas no momento que perderam a sincronia – desajuste temporal –
com o motivo de seu nascimento. Boa Noite. Outros, tanto se
cristãos ou como se não, preferem outras palavras “O domingo foi
feito para o homem e não o homem para o domingo”, e sustêm que a
eficácia e a justiça das regras morais, das leis e dos marcos
constitucionais, não é outra que para servir aos indivíduos. Bom
Dia! Alem disso, ainda há ai a possibilidade de que as leis nasçam
mortas, isso sim, injustas. Boa Noite!
Desta
maneira eram as leis que permitiam a discriminação racial nos EUA,
contra as quais lutou Martin Luther King. Bom Dia! Ou as leis que
estabeleceram o regime tremendo do Apartheid na África do Sul a
partir de 1948, contra as quais lutou com todas as armas, todas,
Nelson Mandela. Bom Dia!
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