27 de ago. de 2014

Bonner x Marina.

Willian Bonner fez de novo, desta com a Marina. Com seus pontos de ibope e rating, e milhões de pessoas o assistindo e outro tando agora comentando, seu telejornal se transformou num fenômeno político. E acabará por ser um símbolo deste ano triste. O avião da Marina, o aeroporto de Aécio, a Pasadena da Dilma, todos mortos e no chão.
O que nenhum partido consegue, conseguem os jornalistas, que com sua atuação, os apoios ao governo baixam, sem que a oposição tenha movido um dedo para esta queda. Tão só o jornalismo.
Curioso o efeito que produz, nem o jornalismo consegue fazer, porque não admite, debate, político. Nada mais tranquilizador a um politico que ser acusado de corrupto. É como alguém do outro lado da rua gritar em minha direção: Ô branquelo! Todo mundo olha, se aqui todos somos brancos!
Para condenar a corrupção não é preciso demasiado pensar, talvez sequer pensar fosse preciso.

Diante do quadro, prefiro pensar que a honestidade não é de esquerda ou direita, mas os honestos sim, podem ser de esquerda ou direita, e é ai que está a importante diferença. E é desta diferença de proposição para os rumos do país, e que deveria estar presente na discussão política, que o Willian Bonner foge.

Mimesi

        Falar de sustentabilidade no Brasil, se mero falar, tudo bem, mas se mais que isso é insustentável.

         Neste país Zelig, mimético e camaleônico, se encontra a única pessoa do zoo politico mundial, que se lança candidata a defender tal tese. 
        
   Num país, onde a fome mitigada, a inclusão étnica, a recente universalização da saúde, da educação, a incipiente melhor distribuição de renda ainda encontram seus detratores e faz eco pelos meios de comunicação social. 

      Onde a ocupação por milhares de algumas poucas terras vadias, é reprimida a bala, e a grilagem de muita terra, por poucos, é legalizada, não sem uso das mesmas munições.

      Não há projeto, que aponte para onde se quer chegar como país. Por uns, se vai a golpes de podão, abrindo caminho pela selva, desorientadamente, criando labirintos, ou ainda quem pense em desenhar o melhor traçado entre um ponto e outro, mas não põe a mão na massa.
          Os pontos a serem discutidos são muitos.
    A educação, por exemplo, que é consenso nacional no seu carecer de melhorias, mas que, no entanto, ninguém diz ou se pergunta: Educar\formar para quê? Para onde? Esta pergunta não esgota o assunto, me esgota!

26 de ago. de 2014

Bofa. Bank of American, ou UsAmericano!

USAmericanos!

O imaginário político da esquerda, ao menos da que conheço, sempre demonizou os EUA, com um entusiasmo ensandecido, indizível, por vezes.
Folgo, (acho lindo usar este verbo) que o acima dito, tenha convivido com a sedução gerada no cinema e televisão pelo american way of life, uma contradição menor, justificada pelo poderoso encanto do soft power ianque.
Estava em Berlim dá caída do muro, e vi com meus próprios olhos, que Berlim ocidental era a expressão mais verdadeira do paraíso socialista, com o genuíno nome de Bem-estar Social, com seu sistema nacional de saúde, aposentadoria, educação pública... Já Berlim oriental....
Veio a crise de 2008, mas agora nos EUA, os bancos subitamente aceitaram pagar uns 45 bilhões de doláres de penalização para compensar suas más práticas hipotecárias ao governo, e também aos clientes. Agora leio que o Bank of America aceitou pagar 16,6 bilhões de dolares (globo.com), e segundo The Wall Street Journal, é a maior multa paga por uma empresa nos EUA. Em julho o Citigroup aceitou pagar outros 7 bilhões em litígio similar.
Destes, uns 8 bilhões iram diretamente para o bolso das pessoas afetadas.

Pessoalmente, penso que só me sobra ler estas coisas com os olhos lotados e lacrimejantes da mais insana inveja. Que o deus da nova e da velha esquerda me perdoem!

É desumano o olhar sobre o Islã.


Nos países muçulmanos a democracia sequer se aproxima da nossa, que não tem nada de grandiosa.
No entanto, felizes,  jogam seus braços para o alto e sorriem,  cheios de esperanças diante dos avanços do Marrocos, que tem um rei que mais se parece a um deus na terra.
Da Tunísia, que desfrutaram da ''primavera''
política, não tive mais notícias. 
A Líbia é um caso a parte. Era dirigida por um sátrapa com muitos amigos no Ocidente, o Brasil, os EUA, França, Espanha, Itália,  a rainha inglesa o recebeu com chuva de rosas, Muammar deu um magnífico cavalo árabe a Nicolas Sarkozy, um verdadeiro caudilho, é para ser ambíguo,sim. Não creio que entre os políticos ocidentais, e mesmo em meio aos meios de comunicação, houvesse quem sentia vergonha em tratar sem escrúpulos como o ditador, que faceiro tinha uma indumentária para cada dia. Por quê? Porque convinha ao ocidente, pois ele impedia que islamismo radical passasse por ali, e se expandisse. Mas de repente, o sátrapa Muammar al-Gaddafi foi entregue à turba selvagem em plena rua. Não é difícil entender, a Líbia, hoje, praticamente não tem estado, tem tribos que repartem entre si, e governam o território em suas partes. As petroleiras, internacionais, pagam pela segurança de suas instalações à tribo dominante donde se encontram e seus poços de petróleo. 
Mais? Pois o território líbio se tornou o centro de recrutamento de combatentes, que desde ali, vindos da Europa, são enviados a lutar contra o regime sírio e se infiltram pelo norte do Iraque para constituir o califado que semeia o terror por onde passa e é ''o'' problema de Obama.
Parece que as provocações do Hamas não são tão gratuitas, e a brutalidade da resposta do estado israelense e a matança em Gaza, é um entreposto de Jihadistas de outros países muçulmanos.

Obama que se opôs, em algum lugar do passado, à invasão do Iraque, ordenou bombardeios, lá, e agora anda cheio de dúvidas sobre intervir na Síria, que eles armaram, junto com países europeus, para instigar a revolta e a guerra civil.

25 de ago. de 2014

Ódio.

Ódio!

O ódio jamais construiu qualquer coisa positiva. Ainda que seja tão antigo quanto a humanidade e tão destrutivo quanto boa parte de nós, ontem, hoje e sempre. Alguém disse que o ódio é a cólera dos fracos, mas tampouco os fortes se desvencilham deste terrível sentimento.
O assassinato do jornalista Foley é o símbolo de como o ódio destrói tudo e provoca mais ódio. Certo é, que não se sabe quem foi o primeiro, Foley não foi.
No Império Mediático, a imagem é fundamental, assim não só se mata, mas se exibe indecentemente e impudicamente em vídeo. Terrível. Eu não vi. Suponho.
O arcebispo egípcio de Bagdá disse, e tem parte de razão, que Washington chegou, destruiu o Iraque e aplainou o caminho para os jihadistas.
Os EUA fizeram guerras em demasia, que tão só serviram para aumentar o ódio... mas isso é só metade dos problemas... penso...
Na Síria já não entram jornalistas... porque ambos os bandos cometem atrocidades. Assim sem testemunhas o terror não aparece... dizem que usam armas químicas...
''Não tenho medo da morte, me aterra ficar amputado...” disse um sírio...
A guerra interminável na Palestina matou milhares, pior no entanto, é que o ódio foi adubado e viceja de ambos os lados... e os frutos serão ódios em penca...
A Ucrânia... idem...
Em Ferguson (USA) os negros voltam a ser carne de canhão....
Nada diferente das periferias brasileiras, de modo contumaz... e nós habituados, e alguns de nós gritam ao pelotón: Fogo!
Na África, a guerrilha de Boko Haram se descampa, sequestrando meninas, matando indefesos e rindo-se de todos.

O ódio é intolerância pura. Os motivos, banais. Não se trata de um homem odiar outro, o ódio é o sangue que vai percorrendo as veias da humanidade. Que já não é humanidade...

18 de ago. de 2014

Poldy!

Me identifico com Leopold Bloom, Bloom é um homem sem atributos. Um vendedor de anúncios de jornal. Um chifrudo da marca pasmada, manso. Da sua mulher de muitos atributos carnais, prefere as nádegas. Mas ela é mais que isso, antes que me censurem, ela é uma soprano de quinta categoria. Leopold, ou Poldinho para os íntimos, também gosta de miúdos de animais, gosta é para os fracos, se lambuza com um rim fresco de cordeiro no café da manhã, pelo cheiro da urina que exala, diz de si para sua gata. Miau! Sua carnuda, branca e libidinosa mulher, diante do café da manhã que lhe serve Poldeto, ela rola na cama, deixando efluir todos os olores de uma noite que se finda. Bloom florido, percorre suas coxas até sentir uma umidade não sua. Vai a casinha com um jornal velho, e antes de usá-lo se entretém lendo notícias velhas. Sai, como um saco de despistes. Finge escolher uns legumes, para enfiar a mão entre as cochas da quitandeira, que por certo se banhará amanhã, que é sábado e lavará roupas nas pedras da margem do rio. Ele próprio antecipou seu banho semanal para ir ao velório do amigo, Digno! 

17 de ago. de 2014

Correndo com Haruki.



Vamos correr com Haruki!

Antes dizíamos correr, agora, que se botou de moda, é running. Há quem assegure que cada vez há mais gente correndo, porque é uma prática esportiva que não exige despesas, e há ao contrário, quem se põe na moda, porque permite luzir um amplo leque de símbolos de status de corredor como deus manda: roupa especializada, quedis, penduricalhos eletrônicos, software, câmeras fotográficas, fones de ouvido, bebidas tonificantes e geis... O que é inegável é que ninguém sai atualmente para correr com uma camiseta qualquer, ou com um boné da empresa, nem com um quedis barato, Calma, quedis em Bonfim, mas tênis por toda parte.
Deste modo o melhor é correr pelos canaviais, quando muito uma capivara cruzará teu caminho, ela com a mesma roupa de sempre e igual a você. Porque nas rotas atuais, ou te olham pelo brilho, ou pela opacidade da velha camiseta surrada.
Se é um runners ou se está pensando em começar, é recomendável “ferventemente” que leia Do que eu falo quando falo de corrida, de Haruki Murakami, um livro aonde se explica o processo que o levou a correr, e como esta atividade o influenciou na sua maneira de trabalhar e viver.
De todas as reflexões de Murakami com o leitor, fico com aquelas que fazem referência ao passar do tempo, à constatação que em cada maratona que se participa, se faz uma marca pior, mas que continuará a correr, ainda que lhe digam que está na hora de parar.
Runners ou corredor ou não, me parece que a última conclusão de Murakami é digníssima, magnífica. É uma divisa. E dependendo pode dar sentido a toda uma vida: “Um dos privilégios que temos, os que evitam morrer jovens, é o de nos fazer velhos. Nos espera a honra do declínio físico. O único que podemos fazer é o aceitar e nisso aprender a conviver”
.
P.S. Murakami correu só o percurso de Atenas a Maratona. Costuma ouvir Lovin Spoonful