31 de out. de 2011

A náusea, o absurdo e a existência!


A Náusea, o absurdo e a existência!
Reflexão:
Uma.
A árvore.
O que é o direito a existência?
O ser na sua contingencia seria uma resposta.
Ao ser é dado,
no mundo
e...                     sem razão,
existir.
Pergunta-se,
para existir há que se ter uma razão?
E seguidamente,
direito a vida é diferente de direito a existência?
Só existe
                                                                                        quem tem
                               causa e razão.
Seria uma resposta,
pergunta-se.

Outra.
                                                              Quadro.
Alguém que encarnou o direito,
                                                                                                      o direito puro.
Mas basta com mirar a encarnação do direito puro,
para se perceber na estampa do retratado,
a estrutura do direito puro                                                     de ombros caídos,
                                     de pálido olhar incerto,
desviado e covarde...                          ...A violência.

                                    A ti não vou agradecer!
Não fizeste mais que a sua obrigação.
                                              Disse ele a mulher no leito de morte.
Dai que o dever aliena.
                                                    Obrigação.

A náusea, o absurdo e a existência!

A nau sea.
Anal se há u.
A nausear.
Ana use-a.
Você sabia que sincera é sem cera.
Anal. Seja.
A cera tapava os erros dos escultores.
Ana use-a e tape os buraquinhos.

28 de out. de 2011

Um céu azul vulgar, o mais das vezes,


Um céu azul vulgar, o mais das vezes,
e por outras, solene, de rarefazer
a escrachada luminosidade de nossos dias.
Deram por decrepita nossa passagem.
Chamaram, farrapos, à púrpura gasta de nossos poentes,
ou desbotadas manhãs, de horizontes submersos.
Botaram tédio à flora,
onde era só poeira, que levantou a caravana,
não do tempo, que também passou.
Não de um qualquer camelô de pretéritos.
A massa desafortunada, reavivou,
esqueceu-se dessa imortalidade de vencidos,
levantou o pano do crepúsculo,
 fez iluminar as faces ocultas,
e mirrados pecados derreteram-se,
suplicando que se apagasse o sol.
Tudo é arengar, simples arenga.
A vida nunca semelhou tão exterior,
sem  encontrar pintor,
capaz de botar perspectiva,
senão sombra de tristeza
de espetáculos de interiores.
Trago viva juventude de outrora,
soberana,
preservada a anos, por ciência desconhecida.
Alguma loucura, original e ingênua, êxtase, não sei ainda de quê!
Há uma mulher,
se sou sua cabeleira, e prefiro a nudez do seu rosto
e o roxo de seus lábios iluminados.
Em lugar da frívola vestimenta,
seu corpo,
pois  corpo,
com olhos semelhantes à incomum esmeralda,
não por isso,
pela felicidade que sai  de seu mirar.
Seios erguidos, cheios de eternidade.
Olho-a, por curiosidade, 
não melancolia de vestígios de época nobre,
ou maldita,
a me fazer, ébrio, lacrimejar com olhos extintos,
nos confins daquela glória confusa,
 se obsediei-me do ritmo da sua beleza.

25 de out. de 2011

Tengo Miedo queria reinar. Divagações Mallarmaicas.



         Inadvertido da não vacância de qualquer trono, mesmo da Xauxa, Tengo Miedo, penso seriamente, queria reinar, com efeito. Talvez em virtude de suseranias ancestrais, tendo como mãe, a mãe que tinha, sinceramente, tudo era possível. Ainda que de lenda infundada, ele nunca a desmentiu. Assim que a divisa permaneceu.                               
                                                          Reinar. 
          Que paralelismo podia haver em suas caminhadas entre canaviais e o barulho do mar, se não fosse a concha de um caracol de mar, gigante, colada a orelha. A solidão serve de resposta. Outra. Tengo Miedo queria ser um “grande escritor”. Mas devo pontuar, que não enfeitava importâncias desta industria, conquanto que o portasse ao trono, ainda que não vacante. 
                                                    Rei de movimentos mínimos, e zás!
                                          Isto é, a calma nobre. 
         Tal imagem; daquele que tombado sobre o teclado; podendo, teria acrescentado ilustração a minha raça; não turvará, nem tampouco restará, tão somente, reminiscência.
                       Ninguém que me recorde, foi, como Tengo Miedo, engolfado pelas dobras invisíveis do: eis que estou aqui, tão veemente, a fulgurar o destino, não só dele, jovem, à juventude recém-chegado, mas a todo destino, se possível, 
                    do Homem. 
            Não sei, mas quando vejo, despertas. essas lembranças, creio que verdadeiramente:
                   Tengo Miedo era louco. 
      Tengo Miedo agitava suas bandeiras, como se estivesse sobre os escombros de uma batalha mui antiga, mas ainda fumegante,
 vencida, 
              sob os seus pés, a caminhar intrépido às batalhas futuras.
Um gênio, louco, assim o compreendo, que ao contrariá-lo me diga:
                      permaneça onde estás, eu saberei fazer, ainda que seja difícil, agora!
    Não duvidei que seu olho cinza azulado, emprestado, de um céu vulgar, visse o que sequer sonhara, incapaz, que sou, de afinar um acorde desejado, tampouco sou capaz de carregar esse simulacro.

24 de out. de 2011

Mortes anunciadas, a politica, a educação, a justiça, a saúde, o trabalho... … o ser?



Os Vicário já amolaram suas facas de espetar suínos. Dizem que matarão. Todos sabemos. Já vemos o sangue correr. Omissos. Alienados. Alien é o outro. Alienação é deixar ao outro a ação que deve ser minha. Todos somos os melhores. Os melhores médicos, juristas, cozinheiros, professores, políticos, jornalistas etc. Mas a somatória, a integralização desses melhores: é o que se vê. E o que se vê? A mãe Vicário espancar a filha Vicário, por não haver mentido ao excêntrico Bayardo San Roman. Devolvida as cartas e a filha. Olhamos pela gelosia, vida besta. Os Vicário; amolam as facas. Nós somos os melhores, mas o direito não produz direito, nós sabemos, a justiça não produz justiça, os juristas sabem, a medicina não produz saúde, o médico sabe, o doente sabe, o trabalho embrutece e não produz riqueza, minimamente equalizada, todos sabemos, a politica não produz cidade, polis, urbe, cidadão, todos de tudo sabemos, nada mais que a rústica corrupção, estamos dentro dos ônibus entupidos, nas ruas entupidas, comemos, e a comida só satisfaz a ansiedade de sabermos que sabemos e nada fazemos, não sacia, só faz veias entupidas, bocas entupidas, oramos, mas a religião não depura o espirito, espiritiza como o álcool, a droga, há muitos que trocam a droga e o álcool pela igreja, são da mesma matéria inútil, a dor não cessa, a música ensurdece, ceras nos ouvidos, ouvidos entupidos.   

20 de out. de 2011

Tengo Miedo não sabe em qual ardiloso Ulisses se espelhará!




O astuto e ardiloso Ulisses flagrado, em sua excitação, por Nausicaa e suas secretárias, a lavar roupa à beira do riacho, foi levado à cidade, onde, se tornou narrador, da história que narrava Homero.
Voltar para casa, queria, não sem antes, complicar-se em no negro mar, e descomplicar com um truque, um lampejo de sabedoria e contingência. Sua astúcia e seus ardis foram reverenciados.
Dante não via a coisa da mesma maneira que Homero. Ou melhor, os mil-e-trezentos “Trecento” florentino não o viram como em tempos de civilização grega. Dante era católico. Foi ordenado por Santo Tomás de Aquino, estudando Aristóteles que era a maior senão única referência com sua Ética. Isso dito, para me situar, prossigo, a dizer que o inferno de Dante não deve ser visto tão somente como uma doutrinação, antes uma visão, uma figura poética. Ulisses também visitara o Hades, na Odisseia.
Agora Dante o coloca no inferno. Certo é que não se trata do inferno dos traidores, que é a profundeza da coisa e por sinal gelada. Ulisses está no Malebolge, que é o oitavo círculo, onde se encontram os que abusaram da capacidade intelectual, e ai vivem em chama errante. Ulisses é o titã do saber, sempre a estimular, o desejo de sempre, novas aventuras, nos companheiros, já velhos, tardios, tão só com vontade de voltarem para Ítaca, mas veja como Ulisses é um vira-latas:

Ó frati – disse – che per cento milia
perigli siete giunti a occidente,
a questa tanto piccola vigilia.

Dei nostri sensi ch´è del rimanente,
non vogliate negar l´esperienza
diretro al sol, del mondo senza gente,

considerate la vostra semenza:
fatti non foste a viver come bruti,
ma per seguir virtute e conoscenza. (XXVI, 112-120)

( ó irmãos – disse – que por cem mil\ perigos estão juntos nesse ocidente\, nessa rápida vigília\\ dos sentidos que nos sobra\ vocês não vão impedir outra experiência\ no caminho do sol, mundo de ninguém\\ considerem que semente sois,\ não foram feitos para viver como brutos,\ mas para perseguir a virtude e o conhecimento. )

Ulisses precisa de companheiros, e com essa astúcia os consegue inflamar. E saem a cantar:

volta nostra poppa nel mattino
dei remi facemmo ala al folle volo.

(voltaram a popa para o oriente, e os remos foram asas do louco voo.)

O que vem a seguir no poema é maravilhoso, mas o terror é também magnificado assim:

che de la nova terra un turbo nacque
e percosse del legno il primo canto.
Tre volte il fe´girar com tutte l´acque,

a la quarta levar la poppa in suso
a prora irre in giù come altrui piacque,
in fin ch´il mar fu sopra noi rinchiuso

( O turbilhão nasceu na terra nova\ o barco(o lenho) soou o primeiro canto a quina\ e a água toda o fez girar três vezes\\ na quarta a popa levantou\ e a proa mergulhou com outro, outrem, alguém quis,\ e o mar fechou-se sobre nós)

Dante também dá a palavra a Ulisses, aliás a última palavra, a palavra que põe fim às fraudes e astúcias do grego. É assim que Dante, na sombra das doutrinas medievais, faz sumir do mapa os tais ardis, são as duras penas. Mas a culpa é do grego, que prestes a descansar nos braços de Penélope, se deixa enredar pelo risco de conhecer o escuro das profundezas do oceano.

Já em Joyce, Ulisses é um despistado judeu, um saco de enganos, talvez um chifrudo, talvez pois a única certeza que teve, foi de sentir algo como restos de sêmen entre as nádegas de sua Molly, que em vez dos braços de Afrodite, tem por alcova um prostíbulo fedorento de Dublin, onde toda a astucia e ardis são empregados para vender um retângulo publicitário de um canto de jornal para um chaveiro. E pela manhã ler um jornal antigo enquanto defeca, rapidamente, para não ter hemorroidas, esta é uma de suas sabedorias.

16 de out. de 2011

Tengo Miedo e a Pia Fraus.


A indignação não é uma consciência cultivada. Ao contrário a indignação nos pega de surpresa. Claro que veladamente, inconscientemente conluiamos com tudo. Afinal fazemos parte do mesmo mundo. Sabemos que se o vestidinho rosa tubinho de malha, coladinho nas curvas, sobe e desce, acabam por mostrar os glúteos, está todo mundo vendo, mas não é para todos, ele tem endereço certo. O que tem a ver o cu com as carças? Tudo! Se todos acabam com vontade de meter a mão, é um avanço de sinal, no mínimo, mas se todos repudiam, é para se indignar. Assim a indignação tem esse susto diante de inopinada surpresa, furtividade, de causar admiração, vir de improviso diante do combinado, te apanha descuidado diante das más artes que te causaram dolo. Está estreitamente ligada a pia fraude. Nietzsche ama a tal da pia fraus, que nada mais é que esse lençol branco que esconde o concreto que existe no fantasma. A bondade é um fantasma, que tem carne e osso, escondidos pela mortalha esvoaçante. O mundo mediático é a concretude das fraudes. Cria-se o fantasma e tudo de seguida se puxa o lençol. Uuuuuuuuuuuu!
Pia é o oposto de ímpio. Pio é o indivíduo compassivo, senhor de mortos e vivos, nosso pai e nosso deus e que disse que “havéra” de voltar quando essa terra pecadora, mergulhada em transgressão, tivesse cheia de violência, de mentira de rapina e de ladrão (Elomar).Cantiga do istradar Cantorias I Elomar. Clique e ouça.
Este é o pathos da indignação. Porque não há mais controle, o descontrole é a regra onde nunca houve controle razoável, nem Sarkozy de direita, ou Zapatero de esquerda, ou Obama de centro,
ou Berlusconi pornô, ou PT corrupto. Não há mais muro para se pousar de indeciso. Haverá um momento que teremos que dizer: NÃO!
Pois é indigno. Desprezível. Vil. Indecoroso. Torpe. Infame. Degradante. Obsceno. Sórdido. Nojento. Sujo. Asqueroso. Sabujo. Avaro. Abjeto.

15 de out. de 2011

Pensat ergo est: Tengo Miedo viu Decartes construir a guilhotina. A história da maçã é pura safadeza!

Descartes faz surgir a subjetividade que vai desaguar no capitalismo, melhor dito, no sujeito, o sujeito é: o homem capitalista, o ser quase em si. Posso de algum modo dizer que no período medieval não houve sujeito.
A construção do sujeito.
Para isso foi necessário todo um processo histórico entre outras: o descobrimento da América, Copérnico, Galileu e Giordano Bruno que questionaram a ordem da teologia medieval. Fazendo surgir assim em Descartes: o Ergo sum cartesiano: penso logo existo. É nisso que está interessado Tiengo Miedo. Por quê? Porque quando Descartes diz: Penso logo existo, corta a cabeça a Luiz XVI. Pois em treze séculos de idade média, a história não caminhou, absolutamente, já que o homem esperava que tudo, o fizesse Deus, e não fazia nada salvo esperar as promessas divinas. O que quer dizer isso, senão que o sujeito é ponto de partida indubitável do conhecimento da realidade. Anteriormente se alguma ovelha sumia, Deus quis, se alguma ovelha nascia, Deus quis; era total a nossa mesquinhez em Deus! O sujeito como ponto de partida para o conhecimento da realidade nada mais é que a filosofia idealista, e a filosofia idealista parte do “eu”, latim “id”, para conhecer a realidade. De outra forma: o sujeito constitui o objeto, isso já é Kant, e Kant não é fácil. Por enquanto Tengo Miedo fica com os problemas de Descartes. Em palavras duras: o homem é natureza, mas isso eu sei que é intangível a Tengo Miedo. Mas Descartes pensava os problemas do homem natureza, não da natureza humana. Que é outro problema, e muitos eram os problemas para Descartes, imaginem que ele queria demonstrar a realidade externa. Chove! É real? Tem gente que até hoje só acredita em chuva se molhar sua cadeira de palhinha na varanda, sua espreguiçadeira. Mas, Descartes se perguntava, se, tudo que via exteriormente, a ele, era de fato real, se existia realmente, a chuva, a enchente, a seca, a fome, a peste o pão. Tanto é que Descartes chegou a imaginar a possível existência de um ser, genial e maligno, que o enganava. Mas disse que esta coisa maligna não podia existir, pois Deus devia ser absolutamente bom, e disse: se vejo essas coisas ai fora, devo confiar na bondade divina, sendo que a Deus não lhe agrada o engano. E Descartes, sendo cartesiano, sentiu que devia demonstrar a existência de Deus. E para demonstrar a existência de Deus, Descartes disse: Deus existe porque Deus é perfeito, e a ideia da perfeição está em mim; e se a ideia da perfeição está em mim, e não fui eu quem a botou em mim, que sou um ser imperfeito, a tem que haver posto um ser perfeito, e esse ser perfeito é: Deus.

Politica! Descartes puxou o tapete mas estendeu uma rede de proteção, como a um trapezista. Assim que Tengo Miedo reputa a Descartes a invenção da rede, não do trapézio, qual o homem se balança de ponta cabeça há muito. Seria o mesmo que se hoje, decretasse o fim do casamento. Descartes manteria o Amor vivo – o Amor como rede de proteção - imaginemo-nos sem! E você não foi ao boteco, no sábado, por amor! Se Descartes, mataria a religião: restaria o casamento. No futuro alguém matará o Amor, claro, e com a morte do Amor desaparecerá o Ódio. Simples assim, se some a luz, desaparecerá a escuridão. Difícil? Você não viu nada! Falei antes que, com seu Discurso do Método, Descartes corta a cabeça de Luiz XVI, pois este pôs no homem a práxis, e este no centro do fazer, e no centro da práxis está a história e a história se acelera com o homem no centro, no lugar de Deus, que todavia existe, e nisso está a consistência de um grande filosofo, o que o faz diferir, e, em muito de um terrorista. A burguesia toma as rédeas da história e em um curto período de tempo chega ao poder, se levarmos em conta, que o Discurso do Método é de 1637 e a revolução francesa é de 1789, é muito pouco tempo, se compararmos ao tempo medieval, o tempo necessário para que se tome o poder. Assim, para que se produza o fato fundamental, o assalto da burguesia ao poder com a tomada da Bastilha e o decapitamento, bastaram 140 anos. Tudo sem excluir os iluminista. Kant! É um deles. Espero que Tengo Miedo se ocupe de Kant. Por agora Tengo Miedo está em: Descartes faz o lançamento da guilhotina, sem havê-la pensado. Assim como Leibniz ao pensar o binário, construiu ou iPad, ou antes, quando os estoicos inutilizaram o sofisma.