Nada se cria, nada
se perde.
Deixando a sinédoque
e a metonímia de lado, pois só me querem constranger, concluo ou
presumo que não tenho qualquer poder sobrenatural, tampouco sei ou
presumo os métodos e as motivações
do universo. Sinto
que a realidade é um paradigma, mais precisamente uma ilustração
de uma regra, provavelmente, não verificável. É só uma percepção,
que nada tem de grandiosa, como a ordem ou o amor, é bem mais
humilde, trata-se da coincidência. Dentro dessa regra presumida,
percebida, não importa o quanto queira manipulá-la, porque ela pode
assumir somente poucas e certas, ou incertas formas. Todos e o mundo
nos deslocamos num movimento contínuo e ao mesmo tempo limitado nas
suas possibilidades. Isso só me consola, porque sei que cada traição
é apenas uma de uma série infinita. Toda atrocidade tem sua
antecedente também horrível. “Rien ne se crée, rien ne se
perd” . Assim simultaneidades inesperadas são as regras.
Coincidência de pensamentos meus com os de outros. E eu e os outros,
que podem ser virtuais, ficcionais, reais e míticos, peregrinamos
nesse processo universal.