Ficaria
feliz de ser velho
numa
cidade com poucos policiais,
onde
a música boa soasse nos beirais,
onde
a pintura fosse admirada,
as
orquídeas, e os bonsais,
os
ipês amados como as cerejeiras,
no
japão.
Onde
ser criança ou operário,
nada
tivessem que ver com tristeza.
Uns
dentro de casa, outros na janela fumando
conversas,
hospitalidades, como se fossem flores a queimar,
nos
dias, poucos, de muita geada.
Uma
feirinha de velhos objetos de interesses
inúteis,
como restos de um naufrágio
bananas
de todos os tipos,
tudo
muito e para todos.
Por
ela vagaria, sem melancolia, ou melhor
por
amor a melancolia,
onde
uma velharia,
grande
novidade
ainda
outro dia encontrada,
como
um relógio de pulso,
não
fizesse sentido.
Sábios
muitos de muitas maneiras,
com
guarda-sóis coloridos,
ainda
que as casas aninhassem sombras.