O teatro Pedro II de
Ribeirão, certo dia, amanheceu cercado de viaturas policiais, e toda
sua fachada destroçada, seus bisotês estilhaçados, suas escadas,
vítimas de vandalismo. Os fotógrafos, jornalistas, os curiosos, se
perguntavam: Como? Quem?
Os flashes disparavam
como metralhadora. " Isso vai dar JN " disse o câmera. " É
um ataque à cultura ", " querem acabar com a cultura " gritaram em meio a multidão.
Os peritos policiais, amealhavam provas, enquanto transeuntes
faziam o mesmo com outros propósitos, um souvenir. Um casqueira que
dormira no banco da praça, dizia ter visto o vândalo, “Ele ameça
fazer isso faz tempo'', Como ele era?
Pergunta o investigador. ''Alto, forte, camiseta polo de pano
grosso, calças dobradas na barra, botina”. E as cores? Lembra? '' Estava
escuro, mas calça e camiseta eram de uma cor só, escuras”. Como ele
fez todo esse estrago? ''Ora com
a granada, uai!”. E
depois? ''
Deu um salto, parecia voar, e saiu correndo ''. “ É,
não dá para levar a sério, o sujeito é usuário de crack! ”
Concordavam os investigadores. De repente um senhor que toda manhã
dá milho aos pombos gritou: “ O constitucionalista sumiu! “ Num
falei, disse o casqueira."