O neto foi convidado pela avó a morar com ela no casarão, logo depois da morte do avô. Eles se gostavam muito. A avó era metódica
e passou-lhe as normas da casa, que por acaso nem eram tantas. Em
especial mostrou ao neto o molho de chaves das portas que
davam a dependências já sem uso porque os filhos pouco a pouco
foram se casando e saindo da casa. No molho só não tinha chave para uma porta, que a avó
disse nada haver depois dela. O neto insistiu pela chave, ela dizia
que não tinha a chave. Ele insistia no que havia depois daquela porta: Nada, ela dizia. O neto se angustiava a cada dia mais e mais. Começou procurar a chave às escondidas. Procurou em cada canto do casarão e
por fim a descobriu. Quando abriu a porta se deparou com o absoluto nada. Enlouquecido matou a avó com muitas facadas.
8 de set. de 2012
7 de set. de 2012
Heidegger e o Nazismo: A noite dos longos punhais.
Em
1933 Hitler é eleito Chanceler da Alemanha, depois de uma caminhada
complexa de suas próprias tropas. Uma combinação entre as SA e as
SS. Nas SS estava Himmler e SA Ernst Rȍhm. SA os camisas pardas. SS
cruz gamada.
Quando
foi oferecida a Heidegger a Reitoria da Universidade de Berlim;
Heidegger foi visitar um camponês; Heidegger valorizava muito, como
o Nacional Socialismo, o homem do campo. Heidegger conta que ao
encontrar seu amigo campesino, não trocaram palavras. O camponês,
ariano, porque Heidegger fala de seus olhos azuis. Ambos prepararam
seus cachimbos. Deram umas baforadas. Heidegger não havia dito o quê
o levava àquele encontro, mas depois de um silêncio sábio, e umas
baforadas o camponês disse: nicht, seja não. Então Heidegger
declinou o convite pela urbe berlinense, e mantendo a lógica,
aceitou ficar “pelo interior” na provinciana Friburg.
Acontece
que o SA (Sturmabteilung, algo como departamento da tempestade, mas
na verdade tropa de assalto). Os Camisas Pardas (SA) de Ernst Rȍhm é
quem comandavam as universidades na Alemanha, respaldaram a Heidegger
e nesse momento eram três milhões de militantes, e uma das utopias
das SA de Ernst Rȍhm era corrigir o rumo, girar a revolução
Nacional Socialista em direção ao socialismo. Mas aparece, por
exemplo, Von Pappen que diz: Não fizemos uma revolução
antimarxista, para levar, então, agora o Nazismo ao Marxismo. Então
Hitler resolve as coisas à sua maneira, pouco amável digamos, e
convoca a Himmler, Goebbels etc und consorten e produz o que se chama
'A noite das peixeiras compridas” “Nacht
der langen Messer” e em quatro dias matam mais
de mil pessoas e entre elas a Ernst Rȍhm.
Antes
de assumir a reitoria de Friburg e em honra a um herói alemão,
venerado pelos camisas pardas, Albert Schlageter que havia dado pela
pátria sua vida em França, Heidegger faz um discurso, mui alemão,
muito denso, e ao terminar disse: Agora levantemos nossa mão em
silêncio, fazendo a saudação nazista.
Heidegger
não podia naquele momento desconhecer que o Nacional Socialismo, o
Nazismo, era um movimento racista, belicista....
Ao
assumir, a reitoria de Friburg, Heidegger pronuncia outro discurso. A
esse discurso estão presentes os SA camisas pardas, e os das cruzes
gamadas SS, e o estudantado. Heidegger suprime as liberdades
acadêmicas, impõe normas rígidas de trabalhos físicos para os
estudantes, e logo ao conceito. O conceito fundamental é uma
remissão aos gregos. O eixo Atenas Berlim. A remissão está
condensada na frase: O começo ainda é. O começo ainda vige. Que
nada mais queria dizer, que os alemães deveriam encarnar o espirito
grego do ocidente, do mediterrâneo. Os alemães deveriam ser dignos
desse inicio. Esta era a meta. A meta alemã de retomar ao espirito
de Atenas, via Berlim, começá-lo, levá-lo adiante.
E
para terminar o discurso lançou mão de uma frase poderosa, que
Heidegger atribui a Platão: “Todo o grande está no meio da
tempestade”. Deve-se lembrar que tempestade é Sturm, não é a
palavra usada por Platão, mas Heidegger a adapta a sua
circunstância, para fazer referência a SA 'Sturmabteilung', tropa
de assalto. É uma frase poderosa para um auditório de militantes,
depois disso como não atacar a Polônia!? Mas isso foi antes da
Nacht der
langen Messer.
Heidegger
renuncia ao reitorado de Friburgo poucos dias antes desta noite.
Mas
em 1935 dá um seminário fundamental que é: Introdução a
Metafisica.
Habermas
diz que os alunos inciavam o curso como soldados e terminavam como
oficiais.
Heidegger diz:
“O
mundo atual, a Europa de hoje, em atroz cegueira está se suicidando.
Quando no mundo, o tempo é só para medir a rapidez, ou seja só
rapidez, e quando o boxeador seja a grande figura de uma nação,
quando as grandes massas são igualadas na URSS, quando a
simultaneidade nos permite, escutar um atentado em Tóquio e um
concerto em Londres, e quando a existência se há desvalorizado,
então como velhos fantasmas votarão as velhas perguntas:
Por
quê?
Para
quê?
Para
onde?
E
acrescentou: Nós, a Alemanha, somos a última possibilidade do
ocidente. Estamos rodeados por tesoura formada pelo mercantilismo
americano e a massificação russa. Os americanos devorados pelo
mercantilismo, pela conquistas das coisas, os russos pela
massificação ditatorial. Alemanha necessita de espaço vital. Frase
cara a Nietzsche. Bordão de Hitler. Nossas conquistas, as
conquistas armadas alemãs devem ser espirituais. Somos o centro do
ocidente e temos que salvar a terra, a devastação da terra pela
técnica, a qual está submetida. Porque isto em que vivemos, já não
é a terra, porque o homem se esqueceu de ser, e se consagra à
conquista e manipulação das coisas, objetos,etc. Isto nada mais é
que a coisificação da existência. Na qual o homem se perde como
homem, na conquista dos objetos, e ao fazê-lo ele próprio se
transforma em coisa. E como coisa já não encontra o ser. Zen. O
absoluto. Uma clareira no meio da floresta e onde o homem se comunica
com o mais autentico de si.
5 de set. de 2012
Construção do Conhecimento.
Chomsky und Piaget.
Inteligencia.
Acima do conhecimento,
há a palavra ligada a todas imediatamente abaixo no gráfico
piramidal. Trata-se de Inteligência.
Inteligência quer
dizer diretamente Pessoas e pessoas com projetos, projetos capazes de
nos lançar para frente.
Para aprofundar nesse
particular pode-se ler: Teoria de la inteligencia creadora de José
Antônio Marina, pedagogo toledano.
Como já foi dito
anteriormente, neste blog, um banco de dados sem pessoa interessada,
é inerte. Que o conhecimento pressupõe uma visão teórica. Mas,
que só tem sentido se pode ser mobilizado para realizar projetos.
A escola está focada
no conhecimento, senão totalmente, está mais focada no âmbito do
conhecimento.
No âmbito dos dados e
dos bancos de dados, a tecnologia é tudo, pouco se pode fazer em
dias de hoje sem uma boa tecnologia, um computador, para tratar
dados, guardar dados. Já no âmbito do conhecimento e inteligencia,
a tecnologia, o computador tem pouco a dizer.
Há as metáforas como
inteligência artificial, como há semáforo inteligente e por
conseguinte semáforo burro. São sistemas programados para executar
algo. Dizem: o Ipad faz isso... não faz nada, sem um dedo humano.
A inteligencia humana é
a capacidade de projetar, inclusive, o semáforo burro ou
inteligente.
O pulo do gato está na
passagem de dados e informações para o conhecimento, há uma
palavra-chave, que serve de interface entre dados e informação que
é mapa, alias em todas as passagens de um nível para outro.
Mapa.
Trata-se de cartografia
simbólica. Mapeia-se o que tem mais ou menos interesse. Mapa de
relevância. Mapear informação relevante. Mapear conhecimento para
o que interessa ao projeto.
Há empresas
especializada em produzir Mapas.
Por exemplo, podemos
pedir itum 'mapa' do Japão, tendo em vista, um projeto de produzir
calçados em Kyoto, para saber-se se haverá matéria-prima, onde é
produzida...
Mapa de relevância,
onde a relevância não tem a ver necessariamente com hierarquia.
Somente põe em
relação.
Bit.
Informação se mede em
bit. Desde 1948, conceituado por Claude E. Shannon, criador da teoria
matemática da comunicação informação, Shannon queria medir
informação, dai resulta o bit. Na verdade o bit só é eficiente
para medir dado. E irrelevante para medir conhecimento.
O Bit surgiu
independente do computador. A teoria é simplificando a extremo, uma
em duas igualmente provável. On\Off ( 1,0) A,B um bit, para um dado
que contenha um bit, se faz necessário uma pergunta do tipo sim ou
não. Para um sistema a,b,c,d é preciso duas perguntas, para
a,b,a,b,a,b,a,b três perguntas. O bit é bom para dados.
Devlin propos o infum
como medida de informação.
para o infun é 0 ou 1
porém dentro de circunstâncias. Sim ou não em determinado
contexto. Na prática o que reina é o bit, quanto mais raro o
evento, abcdef, a raridade a faz mais carregada de informação. É o
que move a mídia.
Um cachorro mordeu o
professor. Não tem raridade.
Já, se o professor
mordeu o cachorro. A raridade é Máxima.
Toda a mídia é
movida pela raridade.
Já para o
conhecimento, e alem de entrar no conteúdo a unidade proposta é o
Chunk of Knowledge, por Herbert Simon and Popet em 1998.
Em resumo para Simon
and Popet. Num filme, as belas cenas são as informações. Mas um
bom filme não vive de belas cenas, depende de amarrações, enredo,
enfim conhecimento.
A sabedoria está no
conhecimento daquilo que tem valor. Conhecer aquilo que é relevante.
O grande debate entre
Chomsky e Piaget.
Para Piaget, o
conhecimento todo ele se constrói. Construtivismo.
O grande debate se deu
na decada de 70 entre Jean Piaget e Noan Chomsky.
De um lado Jean Piaget
construtivista e do outro Noam Chomsky tido como defensor do
inatismo.
Porem nenhum deles
pensava que se nasce sabendo.
Piaget defende que o
conhecimento se constrói de maneira isomórfica à organização das
ações. Por exemplo se queremos ensinar a 'Comutatividade', Piaget
nos diz que se vivenciando a comutatividade, o aprendiz constrói
isomorficamente a ideia comutativa na cabeça. As estruturas
cognitiva se constroem partindo-se das ações.
Chomsky diz que sem as
ações não se constrói, mas a estrutura, são como o motor de
partida de um carro, sem ligar o motor de partida, não se liga o
carro, mas o motor de partida não tem nada a ver como o motor, não
dá para procurar isomorfismo entre o motor de partida e o motor do
carro.
Para Chomsky, ao menos
no que diz respeito a linguagem, todos nascemos com esse 'motor de
partida'.
Mas nenhum deles achava
que o conhecimento é inato, o que não passa de uma simplificação
sem sentido.
Para Piaget as
estruturas cognitivas são todas criadas do zero, ao passo que para
Noam Chomsky todo mundo nasce com a competência para aprender a
própria língua. Nascemos com um órgão ( competência), um órgão
'abstrato' ,este é o inatismo do Chomsky.
Mas Piaget cede e
concorda que cada um nasce com um 'funcionamento geral de
conhecimento'. Esse funcionamento geral nada mais é que o ponto de
partida, que aquele órgão de competência que nos diz Chomsky.
Construir o
conhecimento é a verdade para ambos. Isomorfismo de Piaget permanece
e para Chomsky não se trata de puro inatismo.
Filogênese. Na
especie.
Ontogênese no
indivíduo.
Hipótese de que há
ontogênese recapitulando a filogênese.
Esta história de que
num indivíduo se repete a humanidade, já foi fuzilada.
Piaget e Rolando
Garcia. Escrevem Psicogênese e Estudo da Ciência.
Na filogênese o que
vem antes, o trabalho ou a linguagem. E na ontogênese o que vem
antes é a linguagem. Na especie o trabalho antecede a linguagem. Há
paralelismos. Mas a recapitulação facilitaria nossa vida.
O conhecimento se
constrói.
O importante é como se
constrói.
4 de set. de 2012
Conhecimento.
Epistemologia. Teoria
do conhecimento.
Hoje é muito comum
acompanhar pela grande mídia a “economistas” falarem escreverem
sobre educação. Nada mais, nada menos pelo simples fato de o
conhecimento ter se tornado o maior fator de produção. Se na Grécia
antiga a episteme, o logus, nada tinham a ver com o mundo do
trabalho, com o fazer, com a técnica, hoje o conhecimento é tratado
como valor de troca.
Então economista
analista diz: A EDUCAÇÃO É FUNDAMENTAL. Com o argumento de que até
2020 o conhecimento no mundo será dobrando a cada 80 dias. É só
uma confusão, pois ele está confundindo conhecimento, com
informação. Conhecimento talvez esteja a crescer, mas difícil
dobrar o volume, o que dobra de quantidade são dados de um banco de
dados.
Diz-se também
comumente: sociedade do conhecimento, mas na verdade é sociedade da
informação, de dados e de banco de dados.
A base da sociedade são
os bancos de dados. E a marca do dado, a característica do dado é
a acumulação. Os dados de um banco de dados nos entopem, saturam,
soterram. Quem dispõe de muitos bancos de dados, pode estar entupido
de irrelevâncias.
Informação já
envolve gentes, pessoas. A marca da informação é o veiculo e a
comunicação que a faz circular entre as pessoas. Para se chegar a
informação e preciso tratar os dados. Por exemplo, os gráficos, a
estatística. Tudo que se faz na escola é tratar a informação.
Trabalhar a informação para chegar ao conhecimento. O conhecimento
se faz da informação, que se faz com dados. A vida do banco de
dados depende das pessoas, do conhecimento.
A marca da informação
é a efemeridade, e a efemeridade decorre da fragmentação.
Por isso a informação
é caco, vidro estilhaçado. O jornal de ontem não serve para nada.
A revista do mês passado está jocosamente associada a sala de
espera.
O conhecimento é mais
que isso. O conhecimento se constrói, evolui... não perde validade.
Conhecimento lembra
primeiro teoria, que depois nos leva a compreensão.
Teoria é visão.
Teoria e Teatro tem a mesma raiz grega, mas teoria é a visão que
leva a compreensão. Teoria é uma visão organizada. Que nos faz
entender. Para a educação agir sem teoria, é agir às cegas. A
teoria mesmo que seja tácita, sempre há nela uma visão uma imagem
que orienta, mesmo que seja uma proto teoria.
A escola nunca vai ser
o melhor banco de dados, nem pode competir com a Internet. Nem
significa “tecnologia embarcada” salas cheias de computadores,
ipads, tabletes etc.
O foco da educação
escolar, formal, é o conhecimento.
A primeira escola
politécnica é francesa.
Para desempenhar tal
profissão é preciso estudar tal coisa. Isso está na enciclopédia
pela primeira vez. É o primeiro lugar que se encontra escrito, o
mapa das matérias e das ocupações e suas bases curriculares.
Porque anteriormente a universidade era onde se aprendia a cultura.
De nada vale tanta
tecnologia a disposição se não se tiver nada a dizer.
Há uma enorme
fragmentação. Mas a escola é multidisciplinar, apesar das fracas
interações entre as disciplinas, por isso que depois se cria a
interdisciplinaridade, é tentativa de melhorar.
O fenômeno mais
recente – décadas recentes – é a intra disciplinaridade. Há
disciplinas muito especificas, e de tão especificas, não convivem
com a disciplina de origem, ampla.
Afunilamento não tem
retorno, mas precisa ter conserto.
A busca moderna é a
transdisciplinaridade. Ver alem da disciplina, objetos maiores.
Mapeamento genético é
fundamental, mas Eutanásia pode?
Clonagem pode? Essa
resposta não está no DNA, nos genes, ou no aprofundamento da
pesquisa, há momentos que há de tirar o olho do microscópio para
ver além do pixel, ver a foto, imagem. Essa resposta é
transdisciplinar. Por isso se fala em Bioética.
Há dois tipos de
preocupação. Não se pensa em acabar com a disciplina. É preciso
disciplinar. As disciplinas.
O primeiro currículo
é o Trivium: lógica dialética, a gramática e a retórica, isso
era o trivial. Era falta de civilidade tratar mal a língua. Era
preciso argumentar. E preocupar-se com o outro, a retórica,
convencer o outro, vencer com, junto, com o outro.
Curiosidade: A palavra
'autos' em latim é elevado e profundo.
3 de set. de 2012
Educação Jogo Projeto Pessoa Cidadania Ética
Os sonhos da razão
produzem monstros. Goya.
O projeto é o lugar do
racional. Mas há o outro lado que é viver a vida como se fosse um
jogo. O vaso comunicante é o risco, inerente ao jogo e ao projeto.
Uma coisa é
reconhecer os limites do projeto. Outra é assumir a
irresponsabilidade pelas ações. Vamos jogar. É o supremo da
irresponsabilidade.
O tempo todo estamos
projetando e correndo riscos.
Um louco matemático,
Gedel, demonstrou que mesmo em sistemas formais, matemáticos,
teoremas, a partir de um certo tamanho há proposições
indecidíveis, se os objetos forem tantos quanto são os números
naturais.
Mesmo no jogo tem muito
projeto, mas nada está garantido, e mesmo nos projetos acontece de
escapar por entre os dedos dos projetos.
A ação consciente é
a ação projetada. Educar para a cidadania. O profissionalismo.
Antes era cultura.
Arte.
O que é um
profissional?
Que este tem a ver com o cidadão e a pessoa?
Sem deixar de dizer dos
desvios da ideia de pessoas, cidadão e profissional. Em tudo há
desvios, se preferirem podem dizer corrupção. Uma coisa é o
cidadão ideal outra o cidadão, a pessoa, o profissional!
Cidadania. Remete a
Cidade Grega. Cidade Estado. Civis e Polis. Na origem cidadão e
politico são a mesma coisa.
Naquela Grécia 60% dos
gregos não eram cidadãos.
6% o eram.
Mulher não era
cidadão.
O estrangeiro.
O ostracismo. Pessoas
sem participação politica. Eram os Idiotas.
Os não cidadãos eram
chamados idiotas. Idio. Idio pense você.
Velha Sabedoria grega
: de um lado os políticos de outro os idiotas. .
Politicamente
participantes cidadania. E quem fala de direitos deve falar de
deveres.
Declaração universal
de direitos humanos. 30 artigos. 27 direitos.
Deveres humanos é
necessário.
É um desvio! Direito e
deveres, mas se o cidadão não participa!!
As leis tem a função
de organizar.
A cidadania tem
âmbitos em que se exerce tal cidadania, que não se pode extrapolar.
A família não é uma
democracia. Ninguém elege o pai.
A escola não é uma
democracia. Tem que haver democracia na educação. Mas a escola não
é uma democracia.
A universidade não é
uma democracia.
Também não faz parte
do âmbito da democracia a estética , o gosto, estas coisas não
cabem na regra de maioria. O mesmo vale para “terreno” religioso,
tanto que o estado deve estar separado do religioso.
Quando saímos do
âmbito da democracia, estamos entrando no âmbito da pessoa, que
ultrapassa o âmbito politico e do econômico.
Quais eram os grandes
valores da revolução francesa. Liberdade, igualdade e fraternidade,
mas tem âmbitos.
A liberdade no plano
cultural.
A igualdade no terreno
jurídico.
E no terreno econômico
se pregava a fraternidade.
Liberdade, igualdade e
fraternidade, era o que se queria, era o pensamento desejoso.
A questão chave é a
pessoa.
A educação para a
cidadania.
Mas tem que ser mais,
tem que ser para a formação da pessoa,
que é mais que
cidadão.
Somos iguais como
cidadãos e diferentes como pessoas, e não se vai a escola para
igualar.
A legitimidade da
norma. É questão da ética. Foulcaut critica a escola caracterizada
de determinada maneira. De como deveria ser.
Fatos. Declaração dos
direitos do homem e do cidadão está lá. Mas no desenrolar a coisa
desandou.
O PIB mundial per capta
é 8000 dólares, 50 % tem 2 dólares dia. Esse é o fato.
Ter ilusão. É
fundamental.
A Desilusão é luxo de
minoria, e não é universalizável de modo algum, e por isso não
satisfaz o primeiro pressuposto kantiano para se fundar uma ética. O
Principio da Universalização. A desilusão não é uma norma.
A ideia de pessoa
inclui a ideia de cidadão.
Educação pode formar
o núcleo da pessoa, que é a cidadania, que é a igualdade no que
tem que ser igual, perante a norma os costumes. É essa igualdade que
capacita a viver a diferença.
Se formos desiguais
onde devemos ser iguais, cidadania, não poderemos viver a diferença
onde de fato somos diferentes que é no pessoal.
Persona. Per sonare.
Persona a máscara para
representar. Teatro Grego, Per sonare, personagem, soar através da
máscara.
Como pessoas somos um
feixe de papéis, caracteres. Nosso primeiro papel é ser filho de
fulana e fulano. Depois pais de fulano.
Candidato.
Assim nos Apresentam
como pessoas: Fulano de tal. Casado. Tantos filhos. Esse feixe de
papeis é que nos marca como pessoa.
Há papeis que se
representa em âmbitos regidos por lei e nesse caso, pessoa e cidadão
são o mesmo. Mas a religião.
A estética.
Gosto. Nestes âmbitos
não.
O próprio terreno da
ética é pessoal, pois se não fosse pessoal bastaria as normas,
bastaria ser cidadão.
Agir de acordo com a
lei é uma decisão da pessoa, isso é Ética.
2 de set. de 2012
Autoridade\Educação: Quem põe o guiso no gato?
A Educação é um golpe da
Autoridade! Isso assusta cabeças que pensam com o bucho, coração e
pele ao responder com a eriçamento da epiderme, o arrepio.
Ao entender-se que a eternidade
é tempo, o elétron matéria e pulsos, educação é autoridade e
essa educação. Educação\Autoridade autorizada, do contrário a
autoridade não autorizada é educação tirânica, nada que não
pura corrupção da autorização.
Assim educação remete a ação
e coação! Se não vamos a isso.
Hanah Arendt, nos remete à
relação educação e ação. Educa + ação.
Há a ação que conserva, como a
ação que transforma o fazer próprio do ser humano, fazer com a
palavra, com a consciência.
Nos remete também a coação.
Ideia inicial de coagir, é inicialmente negativa. Ninguém gosta de
ser coagido, soma-se que nem toda coação é legitima. E nesse
contexto é que se coloca o conceito de autoridade. E autoridade tem
sempre a ver com a ação sobre os outros.
Há nisso ou faz-se um grande
mistério. O mistério de compreender qual é a coação legitima?
Se partimos a coisa em: Força,
Poder e Autoridade.
A força é coercitiva e é
sempre indesejável, todavia nem sempre evitável.
Do latim “Violare”é
força e repito, violência é sempre indesejável.
Mas no Estado de direito a força
existe, e seu monopólio é do estatal.
Assim e invariavelmente a coerção
fora do âmbito estatal é anômala. Entretanto tal anomalia existe
nas brechas do estado, por exemplo, a segurança privada. De todos os
modos: Ordem, Legalidade e Justiça é função do estado de direito.
No Poder há consentimento, este
vem da ameaça, vem da lei, mas mesmo assim posso não achar
legitimo, mas sempre há o poder na organização do estado,
consequentemente tem força. Não existe o poder que não disponha da
força.
Hoje pensar o estado, é pensar
a ideia de autoridade, e a coação deve ser legitima, e a
legitimidade deve ter o aspecto legal, mas deve alem da legalidade
ter o reconhecimento da autoridade. A autoridade que grite: me
respeite! Não é autoridade.
A legalidade, pura, é o cadáver
da autoridade. A autoridade que se baseia na lei, está morta. Há
de haver o reconhecimento da autoridade.
O que leva ao reconhecimento da
autoridade como legitima?
A passagem do legal para o
legitimo é tema ético, que tentarei tratar noutro momento,
entretanto pode-se adiantar alguma coisa, por exemplo, como se a
autoridade\educação é a ação sobre os outros, sendo a
autoridade válida se consentida, qual a fonte desse reconhecimento?
Uma história da história:
Reconhecia-se o rei, porque a autoridade vinha de deus. Isso acabou
com a revolução inglesa. Hoje só há simbolismo na autoridade do
rei.
Com a revolução francesa, a
autoridade real acaba definitivamente, nem simbolicamente ela
persistiu. A autoridade foi substituída pelO povo, com a ideia de
república. República é Executivo, legislativo e judiciário. É o
arcabouço do poder. O poder nascendo do povo, mais que da delegação
nasce do processo que leva a autoridade ao poder. E a autoridade é
humana.
Mas todas as duvidas pertencem e
permanecem nesse reconhecimento.
Há sempre algum tipo de regra da
maioria, a eleição. Mas a eleição nunca cria uma autoridade. Um
eleição legitima uma autoridade.
O processo eleitoral é meio de
legitimar, a autoridade, e se legitima é porque estava presente.
Nesse ponto penso que a ideia de
autoridade está diretamente ligada a ideia de autoria. Do
latim“Augere”.
Augere é que dá origem
à palavra autor. É concomitante que augere quer dizer
aumentar. Logo Autor é aumentador. Alguém que cria, e depois da
criação o mundo ficou maior do que era, porque agora contem
“coisas” que antes não existiam.
E autoridade está, mediatamente,
associada ao processo de iniciar, de fundação, aonde os fundadores
são as fontes da autoridade. A autoridade dos pais que iniciaram os
filhos, que os colocaram no mundo.
O não agir é uma forma de agir.
o professor inicia coisa nos outros, por ação ou omissão.
Assim o professor cria, no
sentido de iniciar, ele é um inciador, fundador do conhecimento, por
exemplo.
Myrian Revault d'Allonnes Le
Pouvoir dés Commencements, ensaio sobre a autoridade. O poder dos
começos.
Nessa perspectiva, a ideia de
autoridade se relaciona diretamente com responsabilidade.
“Responsa” é resposta. Responder pelos outros. Quem
responde pelos outros antes deve responder por si. Para responder por
si, ninguém precisa de autoridade, mas para responder pelos outros,
a autoridade é imediatamente necessária, é o mesmo ato. E o si
mesmo como um outro, a consciência tem a ver com isso, ser
responsável pelas próprias ações.
Assim a autoridade responsável,
é pleonasmo. A autoridade é sempre responsável. Mas a autoridade
tem limite. Não há autoridade para todos os âmbitos.
A tolerância está ligada a
ideia de autoridade. A tolerância pelo que não é responsável, é
arrogância.
No âmbito onde se responde, há
que haver autoridade, tolerância é um atributo da autoridade.
A crise na educação é crise de
autoridade. Franco atirador não é responsável por nada.
Dentro de cada pessoa há um
âmbito em que ela é responsável por si, ninguém pode invadir esse
âmbito. Há esse fundo insubornável de cada pessoa. É a marca da
pessoa. Mexer ali é mudar essa pessoa. Então a pessoa assume a
total responsabilidade desse fundo.
1 de set. de 2012
A Conveção de Clint!
“Recordo quando Obama ganhou as eleições, há três anos e meio, e falava de mudanças e esperança e Yes, We Can. As pessoas acendiam velas, choravam, Oprah Winfrey chorava, Eu também chorei a noite que Obama aceitou a nomeação de seu partido. Disse Clint. Agora há 23 milhoes de pessoas sem trabalho”
Nem discurso, nem pura interpretação, falando a uma cadeira vazia.
Falou da promessa de Obama de fechar Guantánamo, da retirada do
Iraque, do titubeante apoia à guerra do Afganistão, “ Você
pensava que estava bem. Não?
Mais ou menos..” o pavilhão foi ao delírio quando Clint afirmou “
creio que chegou o momento de vir outra pessoa e resolver esse
problema” e continuou “ Senhor Presidente, como lida com as
promessas que não pode cumprir?
Na sequencia: conheço gente do seu partido que está desiludida com
Guantánamo, Nunca pensei que fosse boa ideia que os advogados se
convertessem em presidente. Não seria melhor um empresário?
Muitos jornalistas estadunidenses
disseram como Howard Kurtz do The Daily Beast, que havia sido o
“momento mais estranho que haviam presenciado em uma convenção”.
O que andam dizendo por lá é
que o episodio 'Obama invisível' de Clint na noite de quinta-feira
em Tampa é o único que se vão recordar da convenção republicana.
Clint é um gigante da
interpretação hollywoodiana, e agora o brilho de Eastwood ofuscou a
Romney, nada é absoluto, muito menos essa assertiva, mas há o fato,
e o fato é que agora não se fala da convenção de Mitt Romney, mas
de Clint.
O mundo da política e o do
espetáculo não se misturam correntemente. Normalmente provocam
fricções, mal-entendidos e insidias. Mas sempre se tenta colar a
fama do 'artista' no político, mas não raramente acabam por 'colar'
certa frivolidade, elitismo e 'por fora da realidade' do povão!
Mas Mitt Romney tinha que
arriscar, afinal é difícil encontrar um artista da envergadura
artistica de Clint Eastwood com tendencias direitistas, tanto que
vira noticia rapidamente, como esta 'Jon Voigt é republicano” aos
quatro cantos se estampa.
E Clint diante da cadeira vazia
conseguiu muito exito, estrondoso exito, e tanto que está em todas
as mídias.
Clint Eastwood defendeu sua
posição corretamente, é um libertário.
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