26 de dez. de 2011

Antônio Niterói, não quer saber do fim da história, quer saber como começa a história.



Antônio Niterói entende as dificuldades sentidas por Kant ao se deparar com a coisa em si, pois naquele momento não havia a liberdade necessária e suficiente para enfrentar uma teleologia absoluta, assim permitiu que permanecesse na coisa: algo de misterioso, teológico, como se a coisa pudesse ser algum fora da relação humana homem|coisa, parou por ai, dizendo que o homem produzia o conhecimento da coisa, mas que havia a coisa, fora do conhecimento do homem. Então apareceu Hegel com sua fenomenologia do espirito e acabou com essa história, de que há vida cognoscente fora da relação histórica homem|coisa. Hegel absolutizou a história. O homem. O homem é história e a história é o homem. Um se fazendo no outro e se fazendo a si mesmo. A história condicionada ao homem que se condiciona à história que a ele se condiciona. Uma vez que Antônio Niterói aceitava isso se perguntou a si e a História, como começa essa relação tão duradoura? Embora o Fukuyama quisesse acabar com ela, assim como Hegel também o quis, proclamando do seio de sua genialidade, Hegel não Fukuyama, que uma vez compreendida pelo homem sua razão pacificadora de entendimento, o próprio entendimento da relação, fazia com que uma vez entendida, a história se tornasse transparente, e transparente ao homem, invisível deixava de existir. Tudo bem, todo mundo está lotado de pretensões, mas a pergunta é como surgiu o binômio homem|história? É atrás disso que anda nosso detetive. E vejam com que espanto Antônio Niterói se depara com a questão hegeliana do Senhor e do Escravo. História por demais divertida que Antônio Niterói nos desvelará a qualquer momento, é fascinante, pois desde logo se pode adiantar que envolve Sartre, o Amor e coisas congêneres e seus açúcares, que tanto nos fazem o gozo!

25 de dez. de 2011

O Conto de Natal. My Home is my Castle. Antônio Niterói debruça-se sobre “O caso Yorkshire”.




Leio para você o Inciso XI do artigo Quinto da constituição, como Antônio Niterói fez na manhã daquela véspera de Natal. O Natal é festa. Antes de mais nada, festa que há de hoje em dia exibir consumo. Algumas pessoas exigem que se retome o espirito de natal. Como antigamente dizem. Sebá que lê muito, um Voltaire tupiniquim, dizia outro dia que antigamente a coisa era o fogo, o fogo em oposição ao solstício de inverno, antigamente, disse Sebá, nem havia a América, a América desapareceu como cultura com o seu descobrimento pelos europeus. E o fogo é anterior ao cristianismo, que tentou assimilar o culto pagão do fogo, pouco conseguiu senão que esses discursos de sensaborias, nessa planície de oradores mais falastrões, para não dizer hipócritas, que existem. Enquanto Maiara enchia as taças da espumante adocicada e com pressa para que as bolhas continuassem a explodir contra a face de Naiara que sentada nos joelhos de Antônio Niterói, exigia entendimento daquilo que se lia: A casa é asilo inviolável, ninguém nela podendo adentrar sem o consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial. Dizia Antônio Niterói a uma atenta adolescente, se não fosse, a concentração de cada um dos últimos meses de sua vida que transformaram meses em anos e a menina naquela mulher, casa dizia Antônio Niterói, não sem ocultar um desejo de Hubert Humberto: é qualquer compartimento habitado, imóvel, ou móvel imobilizado, a boleia de um caminhão, já o automóvel se sujeita a violabilidade. Não importa os aspectos estruturais da casa, pau-a-pique, mármore de carrara ou alvenaria, nem importa se você está em dia ou não com o senhorio, ou a prestação, não importa, e não importa a localização, ainda que sob um viaduto, é inviolável. 'Nossa tudo é casa' exclamava a Lolita, mas aonde você quer chegar Terói? Já estou e estou, no que diz, em algum lugar, a constituição: provas obtidas de maneira ilegal, não tem valor. Depois a imagem de qualquer réu, tampouco pode ser exibida, antes de um julgamento e no juridiquês com sentença transitada em julgada, seja caso concluído. 'Num entendo', é simples meu amor, lembra da princesa Diana, esse bisbilhotamento da vida alheia a levou a uma fuga que por desgraça acabou em morte, que poderia não sei se foi, jogada nas costas dos bisbilhoteiros, num entendo Terói, Naiara, se permitirmos isso, estaremos permitindo que de algum lugar do espaço sideral uma câmara vasculhe, bisbilhote o nosso quintal, eu sei, eu sei que você sabe, mas eu sei e você sabe, onde você bota o ouro do nariz.

19 de dez. de 2011

Antônio Niterói, faz retiro espiritual, extraordinário, por um Yorkshire.

 Antônio Niterói, Sebá, Naiara, Maiara e todas as outras meninas depois de beberem as

espumantes em clara homenagem ao Corinthians, se sentiam mais senhores e senhoras do

contentamento. Arrastavam sem esforço a alegria de chumbo e a tristeza oceânica azul

perturbadora e grená da derrota santista. Antônio Niterói gosta de conversar com Maiara,

com os cotovelos cravados no balcão de tijolinho à vista, coberto por um granito escuro e

seboso, mas a música ocupa todos os caminhos de propagação do som. Porra Maiara, gritou

Antônio Niterói, estou me sentindo um cachorro. Prum! Foi como se houvesse caído um

raio e Maiara havia enrolado a língua de susto. Cachorro! Fez ela, coitadinho, como pode

aquela cadela matar o cachorrinho indefeso. Sebá que calado estava, permaneceu na mesma,

depois de uma interjeição de omoplatas. Naiara se aproximando, livre do pretendente, sabe

quanto custa um yorkshire? Mais muito mais de vinte subidas, sim vinte, se tiver pedigree

registrado, minha vizinha cabeleireira tem um caramelo, mas gente! Mas gente o quê?

Terror! Vai falar que você defende aquela umazinha? Não é isso! É o quê? Terror! Quem

nunca pecou, atire... Antônio Niterói fez uma pausa e olhando bem nos olhos de Maiara,

não disse nada, pois não pode dizer nada, mas ia enfileirando pensamentos, e os deixava,

sem querer, transparecer nos vincos da fronte calva, essazinha mete fogo no barraco,

aproveitando do marido bêbado, mata junto com ele o filho deficiente, o fogo se alastra para

os barracos vizinhos e todo mundo perde tudo, é diferente, é muito diferente, Terror, o que

ela fez não tem perdão! Mas... Mas o que? Terror, o bichinho não tinha como se defender,

não podia ir embora, não escolheu aquela casa, aquela dona! Terror você me entende né?

Não eu não entendo. Como assim? Eu não entendo tanto ódio, tanta repulsa, por essa pobre

enfermeira, vocês não percebem a contradição, xi, vai vendo, lá vem ele querendo falar


difícil, terror não leva a sério não, esquece, meu amor, amanhã nós vamos para o Pantanal,

precisamos do motorista e guarda costas bem animadinho.


Dois dias depois estavam, todos, numa pousada, umas cinco horas de barco para lá de

Coxim. Um mundo de homens pescadores. E fisgavam os tucunarés, deixavam os bichos

fora da água para as devidas fotografias e depois soltavam. Na hora do rancho, cada

pescador tinha sua moça sentada na perna. Antônio Niterói pensou em fazer uma fotografia,

não deu tempo nem de armar a máquina. Esse trem tá proibido aqui no rancho disse Maiara.

Antônio Niterói borcou uma de uma só golada, pegou de uma carretilha e foi pescar.


18 de dez. de 2011

Antônio Niterói, vê o jogo Santos e Barcelona no Bar Verde da Maiara.



Depois de um demorado café da manhã em companhia de Sebá; café que consistiu em café e cigarros e a manchete do Jornal A Cidade, sobre o pacote eleitoreiro da Prefeita, ao final concordavam que brasileiro não acredita mais em pacotes, o pacote é sempre bonito, mas o que tem dentro, absolutamente, nunca se sabe, inda mais se  tratando de transporte urbano, que devia se chamar secretaria de Mobilidade Pública, Urbana, pensada para humanos, também concordou Sebá, se sequer temos Paradas de Ônibus minimamente ergonômicas, e foi explicado:  isso quer dizer: funcionar para o que dizem; Antônio Niterói convenceu Sebá a fechar a Pensão e juntos virem o jogo Santos e Barcelona, no Bar Verde da Maiara. Há um quarteirão já ouviam: Ai Ai\ se eu te pego \ Ai Ai\ se eu te pego...
Sebá olhava para os fios fazendo notar a quantidade de postes que há nas calçadas, é uma cidade pensada para cachorros, disse Antonio Niterói.
- Meninas cheguei. Berrou Antônio Niterói. Nem vem, responderam elas. Ao final concordaram em ver o jogo e ouvir música. Quando os dois times entravam em campo, Antônio Niterói e Sebá e as meninas se decantarem por Piquet, com louváveis desavenças favoráveis a Neymar e concordarem que Messi é fuinha. Mas joga bola disse Sebá. Assim continuaram até o final da partida, que pareceu gastar mais tempo que o do cronometro. Todos foram se aborrecendo, e nem a favor ou contra, só uma coisa podia devolver-lhes a atenção: um 9 a um, para que esse um, ah unzinho do Neymar, pedia Naiara, levanta um pouco que minha perna dormiu, e ela sentou-se na perna de Antônio Niterói, não na minha não!  você é de menor, quer ver a identidade, dessa ai eu faço uma com a cara do Brad, você Brad? Você dezoito?  mas foi bonito, foi uma pelada Sebá, e nós já fomos mestres em peladas, pois é meu camarada, Nélson Rodrigues volta a ter razão, trememos diante dos Holandeses, e agora diante dos espanhóis, temos que acabar com essa figura do salvador do time, temos de inventar o time que salve a estrela, sem o poderoso exército greco Aquiles teria caído antes, muita coisa deve ser mudada, não aqui com tanta menina bonita, Sebá pagou uma Peterlongo, Antônio Niterói outra e até a Maiara abriu seu decote e pagou a terceira espumante e todos abraçados gritavam, bota pra fude!!       

13 de dez. de 2011

Antônio Niterói, numa aventura eletrizante, encontra provas cruciais que despenaliza o pastel.



Antônio Niterói sempre dormia tarde. Ia de bar em bar, perseguia-lhe a insonia, ou o medo de que, em algum bar acontecia alguma coisa que lhe escapava, tinha a síndrome da onipresença frustrada, esgueirava-se pelos balcões dos bares, quando os bares também demoravam a dormir. Aos domingos amanhecia junto com os feirantes, na Avenida Portugal, para um pastel, dois ou três e não poucas vezes, quatro, o último sempre era de palmito, com direito a repeteco, sempre que calhava, não fugia. Havia o pastel de quinta-feira no mercadão, o pastel com café d'A Única, um pastelzinho com azeitona d'Alzira e os mini pasteis com Almadén das vernissages do Mauri Lima ou do Paulinho Camargo e a última em que marcou presença foi a de Cleido Vasconcelos. Já não havia mini salgados, pois foi uma vernissage Brunch.
 Pare com tudo. Disse o doutor. Parou. Mas já estava colesterizado. Acontece que um dia estava com o Lemão, lá na pastelaria do Mané, e falavam sobre veia entupida. O salgadeiro da casa, o peruano Carlos Lopez, havia ensinado o Lemão a comer tomate sem sementes por culpa do cálculo renal. Toda a cultura Inca, relembrada. Lemão chamou Carlos, e Carlos explica a Antônio Niterói que na massa de pastel se coloca pouquíssimo óleo e Carlos explicava que o importante no caso era a manipulação o amassa a massa, sem parar, cilindrar, para gerar mais força na massa, e que no momento da fritura acontecia o seguinte: o óleo quente esquenta a água interior da massa e a água vira vapor e este escapa fazendo aquelas bolhinhas no óleo quente, e que as bolhinhas de ar que não conseguem escapar se a massa é forte,  ficam presas nela, por isso a massa do pastel tem essas bolhinhas, claro, por isso é forte, sim, é imperioso que haja força na massa e para o ar ficar preso, e para ser forte não pode haver óleo, o óleo a torna quebradiça, que é o polo oposto, a massa podre, então a massa de pastel deve ser bem sovada, cilindrada, quer dizer que não há nada de óleo dentro da massa do pastel, claro, algo sempre há, mas há menos que em um sorvete, por exemplo, não acredito, sim acredite, assim que, assim que o pastel tem a massa feita de farinha de trigo, como o pão e se for bem feitinho, o pastel, ele tem pouquíssimo óleo. Foi então que Antônio Niterói naquele mesmo domingo, acordou cedo e foi da José Bonifácio até a Av. Portugal comer seus vários pastéis, sem culpa.   

8 de dez. de 2011

Doze homens sem sentença, julgam. Enquanto Antônio Niterói bebia com Maiara e Naiara no bar Verde.



Todos eles, sim eles, são frequentes nesse ambiente, nessa função, entediados, menos um que entra cheio de frescor e romantismo. Seu filme predileto é justamente, Doze Homens e Uma Sentença. Pergunta aos outros se já viram o filme. Um pigarreia. Olha para a janela fechada e desenlaça a gravata, retira o paletó, arregaça as mangas e dá por terminado o trabalho. Culpado. Outro diz, até agora não entendi o tal do barômetro, é um treco de medir pressão, sim, mas por que sobre um piano, do mesmo modo que um Cabo no palco, a gente podia estar no Pinguim, a seis reais o chopp! Não dou conta, e você novato? Eu! Para o Pinguim? Não o homicídio! O teatro está na praça, a praça na cidade, a cidade no país, o país no mundo e o mundo é o mundo mundial e o teatro está no mundo, e o mundo é um teatro; aquele imita este? É, este mundo com aquele dentro; e se se mata, se mata neste mundo, que é este, esse teatro no mundo é aquele num mundo teatral. Contudo penso que deveria ser julgado no teatro, nesse que imita o mundo real que também é um teatro, você quer dizer, numa peça de teatro, não numa, mas na mesma peça de teatro, foi nela que se cometeu o crime. Como assim? Igual no futebol. Certo, o futebol tem a sua corte. É isso! O que você quer dizer com isso ? Culpado! Culpado? É! Pensava que ia querer reverter o onze a um. Não, nunca, se não entendo, sequer, por que não pintaram o guarda no cenário, porque iam economizar cachê. Você leu a manchete do A Cidade? Policial figurante de policial, mata dono da casa que pulava o portão da própria casa, no teatro Pedro II. Vamos acabar com isso! Que a realidade só estraga a ilusão! Bem dito! To contigo! Só se for para já! Culpado.
Enquanto isso no bar Verde da José Bonifácio, Antônio Niterói se aborrece com a pouca idade de Naiara e acaba fazendo um poema como se já fosse velho.
lâmina                antes,                   lisa
fria,                   já não                      desliza,
tensa                 pela pele                   gruda
esqui                na grama, como
esticar               a bochecha,             flácida.
                       Com os dedos.                   astucia
                      Não se desespere.
Não cabe                agora um              talho,
que envergonha,
                         mas o pacto com o                 corpo
                         pode ser desfeito,                   esquecido
que ele começou a des
                                  faz 
                                      er 
                                        -se... 

6 de dez. de 2011

Antônio Niterói é testemunha dos três homicídios: do Autor, do Ator e da personagem.





Em juízo, Antônio Niterói se manteve abstraído na fase protocolar, agora se ajeita na cadeira para ouvir o promotor, sabemos que Cabo Clemente, guarda irlandês, não estava deslocado dentro da peça, conquanto o guarda irlandês também não o fosse, é no caso, o guarda irlandês um elemento que traz realidade, do mundo para o mundo da ficção, aportando realismo, disse-me o autor da peça A Casa Caiu, fundamentado no original aonde, em todos os passos de Leopoldo, a guarda irlandesa se fez presente, como um vaso sobre o piano, na festa onde ninguém sabe sequer ler uma partitura. Protesto meritíssimo, adiante, um barômetro sobre o piano! Não nobre colega, não existe esse deslocamento, pretendido, na Dublim ficcionada havia, protesto, adiante, não se trata da imitação da Dublim real, mantido, não disse imitada, meritíssimo, a Dublim da obra é ficção, não uma existência paralela, ou imitação duplicadora, prossiga, na Dublim ficcionada havia por todas as ruas donde passou Leopoldo a guarda irlandesa, duma Irlanda fictícia e em toda obra a guarda irlandesa ficcionada, numa Dublim idem não comete nem um assassinato, assim não há a menor possibilidade, que a personagem reclame uma interpretação, a si favorável, por hora desvirtuada, posto que a personagem, ainda, que teoricamente possa trazer embarcada um leitor implícito, ainda que, levemos em consideração o que determina vossa Excelência, se tratar de um triplo homicídio, implícita a morte do autor, ainda que, uma vez aceite, ocorre a destempo da peça, concluo pedindo aos senhores jurados a condenação do Cabo Clemente por homicídio culposo do Sr J. Maurício e Aníbal, conquanto o assassinato de Mr Leopoldo, que a critica especializada e o tempo venham a julgar.
A defesa pede que a testemunha Antônio Niterói seja ouvida novamente. Profissão Sr Antônio Niterói? Corretor. O Sr Antônio Niterói vive de porcentagens que cobra aos amigos que vendem imóveis pela MRV, pelo empréstimo de sua carteira do CRECI, protesto meritíssimo, prossiga. A defesa depois de desqualificar a testemunha, induz sem prova a se pensar que a trupe nada mais era que uma banda organizada de traficantes da famosa DMSO – dimetilsulfóxido – que atua como um marcador e borrador de sinapses, que poderia como o SOMA, levar o usuário a agir como títere. Antônio Niterói diz, conheço Camila Dunlop desde os anos setenta, não posso negar que fumamos uns baseados na praça Redonda, olhando o por do Sol, sobre a Vila Virgínia, mas na tarde do crime, ela nada mais fazia que caminhar para espairecer, e me alegava na oportunidade não compreender de modo algum a pertinácia do guarda irlandês, mas cria que não passava de uma alegoria do adaptador do livro para o teatro, uma mimese da galinha imobilizada pela risca de giz em Kasper Hauser, sem sentido e desproporcional, o que é um desproposito? Toda e qualquer ação do Cabo Clemente, não vem ao caso, que um Sr que aluga a identidade profissional, diga que toda a ação policial é um desproposito. Mais alguma pergunta ? Dispensado. O nobre colega quer negar inclusive a existência do mundo real, discutindo literatura, alegando que o crime tenha ocorrido dentro de uma obra de ficção, como se se tratasse de uma embaixada da arte na mundanidade, pois bem, e alegando que a mente do Cabo Clemente, como de toda corporação, desvia de sua função preventiva, agindo como se de fato fosse juiz. Vangloriando a guarda irlandesa. Esse homem agiu seguindo como qualquer leitor atento, seu faro de caçador, sua intuição em nome da sociedade. Peço sua absolvição em nome do dever de personagem realista, imitar o real, e de interprete de uma única moral. Os jurados se recluem.