9 de jan. de 2013

Política eletista: Barrar a democratização a qualquer custo.



No mundo da matemática, 2 + 2 = 4, o mesmo acontece na física clássica, entretanto no mundo animal, raramente isso é verdade, mesmo no mundo mineral a coisa se complica. Entretanto insistimos na platitude. No seio familiar detectamos preferências, havendo casos grosseiros. Há famílias que se dissiparam por um par de pneumáticos. Onde houver mais de um símio um deles será o líder. A distribuição de poder é construída em qualquer caso. Nestas distribuições estão os pilares de sustentação das famílias, dos grupos, das colmeias, das alcateias, das cáfilas, dos cardumes, das corjas, das chusmas, dos elencos, das farândolas, das juntas, das manadas, das matulas, das bandas, dos armentos, das cambadas, das choldras, das caravanas, dos fatos, das hordas, das matilhas, dos móis, das plêiade, dos rebanhos, das tropas, enfim das súcias e mesmo numa nuvem panapaná aparentemente caótica, há a hierarquia. Mesmo no simplório e ideológico National Geography sabe-se e diz-se que a solidariedade é fundamental para a sobrevivência e crescimento dos grupos.
A distribuição de poder, que é a base da hierarquia – sendo o resto o mais puro fetiche, e fetiches os há em profusão – é a pedra angular para o bem estar das coletividades. A humanidade é o coletivo geral dos humanos.
A escolha dos líderes se dá de muitas formas no mundo animal. Há de tudo. Houve um tempo no qual os humanos, ou parte deles criam na descendência divina dos poderosos, não é a mais ridícula, é só mais uma. No Brasil ainda, por influência indígena, cultua-se os médicos, por pajés. Outro costume é confiar nos becados, doutores, qualquer doutor é confiável, é um costume material, como os analfabetos adoram canetas, a coisa é extensiva e neste sentido a coisa pode ser matizada, mas não é necessário, creio.
Um fato histórico foi a revolução industrial. A revolução industrial ocorreu no país que mais acumulou capital, à época, e o acumulo de capital foi devido, em grande parte, aos corsários. Os corsários roubavam sob a bandeira do seu rei. No caso o rei da Inglaterra. Em todo caso havia os piratas, que agiam por conta própria, mas os tesouros em geral ingressavam no mesmo país.
Sabe-se também que a água sempre procura ocupar os espaços com equidade, pode-se dizer que a água é equânime, entretanto há uma situação na qual a água sobe, a este fenômeno se dá o nome de capilaridade, por que a água sobe pelo capilar, capilar vem de cabelo, um tubo tão fino como um fio de cabelo colocado sobre a superfície da água, permite que ela se eleve. Nos regimes de acumulação os dois casos supra citados também acontecem, o primeiro mais que o segundo, que se diz no jargão destes estudos de capilaridade social, que é quando um indivíduo ascende socialmente, sem que tenha uma ajuda, ou uma acumulação de capital da forma mais comum: o roubo. Os colonizadores roubaram as terras dos autóctones, e seus tata tataranetos o seguem perpetrando a prática para não se esquecerem.
Os brasileiros, e brasileiros somos todos sobre essa terra, menos os índios não civilizados – e que se coloque todas as aspas neste civilizados – derrotaram os tupis, guaranis, tapuias, etc; e carregamos todo o processo, ainda que não se explique na história, de formação da sociedade brasileira. Sabemos como foi conseguido cada acre dessa terra, cada beira de rio, cada capuava – palavra tupi guarani – cada invernada, cada ribanceira e por conseguinte como se perdeu a posse destes rincões, a sabre, peixeira, baioneta, cartucheira, pistola, trabuco, paulada, pedrada, enfim escorrendo sangue.
Isso talvez explique o porquê de os comerciantes atuais serem tratados – e muito se comportado - como ladrões de então, porque a imagem que fica é da troca de terras, ouros, prata, esmeraldas, filhas, filhos e mulheres por um espelho, um litro de cachaça.
Há no meio de toda nossa gente, aqueles que decantam preferência por um desgoverno, ou melhor dito, pela ausência completa da lei, bastando-se com capatazes e pistolas. Este é o principal viés ideológico da elite brasileira. Por outro lado há a prática inexorável do: “vão-se os anéis, ficam-se os dedos”.
A democracia brasileira é um anel perdido. Não é uma aliança, é um anel perdido pela elite brasileira, demoradamente lenta, sanguinolenta, desde o fim do 'império', porque com a República – e não se deve esquecer das infinitas aspas nesta República – o que se buscava não era mais que a revolução francesa com um século de atraso, com a diferença de que os franceses estabeleceram, num primeiro momento, cidadãos de primeira e segunda classe e nós de terceira e de quarta, além dos escravos, claro, nem lumpesinato eram, quando livres.
Nosso processo é lento, por uma infinidade de motivos, causas e efeitos destas causas.
Evidentemente que o governo Lula tomou mais uns anéis da elite, e tais anéis acabam por custar os dedos do PT, e o do próprio Luiz Inácio.
O que se vê, historicamente, é que uma vez conquistados estes anéis não voltarão aos dedos donde saíram – muito embora na União Europeia e mesmo nos EUA haja uma luta intestinal pelo retrocesso, uma busca sanguinolenta pelo fim do bem estar social, no entanto é demasiado “temprano” cedo, como diz o esfolado trabalhador espanhol – todavia a tentativa é de parar o processo de democratização a qualquer custo. E este qualquer custo é mesmo qualquer!
P.S. Democracia é o governo do povo do pais, de todos para todos. Então falar em populismo é creditar pontos à democracia. Porque do contrário deveria ser aristocracia, tecnocracia, meritocracia etc.             

Nenhum comentário: